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Estado de Minas ARTES VISUAIS

Exposição 'Caus' quer romper o preconceito em relação à arte urbana

Grafiteiros, designers, ilustradores e pintores expõem na galeria da Escola de Design da Uemg, na Praça da Liberdade, a partir desta terça-feira (19/10)


18/10/2021 04:00 - atualizado 18/10/2021 07:28

Nove artistas exibem telas durante a montagem da mostra 'Caus' na galeria da Escola de Design da Universidade do Estado de Minas Gerais, em BH
Artistas criaram trabalhos especialmente para a mostra 'Caus', que será aberta na terça-feira (19/10), em BH (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
Um muro dentro de uma galeria de arte. No meio dele, uma porta quebrada. É sobre romper barreiras, disputar territórios, dar visibilidade, enfim, meter o pé na porta, a exposição “Caus”. Com abertura nesta terça-feira (19/10), no Espaço Cultural da Escola de Design – Uemg, na Praça da Liberdade, a mostra reúne trabalhos de artistas urbanos – grafiteiros, designers, ilustradores – da Grande Belo Horizonte, em sua maioria.

Com 15 metros de extensão e três de largura, o muro é, na verdade, uma grande instalação que reúne 63 painéis (telas de 1,2m por 80cm) criados exclusivamente para a mostra. Realizada sem patrocínio e de forma colaborativa, a iniciativa também apresenta, até dezembro, programação paralela de palestras, vídeos e workshops.

“Percebi, durante a pandemia, todo o meio frustrado, sem perspectivas. Existe uma produção grande que não tem escoamento, pois de maneira geral o trabalho que está na rua é desvalorizado. Mas quando ele vai para um espaço expositivo, ganha outro caráter”, afirma Rodrigo Scalabrini, que assina a curadoria ao lado de Rodrigo Ribeiro.

Os expositores são nomes emergentes na cena. Cada qual terá um minidocumentário, que será exibido presencial e virtualmente durante o evento. “O título ‘Caus’ é uma provocação, uma maneira de desafiar, repensar os estereótipos. A mostra está na Praça da Liberdade, espaço de museus e galerias importantes da capital. Queremos falar sobre a democratização, mostrar que artistas de rua transitam em vários territórios da cidade e dominam suas ferramentas de trabalho”, diz Ribeiro.

A arquitetura do antigo prédio do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg), projeto do arquiteto Raphael Hardy Filho, é um convite para explorar essa ideia de rompimento de fronteiras. A edificação envidraçada permite às pessoas que circulam na região ver as obras dentro da galeria.

“A intenção é levar para dentro da galeria as pessoas que estão na praça. Esse é um dos poderes da arte urbana, do grafite, pois tem um pessoal que não vai a museu”, acrescenta Ribeiro.

Além do muro, a mostra terá, no mezanino da galeria, três instalações de artistas que trabalham com temáticas socioambientais. Relacionando arte e natureza, as obras pretendem chamar a atenção para a emergência da crise climática, o consumo consciente e a bioconstrução.

Uma delas é “Planeta Caus”, idealizada pelos curadores em parceria com a artista Vivian Blaso, que traz um globo produzido com materiais naturais – bambu revestido com musgo. Um tecido vermelho, saindo do continente sul-americano, representa o Brasil sangrando devido à devastação do meio ambiente.

A abertura da exposição vai contar com o artista Homem Gaiola, que realiza mapping (projeção de imagens em estruturas de grandes dimensões, como fachadas de edifícios), e utilizará como tela o próprio prédio da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg).

