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Estado de Minas CINEMA

Com Ryan Reynolds, 'Free guy' é entretenimento garantido

Em longa que estreia nesta quinta (19/08) nos cinemas ator vive um personagem de game que tenta fugir ao seu destino de solidão


19/08/2021 04:00 - atualizado 18/08/2021 23:59

Ryan Reynolds volta a esbanjar carisma como o personagem lateral de um game que faz tudo sempre igual, inclusive se vestir com a mesma roupa todos os dias(foto: Disney/Divulgação)
Ryan Reynolds volta a esbanjar carisma como o personagem lateral de um game que faz tudo sempre igual, inclusive se vestir com a mesma roupa todos os dias (foto: Disney/Divulgação)

Todo dia ele faz tudo sempre igual. Acorda com um sorriso, escolhe uma blusa azul e uma calça bege (todas exatamente idênticas), sai de casa, toma o café e caminha até o banco onde trabalha como caixa. 

“Não tenha um bom, tenha um ótimo dia!” é o bordão que repete para os conhecidos e clientes. Quando um assalto é anunciado, ele e seu melhor amigo, guarda do banco, se abaixam e conversam sobre os planos pós-expediente, que, como não poderia deixar de ser, são sempre iguais.

Os desavisados irão assistir à sequência inicial de “Free Guy: Assumindo o controle” e pensar: aonde o novo personagem de Ryan Reynolds quer chegar? A resposta não custa a aparecer (para ele e para nós). Guy, ou “o cara da camisa azul” (Reynolds) é um personagem de um videogame. Pior: ele é um NPC (do inglês non-player character), basicamente um personagem de jogo eletrônico que não pode ser controlado por um jogador. Pior ainda: é um figurante. Nunca vai morrer, mas também nunca terá vida ou ideias próprias. 

CARISMA 

O filme de Shawn Levy (“Stranger things” e a franquia “Uma noite no museu”) atira em várias frentes e acerta em quase todas. É uma produção para Reynolds despejar seu carisma fazendo basicamente o mesmo que já fez em “Deadpool”, mas sem nenhum traço de cinismo. 

É ainda um misto de filme de super-herói com comédia romântica com drama e ainda uma veia de autoajuda. Afinal, todos têm direito a ter voz. Enfim, é entretenimento puro, mesmo que não haja nada muito inovador. 

Ingênuo até não poder mais (aqui há um quê de Forrest Gump), Guy estava em mais um dia com o guarda Buddy (Lil Rel Howery), seu melhor amigo, até ver uma mulher passando na rua. Era a personificação da mulher dos seus sonhos – e na vidinha que julgava ideal, só faltava ela para completar sua eterna felicidade. Mas não, Buddy deixa claro. Você não pode mexer com ela, pois a mulher é uma das figuras que usam óculos (para eles, tais pessoas são super-heróis).

Incomodado com a situação, Guy acaba indo falar com a moça. Descobre que ela é Molotov Girl (Jodie Comer) e ainda que Free City, a sua cidade, é um lugar de videogame. Guy está no nível 1 e a garota avisa que só falará com ele depois que passar do nível 100 no jogo. Ao conseguir um par de óculos, o personagem descobre o que os jogadores dos games veem naquele mundo e começa a jogar.

Essa é uma camada do filme. A outra é a vida real, ou pelo menos como ela se apresenta na narrativa. Molotov Girl é o avatar escolhido pela programadora Millie, que criou um jogo com outro jovem gênio da tecnologia, Keys (Joe Kerry). Esse game replicaria o mundo real, mudando o conceito dos jogos tradicionais, que geralmente dão missões violentas para os jogadores. 

ROUBO 

No meio do processo desse jogo, a dupla acabou sendo lesada pelo dono de “Free City”, Antwan (Taika Waititi), um egocêntrico criador de games. Millie tenta provar o roubo de Antwan e a descoberta que um NPC, no caso Guy, pode ter vida própria, só colabora para que ela coloque seu plano em ação.  

“Free Guy” pega várias referências da cultura pop – cinema, música, games – e as coloca num liquidificador. Guy é obcecado por cantoras pop de voz aguda dos anos 1990 – e Mariah Carey é sua diva maior. A história traz ecos de várias produções, de “O show de Truman” à recente série “Westworld”. Há também participações de Channing Tatum (impagável), John Krasinski (só a voz) e um certo super-herói da Marvel que é melhor não entregar.

Fazendo piadas sobre o consumo exagerado e a geração videogame, que se esconde do mundo real no ambiente virtual, “Free Guy” entretém um público diverso. Você pode ser até da época do Atari para gostar do filme. 

“FREE GUY: ASSUMINDO O CONTROLE”

(EUA, 2021, 115min, de Shawn Levy, com Ryan Reynolds, Jodie Comer e Taika Waititi) – Estreia nesta quinta-feira (19/08) nos complexos das redes Cineart, Cinemark, Cinépolis e CineSercla 


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