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Estado de Minas VIDA DE ASTRO

Documentário mostra Ozzy Osbourne dos 20 anos ao Parkinson

Filme que estreia sábado (20/3) divide em capítulos a trajetória do ícone do heavy metal. Durante as filmagens, o roqueiro recebeu o diagnóstico da doença


17/03/2021 04:00 - atualizado 17/03/2021 07:46

Reconstruir a trajetória profissional de Ozzy Osbourne e condensá-la em duas horas foi como 'montar um quebra-cabeças', segundo seu filho Jack, que é produtor do filme
Reconstruir a trajetória profissional de Ozzy Osbourne e condensá-la em duas horas foi como "montar um quebra-cabeças", segundo seu filho Jack, que é produtor do filme (foto: Fotos: A&E/Divulgação)
Em 21 de janeiro de 2020, Ozzy e Sharon Osbourne tornaram público, no programa “Good morning America”, o diagnóstico dele para Parkinson. Naquele momento, a família Osbourne estava envolvida com a finalização do documentário “As nove vidas de Ozzy Osbourne”, que teria première em abril passado, no festival South by Southwest, em Austin, Texas. 

Veio a pandemia do novo coronavírus, que resultou no cancelamento da estreia do filme e também do festival. Ozzy, pouco antes do início da quarentena, ainda lançou o álbum “Ordinary man”. 

O documentário, uma produção do canal A&E com a Osbourne Media (Ozzy, Sharon e Jack, o caçula do casal, são produtores-executivos), foi lançado em setembro do ano passado nos Estados Unidos e chega neste sábado (20/3) ao Brasil.

Dirigido por Greg Johnston (também produtor-executivo do reality “The Osbournes”, exibido pela MTV entre 2002 e 2005), o longa busca, em duas horas, dar conta de uma das vidas (ou nove) mais ricas e tempestuosas do rock. 

Veja o teaser:


Aos 72 anos, com acompanhamento de um fisioterapeuta, fazendo todos os tratamentos possíveis contra Parkinson e já preparando um novo álbum, Ozzy só quer uma coisa: que não tenham pena dele. 

Para falar sobre o documentário, um evento on-line com jornalistas latino-americanos levou o Príncipe das Trevas a uma rara e curta aparição na quarentena. De cabelos brancos penteados para trás, blusa preta e um colar discreto, ele ficou poucos minutos ao lado de Sharon na videoconferência – mais tarde, somente ela e Jack responderam às perguntas dos jornalistas.

Família em primeiro plano 

 “John Michael Osbourne era um cara da classe trabalhadora que não sabia o que queria da vida até escutar os Beatles. Ozzy é uma personalidade pública, que vive nos palcos. Acho que sou o homem mais sortudo do mundo, pois tenho uma carreira longa e apoio do público. E minha mulher é quem me dirige neste sentido. Tenho tido a melhor vida que alguém poderia desejar”, disse ele na videoconferência.

Ao lado de Sharon, Ozzy afirmou que “a melhor experiência” de sua vida foi encontrar a mulher. Quando questionados pelo mediador da videoconferência o que era o amor, cada qual respondeu, ao mesmo tempo, o nome do outro. Também disse que não houve maquiagem alguma. “O filme mostra as coisas boas e ruins, é honesto. Tenho meus arrependimentos, mas eles também me ajudaram a ser quem sou, não deixo que dominem minha vida”, acrescentou.

"John Michael Osbourne era um cara da classe trabalhadora que não sabia o que queria da vida até escutar os Beatles. Ozzy é uma personalidade pública, que vive nos palcos. Acho que sou o homem mais sortudo do mundo, pois tenho uma carreira longa e apoio do público. E minha mulher é quem me dirige neste sentido. Tenho tido a melhor vida que alguém poderia desejar"

Ozzy Osbourne, astro do heavy metal


Com a família sempre em primeiro plano, o documentário apresenta de maneira cronológica a vida de Ozzy. São nove “capítulos”, cada um correspondente a uma das “vidas”: “Pobreza e prisão”, “O nascimento do heavy metal”, “Drogas, morte e divórcio”, “Diário de um louco”, “Casamento e caos”, “O pecado definitivo”, “Chega de turnê”, ”Papai sabe tudo” e “Aposentadoria”.

