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Estado de Minas MÚSICA

Chico César e Geraldo Azevedo compartilham palco, amizade e canções em BH

Destaques da MPB, paraibano e pernambucano fazem show no formato voz e violão, nesta sexta-feira (4/3) à noite, no Palácio das Artes


03/03/2022 20:56

Os músicos Chico César e Geraldo Azevedo posam de lado sorrindo, com as cabeças encostadas e rostos virados para a frente
'Violivoz' é fruto da mútua admiração entre Chico César e Geraldo Azevedo (foto: Marcos Hermes/divulgação)
 

Tudo começou com a admiração recíproca, passou por alguns encontros em shows e por conversas pontuais, que levaram a uma tertúlia musical doméstica. O resultado é o espetáculo “Violivoz”, com o qual Geraldo Azevedo e Chico César percorrem o Brasil desde o final do ano passado. Apenas os dois estão no palco, com os respectivos violões. Nesta sexta-feira (4/3), a dupla chega ao Grande Teatro Cemig do Palácio das Artes.

Azevedo conheceu a música de Chico César antes de saber exatamente de quem se tratava, quando ouviu “Aos vivos”, o álbum de estreia do paraibano, lançado em 1995.

“Me impressionou muito. Fiquei tão encantado com aquele disco que comprei duas caixas de CDs para distribuir, virei um divulgador da música de Chico César”, conta Geraldo. “Aquele trabalho me gerou um encantamento muito grande, e é um disco de voz e violão, coisa que eu já tinha feito duas vezes ao longo da vida”, aponta.

Em 1999, depois de uma apresentação dele com Elba Ramalho, em Los Angeles, Chico apareceu, conversaram e aventaram ali, pela primeira vez, a ideia de fazer algo juntos.

“Depois disso, fui fazer um show em São Paulo, convidei Chico e, ao final, fomos para a casa dele. Ficamos ali tocando violão um para o outro e pensamos que aquilo dava um show”, relembra. A turnê de “Violivoz” estava inicialmente prevista para 2020, mas foi adiada devido à chegada da pandemia.

''Esses sonhos que nós temos quando adolescentes, Geraldo me ajudou muito a sonhá-los. Até hoje, quando abraço o formato voz e violão, penso em como Geraldo Azevedo faria aquilo''

Chico César, cantor e compositor



A fluidez do diálogo, um entoando canções do outro – como “Táxi lunar”, “Mama África”, “Dia branco”, “À primeira vista” e “Chorando e cantando” –, se dá pela grande afinidade musical da dupla, acredita Azevedo.

Ambos são nordestinos – Chico é de Catolé do Rocha (PB) e Geraldo, de Petrolina (PE) –, com influências musicais compartilhadas, a despeito da diferença de idade de cerca de 20 anos.

MUITOS RITMOS

“Pernambuco tem muitos ritmos, o frevo, o maracatu, o baião, a ciranda, e a Paraíba também tem essa diversidade. Fora isso, a gente se inspira na música internacional, gostamos muito de reggae, dos sons afro-brasileiros em geral. Temos muita identificação no sentido da musicalidade. A gente se liga nas mesmas influências, da música jamaicana aos Beatles, passando por Luiz Gonzaga”, aponta Azevedo.

Chico César diz que a música do pernambucano está em sua vida desde a adolescência, quando ouviu o álbum de estreia de Azevedo, gravado em parceria com Alceu Valença.

“A música dele, o violão, a delicadeza da voz, o jeito como trata as canções, tudo isso me influencia diretamente. Geraldo sempre me fez pensar e desejar ser um artista que sai de uma cidade do interior do Nordeste e ganha o mundo. Esses sonhos que nós temos quando adolescentes, Geraldo me ajudou muito a sonhá-los. Até hoje, quando abraço o formato voz e violão, penso em como Geraldo Azevedo faria aquilo”, aponta.

REPERTÓRIO DE AFETOS

O critério para a seleção do repertório de “Violivoz” foi, basicamente, o afeto, o gosto pessoal de cada um pela lavra do outro, explica Chico César.

“A facilidade que cada um teve para entrar na alma da canção do outro foi o que nos guiou”, diz, acrescentando que a dupla fez duas parcerias: “Nem na rodoviária” e “Tudo de amor”. Elas estão incluídas no roteiro show, assim como temas de lavra alheia – como “Para não dizer que não falei das flores (Caminhando)”, de Geraldo Vandré, e “Paula e Bebeto”, de Milton Nascimento e Caetano Veloso.

''Temos muita identificação no sentido da musicalidade. A gente se liga nas mesmas influências, da música jamaicana aos Beatles, passando por Luiz Gonzaga''

Geraldo Azevedo, cantor e compositor



Para Azevedo, Chico se eleva no cenário da MPB por ser grande melodista. “Ele tem noção muito refinada de melodia e de harmonia, toca muito bem e é um poeta arretado, engajado, com muita propriedade para falar do Brasil, tanto pelo lado cultural quanto pelo lado social. As letras dele trazem conscientização. É esse conjunto que me encanta na obra dele”, elogia.

O pernambucano diz que a sintonia dos dois transborda no palco e tem conquistado o público que acompanhou as apresentações em Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador, João Pessoa e Fortaleza, entre outras cidades.

“É um show muito agradável de se fazer, porque Chico é um músico maravilhoso. O show é longo, eu gosto de tocar, ele também gosta, então a gente entrega um repertório com canções que representam nossas carreiras. A gente se integra cantando músicas um do outro, e a interação com o público tem sido maravilhosa, tem nos alimentado muito. A gente já fica pensando num ‘Violivoz’ 2”, antecipa Geraldo Azevedo.

 

'VIOLIVOZ'

Show de Chico César e Geraldo Azevedo. Nesta sexta-feira (4/3), às 20h, no Grande Teatro Cemig do Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537, Centro). Plateia 1: R$ 200 (inteira) e R$ 100 (meia-entrada). Plateia 2: R$ 160 (inteira) e R$ 80 (meia-entrada). Plateia superior: R$ 120 (inteira) e R$ 60 (meia-entrada). À venda no site Eventim e na bilheteria do teatro. Informações: (31) 3236-7400.


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