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Estado de Minas

Com mesa como terceiro personagem, duo de bailarinos encena 'Tábua rasa'

Espetáculo da No Ar Companhia de Dança faz uso dramatúrgico do objeto para escrever e reescrever sua narrativa


postado em 06/02/2020 04:00

Espetáculo da No Ar Companhia de Dança tem dois bailarinos em cena e faz uso dramatúrgico da mesa para escrever e reescrever sua narrativa (foto: Tereza Marinho/Divulgação)
Espetáculo da No Ar Companhia de Dança tem dois bailarinos em cena e faz uso dramatúrgico da mesa para escrever e reescrever sua narrativa (foto: Tereza Marinho/Divulgação)
Numa configuração inusitada para um espetáculo de dança contemporânea, Sérgio Penna e Ana Virgínia Guimarães se posicionam assentados atrás de uma mesa na primeira cena de Tábua rasa, que entra em cartaz nesta quinta-feira (6), na 46ª Campanha de Popularização Teatro & Dança. A dupla de bailarinos também criou e dirigiu a peça. Na produção da Companhia No Ar, a mesa assume uma função dramatúrgica e é incorporada à coreografia – sendo deslocada, desmontada e reutilizada, com a proposta de “contar novas histórias”.

“Tábua rasa remete ao artefato antigo, usado para escrever, apagar e escrever novamente. Ou seja, entendemos que na mesa era possível contar e recontar várias coisas usando o mesmo suporte, montando, desmontando, rodando pelo espaço, transformando em porta, chão, parede. Ela conceitua muito o que falamos”, diz Ana Virgínia Guimarães.

A escolha do objeto específico usado nessa montagem também tem um significado particular para a companhia. A mesa fazia parte do cenário de Cittá, espetáculo que a No Ar montou 2006 e com o qual venceu, naquele ano, o Prêmio Usiminas/Sinparc nas categorias melhor espetáculo, concepção coreográfica, iluminação, trilha sonora original e bailarina.

Com uma narrativa não linear, os dois únicos bailarinos em cena executam seus movimentos com alterações que definem seis etapas ou “pulsos embrionários”, divididas por títulos que, segundo a coreógrafa, remetem às “relações do homem com o mundo contemporâneo”. São eles: Estranhamente familiar, Linhas que torcem, Oroboro, Armário de maravilhas, Babas de amor e Lixo extraordinário. Desejos e comportamentos humanos são o tema da montagem.

COMUNICAÇÃO 

“Escolhemos títulos a partir de pesquisas e desenvolvemos temas para eles. É uma característica que mistura coreografias com o espaço para uma comunicação espontânea do que a gente faz”, afirma a diretora e bailarina. Em alguns momentos, a dupla faz anotações no cenário. “São escritos que sugerem pequenos relatos, distribuídos ao longo do espetáculo, sem necessidade de linearidade ou de trazer uma questão muito óbvia. É com o movimento, e não com a história, que criamos as representações”, diz ela.

Apesar da estrutura cenográfica simples, restrita aos dois bailarinos e à mesa, a peça tem participação decisiva da iluminação, a cargo de Wladimir Medeiros (design) e Israel Joseph (operação). “A iluminação não só ambienta, mas dialoga com o movimento. Assim como a trilha sonora (de Celso Nascimento), ela atua junto com a gente, enquanto desaparecemos e aparecemos em meio ao som e à luz”, afirma Ana Virgínia. Ela destaca a relevância para a cidade do Teatro Raul Belém Machado, no Alípio de Melo, onde o espetáculo foi exibido em sua estreia, em setembro do ano passado, e ao qual retorna nesta campanha. “É um espaço ótimo, surpreendente, que acolheu muito bem o espetáculo. Muito importante que a prefeitura mantenha uma estrutura assim, fora dos circuitos mais recorrentes.”

Tábua rasa
Com a No Ar Companhia de Dança. Desta quinta (6) a domingo (8), às 20h, no Teatro Raul Belém Machado – Rua Leonil Prata, s/nº, Bairro Alípio de Melo. Duração: 60 minutos. Ingressos nos postos de venda do Sinparc, R$ 14. Na bilheteria do teatro, R$ 40 e R$ 20 (meia). Mais informações (31) 3277-6437 e www.vaaoteatromg.com.br. 


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