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Estado de Minas SÉRIE

'Sombra e ossos' é tentativa da Netflix de emplacar a sua 'Game of thrones'

Produção é adaptação literária de uma trama fantástica que envolve uma heroína órfã com poderes sobrenaturais e um Estado cindido


07/05/2021 04:00 - atualizado 07/05/2021 07:25

A protagonista Alina Starkov é interpretada pela atriz inglesa Jessie Mei Li, cujos traços orientais são alvo de preconceito na trama, que tem a xenofobia como um de seus temas(foto: Fotos: Netflix/Divulgação )
A protagonista Alina Starkov é interpretada pela atriz inglesa Jessie Mei Li, cujos traços orientais são alvo de preconceito na trama, que tem a xenofobia como um de seus temas (foto: Fotos: Netflix/Divulgação )

Com tramas fantásticas originárias da literatura, “Harry Potter” e “Game of thrones” se tornaram dois dos maiores fenômenos da cultura pop nas últimas décadas. Suas adaptações para o cinema (“Harry Potter”) e a TV (“Game of thrones”) renderam enormes bilheterias e recordes de audiência. 

Com o último dos oito filmes inspirados na série escrita por J.K. Rowling lançado em 2011 e o fim da série da HBO baseado na obra de George R. R. Martin há dois anos, ainda não se cumpriu a expectativa do surgimento de outro fenômeno popular nesse filão. “Sombra e ossos” é a aposta da vez, feita pela Netflix.

A  plataforma lançou a primeira temporada, com oito episódios, no último dia 23 de abril. A série é baseada na trilogia escrita pela autora israelense Leigh Bardugo sobre o universo Grischa.  “Sombra e ossos” é o título do primeiro livro da trilogia, publicado no Brasil pela editora Gutenberg, em junho de 2013.

Os Grischa são um grupo de pessoas dotadas de habilidades mágicas especiais que lhes permite manipular elementos como fogo, água e ar. Esse é o caso da protagonista Alina Starkov, interpretada pela atriz inglesa Jessie Mei Li, de ascendência chinesa.

Assim como em outras tramas de grande sucesso sobre um universo fantástico, é preciso calma e paciência para se ambientar e compreender a criatividade da autora. Habilidades mágicas, criaturas misteriosas, ordens seculares e grupos políticos em algum tipo de disputa num lugar inventado também se fazem presentes em “Sombra e ossos”, que figura na lista  das 10 atrações mais vistas na Netflix desde que estreou.

Amigo da heroína desde a infância no orfanato, Malyen Oretsev (Archie Renaux) é também seu provável amor na idade adulta
Amigo da heroína desde a infância no orfanato, Malyen Oretsev (Archie Renaux) é também seu provável amor na idade adulta
FRONTEIRA MÍSTICA 
De maneira mais simples, é possível explicar que a história se passa em um país fictício chamado Ravka, cuja caracterização temporal e geográfica remete à Rússia Imperial. Contudo, essa nação é dividida entre Ravka Leste e Ravka Oeste, separadas por uma fronteira mística chamada Dobra das Sombras, onde a luz não brilha e monstros sanguinários estão à solta. 

Tudo isso é contextualizado logo no primeiro episódio, quando Alina é apresentada. Porém, nesse momento, a jovem ainda é uma simples cartógrafa do primeiro exército de Ravka do Leste, formado apenas por soldados "comuns". Ela descobre seu grande poder quando parte na comitiva militar com a arriscada missão de atravessar a Dobra em uma embarcação que é atacada pelos monstros das sombras. 

Quando age para salvar parte da tripulação, Alina demonstra ter poderes de Grisha em um nível superior, classificado como “Conjuradora do Sol”. Assim que a notícia sobre sua façanha se espalha, ela se torna a esperança daqueles que planejam destruir a Dobra e reunificar o país, mas também uma ameaça para forças que agem por interesses contrários. 

Ou seja, uma espécie de “escolhida”, predestinada à glória, mesmo vinda do nada. Alina  foi criada num orfanato. E nesse aspecto a história se assemelha às tramas de de “Game of thrones”, “Harry Potter” e de tantas outras envolvendo heróis e magia. 

PODERES 
Ao longo da primeira temporada, ela vai aprendendo a lidar com seus poderes, é submetida a treinamentos intensos, chega a duvidar das suas capacidades, questiona o sentido de tudo aquilo que está vivendo e passa por muitos perigos e provações, até entender o real propósito de sua jornada.

Outro ponto em comum com fenômenos do gênero são as relações afetivas estabelecidas. Toda a saga de Alina é permeada por sua intensa amizade com Malyen Oretsev (Archie Renaux), cultivada desde a infância no orfanato, um aspecto que a narrativa ressalta com o recurso de vários flashbacks. Na vida adulta, contudo, a relação de amizade dá sinais de que pode se tornar uma grande paixão

Mas há outros romances e interesses que atravessam o caminho dos dois nessa primeira etapa da história, com destaque para o personagem General Kirigan (Ben Barnes), o primeiro a identificar o grande poder de Alina e cujas reais motivações são misteriosas.

Também não faltam efeitos visuais elaborados e cenas de ação e combate, mescladas com drama e amores mais incandescentes. Para isso a Netflix ampliou suas possibilidades, incorporando à série a trama de outra história literária escrita por Bardugo: "Six of crows", duologia lançada entre 2015 e 2016, que se passa no mesmo universo narrativo, mas com outros personagens. 
 
PISTOLEIRO 
Portanto, enquanto Alina vive sua jornada para se tornar a salvadora da nação, um outro grupo de jovens bem caricatos se aventura em missões pelas ruas movimentadas de Ravka do Oeste. Destaque para o pistoleiro Jesper, interpretado pelo britânico Kit Young, e a acrobata Inej, vivida pela atriz nepalesa Amita Suman, personagens que tornam a série mais diversa em termos de representatividade

A xenofobia é um dos temas sensíveis da história, já que os traços asiáticos de Alina, que nesse universo são da etnia chamada “shu”, são alvo de preconceito pela elite de Ravka. 

Para garantir essa fidelidade às obras literárias, Leigh Bardugo se juntou como produtora-executiva da série, que tem Eric Heisserer como criador. Heisserer é o roteirista de “A chegada” (2016), dirigido por Denis Villeneuve e indicado a oito Oscars. 

É dele também o roteiro de “Bird box”, de Susanne Bier, que a Netflix lançou em 2018 e se tornou um sucesso de audiência da plataforma, mas foi recebido com desagrado pela crítica. 


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Terceira temporada de "Strangers things" foi lançada em julho de 2019

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