
Essa vulnerabilidade diante do julgamento alheio é tema de “Doce 22”, como ela explica. “Estou muito assustada com tudo isso, nunca me joguei desse jeito e expus minhas vulnerabilidades como fiz neste álbum. Eu vejo esse álbum como me permitir e isso, de certa maneira, vai tocar outras pessoas. Acho que não tem nada mais incrível do que a gente simplesmente ser. Ir, mesmo com medo; se permitir ser um ser humano, estar feliz ou triste”, afirma.
O disco tem 14 faixas e está dividido em um lado A, que traz sua faceta mais dançante e animada, e investe na ousadia, na sensualidade e na coragem; e um lado B, mais sensível e melódico, em que se mostra vulnerável e confessional.
A separação se configura nos nomes das músicas e inclusive em sua grafia. Pertencem ao lado A as maiúsculas INTERE$$EIRA, VIP -, MODO TURBO, CAFÉ DA MANHÃ, P 2000 s2, ANACONDA o ~ e MULHER DO ANO XD. A oitava faixa é uma transição entre esses dois universos, “INTERlude :(“. E o lado B contém: melhor sozinha :-)-:, fugitivos :), penhasco., caos, flor *, o conto dos dois mundos (hipocrisia) e também não sei de nada :D.
Inspirações
Luísa, que aos 16 anos fazia covers de Anitta e Pabllo Vittar, hoje pode contar com as artistas como convidadas em seu álbum, na música “Modo turbo”, já lançada como single. Ludmilla e Jão são outras presenças no trabalho, que tem ainda colaborações do rapper norte-americano 6lack e da também norte-americana Mariah Angeliq, uma das recentes revelações do reggaeton e trap latino.
“Desde ‘Modo turbo’ foi algo muito surreal para mim. Eu sou muito mais nova que elas (Anitta tem 28 anos e Pabllo, 27), me sinto de outra geração já. Anitta tem 10 anos de carreira e eu tenho quatro”, afirma.
A cantora conta que quando ouviu “Sua cara” (2017) disse a si mesma que ainda teria uma música com as duas. “Três anos depois, eu estou no set de gravação com as duas. É muito gratificante. Eu, literalmente, cantava Anitta e Ludmilla na escola. Aí eu estou aqui, não sei nem como cheguei.”
Luísa diz que ainda tem essas artistas como inspiração, “por mais que a gente seja colocada no mesmo patamar”. “Jão é muito fod* também. Todas as pessoas que estão nesse álbum são a realização de um sonho. Sinto que zerei a vida.”
Estética visual de “Doce 22”
Esteticamente, o disco evoca os anos 2000 e o domínio de divas do pop, como Britney Spears e Christina Aguilera. “A Britney formou a minha personalidade artística. Tem muita referência na forma de falar, aquela mais direta da Christina. Elas vão muito direto ao ponto, sendo muito claras com as palavras. Essa é uma das maiores referências. Particularmente, sou apaixonada por essa época e me inspiro muito nela.”

Desconectada
Este álbum marca a volta de Luísa Sonza após se afastar das redes sociais por quase dois meses. A última publicação em seu Instagram foi uma publicidade em 29 de maio, que teve os comentários desativados. Dois dias depois, imputaram nela a responsabilidade pela morte do bebê que seu ex-marido, Whindersson Nunes, teve com Maria Lina, e a gaúcha foi ao chão.
Depois de publicar em seu Instagram um vídeo em que chorava convulsivamente, Luísa foi aconselhada a se afastar das redes sociais para preservar sua saúde mental.
“É muito assustador, não pude me recuperar ainda, mas uma hora eu tinha que continuar”, disse a respeito da pausa para ‘desintoxicação’. “Tenho muitos contratos para cumprir, uma equipe muito grande que depende de mim, meus fãs esperando e preocupados. Essa pausa foi só uma fuga, mas quando eu voltei estava tudo do mesmo jeito. Minha cabeça estava igual, o trabalho estava acumulado. Foi importante, mas sinto que não foi suficiente, não sei como vou lidar com tudo isso”, disse. “Estou lidando com minha depressão, meu pânico e eles não vão sumir de uma hora para outra.”
Alcance
Mesmo com sua trajetória carregada de julgamentos, ela ainda consegue servir talento. Luísa conta com mais de 1 bilhão de visualizações no Youtube e se tornou uma das cinco cantoras mais ouvidas no Spotify Brasil e suas redes sociais somam mais de 50 milhões de seguidores.