Quadro ''Brain dain'', de Loo.E, mostra figuras humanas em círculo junto de um ser diabólico
''Brain drain'', pintura de Loo.E (foto: Caus/divulgação)

“CAUS”

Exposição de arte urbana. Abertura na terça-feira (19/10), às 18h, na galeria da Escola de Design da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg). Rua Gonçalves Dias, 1.434, Praça da Liberdade. 
Às 19h, palestra “Mestres das ruas”, com Gud e Dninja. Entrada franca. Até 6 de dezembro. Informações: www.instagram.com/causbh e galeriacaus.com.br
Tão pintou a cara de um boi cercado de notas de dinheiro no quadro ''Capitalismo selvagem''
"Capitalismo selvagem", tela de Tão (foto: Caus/divulgação)

WORKSHOP PRESENCIAL

Na quarta-feira (20/10), às 19h, a artista visual e produtora cultural Lola Peroni apresenta o workshop “Currículo, clipping e portfólio” dentro da programação da mostra. O encontro, presencial, vai tratar de atividades para divulgação e publicação de marcas e produtos de artistas. Entrada franca. Inscrições: www.sympla.com.br

ARTISTAS

>> Alexandre Rato – Multiartista, trabalha o estilo que denominou como “realismo mágico”, mesclando realidade e toques surrealistas.

>> Ataíde Miranda – Ilustrador autodidata, inspira-se em temas lúdicos, mitológicos e teatrais.

>> Biga – Artista visual e designer, seu trabalho é influenciado pela psicodelia e elementos da natureza.

>> Clen – Grafiteiro, arte-educador e estudante de artes plásticas, desenvolveu seu trabalho no projeto Muros, no Jardim Teresópolis, em Betim.

>> Fênix – Artista, grafiteira e ilustradora autodidata, seu trabalho enfatiza as culturas indígena e afro.

>> Fhero – Grafiteiro paulista, suas obras são marcadas pela presença de letras. É integrante do coletivo de grafite PDF Crew.

>> Goma – Um dos grafiteiros mais conhecidos de BH, começou sua trajetória na pichação. É proprietário da loja Real Grapixo, que estampa a arte de diversos artistas do país.

>> Gud – Com ampla atuação em Minas e outros estados, o muralista, grafiteiro e arte-educador trabalha, geralmente, figuras humanas e bastante cor.

>> Hely – Artista plástico, faz grafite desde a adolescência. Com ilustrações realistas, seu principal tema 
é a cultura popular.

>> Henrique Coral – Grafitando em muros desde 2000, seus trabalhos têm forte relação com a cultura hip-hop. Também é arte-educador e tatuador.

>> Homem Gaiola – Integrante do coletivo internacional Darklight Studio, realiza projetos visuais. Já fez mapping no Cristo Redentor, produziu conteúdo para a turnê europeia de Anitta e desfiles de moda.

>> Kawany Tamoyos – De ascendência indígena, a ilustradora e grafiteira trabalha temas voltados para o feminino.

>> Kaos Scalabrini – Seu trabalho traz como temas a preservação da natureza e a crítica social.

>> Lax Aiala – Artista visual que atua há pouco mais de 20 anos no grafite, trabalha com temas retrô, muito voltados para a cultura pop dos anos 1980.

>> Loo.E – Holandês radicado no Brasil desde os anos 1990, é arquiteto e designer gráfico.

>> Lucas Pietro – Também fotógrafo e videomaker, cria imagens para moda, música e publicidade a partir do que ocorre nas ruas.

>> Mariana Marinato – Autodidata, após ingressar na Escola Guignard, há três anos, interessou-se pelo grafite. Seu tema principal é a passagem do tempo.

>> Nadu Soares – Com 30 anos de atuação no grafite, usa formas e elementos da natureza como  fonte de inspiração.

>> Rafael Boneco – Integrante do coletivo IN.Graffiti, tem obras tanto em intervenções urbanas quanto em suportes tradicionais.

>> Sodac – Autodidata e com atuação no desenho tradicional, na arte digital e tatuagem, trabalha com temas sociais.

>> Telma Martins – Professora de artes visuais e design da Uemg, pesquisa o impacto da arte urbana nas cidades.

>> Tão – É criador da personagem Mimosa, a assinatura dele nas ruas de BH.

>> Vivian Blaso – Belo-horizontina radicada em São Paulo, trabalha com múltiplas linguagens, enfatizando a inclusão social e a preservação do meio ambiente.


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