A aposentadoria é um tanto relativa, já que Ozzy revela, em dado momento, que só vai se aposentar “quando eu ouvir colocarem pregos no meu caixão. E, mesmo assim, farei um bis mais tarde, porque sou o Príncipe das Trevas”. 

Além dos Osbournes, o longa traz depoimentos dos integrantes da formação original do Black Sabbath – o guitarrista Tony Iommi, o baixista Geezer Butler e o baterista Bill Ward –, e de outras figuras do meio fonográfico, como o produtor Rick Rubin, o vocalista Rob Zombie e o rapper Post Malone. 

Sharon, que tem 68 anos e está casada com Ozzy há 39, falou com a imprensa sobre o Parkinson. “Muda todo dia. Há dias em que Ozzy está brilhante, caminha, se sente bem. Na semana seguinte, ele pode ter dois dias realmente ruins, sem energia. Nada é permanente e hoje todos vivemos no momento presente. Não pensamos muito em como será o próximo ano.”

Jack contou que quando o Parkinson foi confirmado, 80% do documentário já havia sido rodado. “O diagnóstico mudou a vida dele sutilmente, não drasticamente. Foi estranho (fazer o filme na época), porque não sabíamos o que iria acontecer com ele. Houve um momento em que me questionei sobre o documentário, pensando se ele seria mais uma homenagem do que uma biografia. Falamos (no filme) o que sabíamos na época.”

Reality devassou vida privada do roqueiro

Com meio século dedicado à música – primeiramente com o Black Sabbath, banda seminal do heavy metal e, a partir dos anos 1980, na carreira solo – Ozzy já teve trajetória artística e vida pessoal devassadas na ótima autobiografia “Eu sou Ozzy” (2010) e no hilário reality “The Osbournes”, lançado em uma época em que o “Big brother” estava dando seus primeiros passos mundo afora.

“Não se tem mais realities como o nosso porque é muito caro e a maioria das famílias é chata. Na época,eram câmeras nos seguindo 24 horas por dia. Hoje, os programas (do gênero) têm roteiro pré-produzido”, comentou Sharon. E o reality apontou o que era aquela família absolutamente fora do comum naquele momento, 20 anos atrás, com dois filhos adolescentes

O documentário tenta resumir 72 anos em duas horas. “Foi como montar um quebra-cabeças”, disse Jack. “As nove vidas de Ozzy Osbourne” é lançado quando há outro projeto na manga – uma cinebiografia cujos detalhes deverão ser anunciados em breve, segundo Sharon. 

“Quando você vê Ozzy com 20 anos e depois com 70, é a jornada da vida de uma pessoa. Nós o vemos como um cara inocente, sem nenhuma responsabilidade, que não fazia nada além de sonhar. Depois, vemos o sonho se tornando realidade. E, mais tarde, como a vida cobrou daquele homem. Essa vida mudou, assim como acontece com todo mundo, quando se atinge a idade que Ozzy tem hoje. Te faz rir e chorar”, disse Sharon.

Falando sobre as “nove vidas” que dão título ao projeto, Jack admite que a família já pensou se uma delas seria a última da vida de Ozzy. “Outro dia, estava conversando com a mamãe e brincamos que o Ozzy dos anos 1980 (época do ‘comedor de morcegos’ que chegou a ser considerado satanista e teve sucessivas passagens por clínicas de reabilitação pelo abuso de álcool e de drogas) não se daria bem em 2021. O homem daquela época seria hoje cancelado rapidamente.”

O homem de hoje é um senhor que já viveu muito, sobreviveu a vários reveses e passou boa parte de sua existência fazendo música. “Ozzy e a música são um só. Houve a mudança (por causa da pandemia) e provavelmente não haverá show por mais um ano. Mas Ozzy tem uma vida incrível e, para vê-lo feliz, é só colocá-lo em um palco. Agora só resta saber quando ele poderá voltar”, diz Sharon.

AS NOVE VIDAS DE OZZY OSBOURNE
O documentário estreia neste sábado (20/3), às 23h20, no canal A&E.

TRILHA NO SPOTIFY

Uma playlist foi criada na conta do A&E do Spotify. Na seleção estão as 13 canções que integram o documentário. Há tanto músicas do Black Sabbath – “Iron man”, “Children of the grave”, “Paranoid”, “Hand of doom” e “Changes” – quanto da carreira solo de Ozzy – “Diary of a madman”, “Goodbye to romance” e “Over the mountain”.


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