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Estado de Minas MÚSICA

Para enfrentar 2021, 'Não tenha medo não'

Produtora musical e empresária, Rossana Decelso volta ao canto e lança seu segundo disco, com músicas que sempre gostou de ouvir e inéditas de Zeca Baleiro


02/01/2021 04:00 - atualizado 02/01/2021 08:03

 
Produtora musical e empresária, Rossana Decelso volta ao canto e lança seu segundo disco, com músicas que sempre gostou de ouvir e inéditas de Zeca Baleiro(foto: RAMA DE OLIVEIRA/DIVULGAÇÃO)
Produtora musical e empresária, Rossana Decelso volta ao canto e lança seu segundo disco, com músicas que sempre gostou de ouvir e inéditas de Zeca Baleiro (foto: RAMA DE OLIVEIRA/DIVULGAÇÃO)
Belo-horizontina radicada em São Paulo há 23 anos, Rossana Decelso é uma profissional da música em todos os sentidos. Empresária, produtora-executiva e artística, tem seu próprio selo, Backing Stars. E canta, ainda que sua presença no palco seja bissexta. A atividade de produtora musical acabou afastando-a do microfone, que ela retoma com o álbum Não tenha medo não.

Com 10 faixas, o disco é o primeiro desde Mandando bala (2004). Produzido pela própria Rossana com o alagoano Fernando Nunes, o trabalho reúne uma coleção de canções – algumas inéditas, mas boa parte de versões – que dão uma panorâmica de seu potencial como intérprete. Como não tinha nenhuma pressa, Rossana gravou aos poucos e também lançou o trabalho a conta-gotas. Uma faixa por mês, até que o disco completo saiu nas plataformas digitais no fim do ano passado.

Rossana conheceu Zeca Baleiro em BH nos anos 1980, quando o maranhense vivia na cidade. Não demorou a se tornar empresária dele – papel que exerce até hoje. “O Zeca foi o compositor que me inspirou a cantar. Eu estudava música desde a adolescência, mas queria encontrar meus pares. Quando o conheci, juntou tudo, pois é um cara da minha geração que fala das coisas de que gosto.”

E foi justamente no baú dele que ela mexeu quando decidiu lançar um novo álbum. “O acervo dele, um monte de fita cassete, a gente levou para o (programa) Pro Tools, e aquilo deu uns 10 CDs. Ficava sempre com vontade de cantar coisas antigas de que o Zeca havia aberto mão”, conta ela. Deste material inédito, Rossana escolheu quatro canções: Assim preto, B.O. (Caso de polícia), Finja e Perhaps (esta parceria de Baleiro com Milton Di Biasi).

“Quis mostrar também o que escutei e gosto. Quando adolescente, por exemplo, escutava muito mais música americana do que brasileira”, ela diz. Um dos achados do álbum é uma versão de Six o’clock (Paul e Linda McCartney), gravada por Ringo Starr em 1972. “Foi lançada no disco Ringo e me apaixonei por ela. É uma música que escutei a vida inteira.” 

ESCOLHA CURIOSA 

Quando foi pedir autorização à editora para registrá-la, a resposta que ouviu da pessoa que representa os direitos autorais de Paul McCartney no Brasil foi que ele achou curiosa a escolha, já que nunca havia sido regravada. Para o novo registro, Rossana fez um “libelo feminista bem-humorado”, em que o destaque é um coro de 20 vozes masculinas (inclusive a de Baleiro, cuja presença, ainda que discreta, marca o álbum). 

Clássico do cancioneiro pop, Daydream believer, dos Monkees, ganhou uma levada de bossa nova, com participação de Lucinha Turnbull (conhecida como a primeira guitarrista brasileira) e a viola caipira de Chico Lobo. Da mesma fase é Acho que vou lhe esquecer (Ed Wilson), que Rossana adorava ouvir na voz de Wanderléa (aqui ela foi atualizada pela banda Isca de Polícia).

Sérgio Sampaio é autor da canção-título – a nova versão foi arranjada por John Ulhoa, do Pato Fu. De Odair José ela escolheu Vida que não para, aqui com uma roupagem roqueira. Ex-empresária de Vander Lee (1966-2016), gravou dele Fui. A doce canção de amor se tornou mais leve, com outras nuances.  

Rossana começou a pensar em um segundo álbum no início da última década, quando passou uma temporada em Londres. Conheceu, por meio do Facebook, o músico e produtor Mike Vlcek, carioca de pai tcheco e mãe brasileira que vivia naquela época na Inglaterra. “Foi ele que fez um arranjo meio George Harrison para Perhaps. Daí veio a ideia de fazer um disco mais rock, de baixo, guitarra e bateria.” No retorno ao Brasil, foi esta a primeira canção registrada.

Com o álbum lançado, Rossana sabe que o momento de apresentá-lo para o público vai chegar, a despeito da pandemia ainda em curso Mandando bala não teve show. Na época ela estava por demais envolvida com a carreira de Zeca Baleiro. A história hoje é diferente. “Comecei a ensaiar uma volta em BH. Foram três apresentações com o Rogério Delayon (guitarrista e violonista), em 2017 e 2018. Tinha tantos anos que não subia num palco. Fiquei pensando se daria conta. Foi bem legal e agora tenho vontade de fazer show.”   

NÃO TENHA MEDO NÃO
Álbum de Rossana Decelso 
Backing Stars 
10 faixas  
Disponível nas plataformas digitais 


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