(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas CINEMA

Com Lady Gaga, Al Pacino e Adam Driver, 'Casa Gucci' é atração em BH

Filme do diretor Ridley Scott enfatiza o poder destrutivo da cobiça e do desejo de reconhecimento ao abordar a tragédia do poderoso clã do mundo fashion


25/11/2021 04:00 - atualizado 25/11/2021 08:08

Lady Gaga interpreta a ambiciosa Patrizia no filme 'Casa Gucci'
Lady Gaga interpreta a ambiciosa Patrizia no filme 'Casa Gucci' (foto: Tolga Akmen / AFP)
Um homem de terno pega sua bicicleta e sai pedalando no meio do trânsito. Ao chegar ao destino, entrega a bicicleta a um empregado, quando é chamado pelo nome por um estranho. Esse é o início de “Casa Gucci”, dirigido por Ridley Scott, que estreia nesta quinta-feira (24/11) nas salas de BH.

Trata-se da história de um grande escândalo familiar no mundo da moda. Após o início em aberto, o filme volta ao passado para mostrar o que levou aquele homem, Maurizio Gucci (Adam Driver), a um destino trágico.

O desligado Maurizio vive à parte dos grandes negócios da grife capitaneada por seu pai, Rodolfo Gucci (Jeremy Irons), em parceria com o irmão Aldo Gucci (Al Pacino).

O desajeitado Maurizio é fisgado pela desinibida Patrizia Reggiani (Lady Gaga). Rodolfo o deserda e Maurizio vai trabalhar com o pai da moça, dono de uma empresa de transportes. Chega a dizer que nunca fora tão feliz. Mas Patrizia tem outros planos, bastante mais ambiciosos para si mesma e para o marido.



O enredo poderia ter sido escrito para um filme de suspense movido a rivalidades, reviravoltas e traições, chegando ao assassinato. Nessa trama, parece curioso como protagonistas do mundo moda podem se comportar como vilões de quinta categoria. Tudo se passou na vida real, como atesta o livro “Casa Gucci”, de Sara Gay Forden (Edição Seoman).

Glamour, ganância, loucura e morte são o centro da história de ascensão e decadência de uma grande marca. A questão da moda, em si, permanece bastante lateral, em proveito do verdadeiro foco de Ridley Scott: a cobiça e o desejo de reconhecimento, essa fraqueza humana por definição.

A força destrutiva da ambição passa por Patrizia, em primeiro lugar. Mas não será ela a única responsável pela catástrofe. Ela instiga o marido a trair Aldo (Pacino) e seu filho Paolo (Jared Leto). Depois, ela própria se verá vítima da sede de poder do antes desprendido Maurizio.

Não por acaso, o diretor usa trechos de óperas famosas em algumas sequências-chave. Por outro lado, introduz aqui e ali determinados alívios cômicos, em especial através de Paolo Gucci, vividamente interpretado por um Jared Leto. O estilista medíocre que tenta impor seu design à Casa.

Lady Gaga faz sua Patrizia de forma correta. Adam Driver, como sempre, está à vontade em seus tipos desengonçados. Al Pacino exibe a velha classe, embora sintamos, sob o personagem, a embocadura de Don Michael Corleone, de “O poderoso chefão”.

Carregados pela tragédia do poder que vitimou Maurizio, os Gucci passaram. Em outras mãos, a Casa Gucci permanece.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)