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Estado de Minas MÚSICA

Mú Carvalho lança ''Trem das cores'', disco-homenagem a Caetano Veloso

Tecladista da banda A Cor do Som fez versões instrumentais para 10 canções do cantor e compositor baiano, que completa 80 anos no próximo mês de agosto


03/03/2022 04:00 - atualizado 03/03/2022 07:56

De calça e camisa de manga comprida pretas, Mú Carvalho, de pé, com as pernas afastadas, encara a câmera
Mú Carvalho pretende dedicar outros discos à obra de ''medalhões da MPB'', como Gilberto Gil, Milton Nascimento e Chico Buarque (foto: Martin Ogolter/Divulgação)

Com o álbum "Trem das cores", Mú Carvalho, tecladista do grupo A Cor do Som, abre as celebrações dos 80 anos de Caetano Veloso, a serem completados em 7 de agosto próximo. Fã do cantor e compositor baiano, Mú gravou 10 de suas músicas com os mesmos instrumentistas que participaram de seu álbum anterior, "Alegrias de quintal" (2021).

Ele é acompanhado de Lancaster Lopes (baixo), Júlio Raposo (guitarra), Pedro Mamede (bateria), Sidinho Moreira (percussão), Jaques Morelenbaum (violoncelo), Marlon Sette (trombone), Diogo Gomes (trompete) e Jorge Continentino (sa

A cor do Som gravou e lançou composições de Caetano, como "Beleza pura" ("Frutificar"; 1979) e "Menino Deus" ("Magia tropical"; 1982). A banda e o cantor e compositor trabalharam juntos nas trilhas sonoras de  "A dama do lotação", "Pecado original" e "Nas ondas do surf". 

“Ele tem uma coisa interessante: é daquela categoria de pessoa que nasce compositor”, comenta Mú sobre o baiano. “Acredito que há uma diferença entre você estudar composição e nascer compositor. Porém, isso não anula o fato de a pessoa nascer compositor e também estudar composição. Aí então é maravilhoso. Eu, humildemente, me coloco nessa categoria, porque comecei a tocar e compor no mesmo momento.”

Mú conta que, certa vez, quando chegou um piano em sua casa, ele começou a tocar e a compor ao mesmo tempo. “Na verdade, passei a tocar uma música que comecei a compor ali, naquela hora. Composição sempre foi a coisa mais importante para mim. Fui estudar mesmo, depois de aprender a ciência da música e tal. Acho que Caetano está nessa categoria pois consegue fazer umas melodias muito sofisticadas. Ele tem uma sofisticação impressionante em suas melodias. Não vou nem falar das letras, porque todo mundo sabe que ele é um poeta gigante.”

PANDEMIA

Embora seja um admirador antigo da obra de Caetano, Mú não havia tocado em versão solo canções dele até a chegada da pandemia. “Durante os meses em que fiquei em casa, dei uma mergulhada no piano e comecei a estudar umas músicas que sempre quis tocar e nunca tinha parado para colocá-las no dedo. E aí, por acaso, começaram a rolar várias de Caetano, como ‘Oração ao tempo’, ‘Terra’, ‘Trilhos urbanos’ e ‘Trem das cores’”, conta.

Quando se deu conta de que já estava tocando à sua maneira cinco músicas de Caetano, Mú concluiu que poderia transformar essa sua diversão num disco e passou a buscar outras cinco canções da discografia do baiano. 

“Preparei os arranjos em casa mesmo, no meu home studio. Fiz a pré-produção dessas músicas, já meio que fazendo o núcleo, o desenho do arranjo, melhor dizendo. Depois fui para o estúdio e convidei alguns músicos para gravarem comigo.”

Ele diz ainda que aproveitou para “deitar e rolar com os teclados”. E explica: “Tenho muitos, porque sou bastante ligado em timbres. Todos os sons que se ouvem no disco são feitos com teclados mesmo, não são plugins. Hoje em dia, existem simuladores de teclados que fazem um som bem parecido. Mas não, são os meus teclados mesmo e comigo tocando, é claro.”

Agora, Mú planeja repetir a dose, gravando outros compositores. “Gilberto Gil é muito interessante também. Já toco algumas músicas dele no meu repertório de piano solo. Por exemplo, ‘Se eu quiser falar com Deus’ é uma música que adoro tocar. Então estou de olho nisso também, mais para a frente, e vamos gravando uma coisa de cada vez.”

Outros artistas que ele cita são Chico Buarque, Milton Nascimento e Tom Jobim. "São medalhões da MPB, porém compositores que têm melodias muito ricas. Então, dá para pegar esse material e levar para o mundo instrumental.”

No papel de arranjador, ele diz achar que “pegar uma música e gravar do jeito que ela foi gravada, com a mesma harmonia e levada, não tem graça. Tem que pegar e fazer algo diferente. 'Cajuína', por exemplo, virou um negócio muito maluco, uma onda meio Jamaica. Mas acho que tem que respeitar a melodia. Quanto à harmonia, o groove e a levada, podemos dar uma mexida neles”.
capinha do disco
(foto: Divulgação)
 
“TREM DAS CORES”
• Mú Carvalho
• Versões instrumentais de “Alegria alegria", “Cajuína”, “Coração vagabundo”, “Leãozinho”, “Oração ao tempo”, “Pecado original”, “Tempo de estio”, “Terra”, “Trem das cores” e “Trilhos urbanos”
• Disponível nas plataformas digitais


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