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Estado de Minas

De olho no futuro, Barão Vermelho lança o disco de inéditas 'Viva'

Com Maurício Barros de volta e Rodrigo Suricato nos vocais, banda garante que não pretende viver de passado. 'Estamos aí novamente escalando a montanha', avisa Guto Goffi, fundador do grupo


postado em 03/09/2019 04:00 / atualizado em 02/09/2019 18:04

Maurício Barros, Fernando Magalhães, Suricato e Guto Goffi mantêm acesa a chama do rock and roll (foto: Marcos Hermes/divulgação)
Maurício Barros, Fernando Magalhães, Suricato e Guto Goffi mantêm acesa a chama do rock and roll (foto: Marcos Hermes/divulgação)
Há um frescor, mas a essência do Barão Vermelho ainda está lá. Viva, primeiro álbum de inéditas da banda sem Roberto Frejat – que deixou a banda em 2017 –, acaba de chegar às plataformas digitais de olho no futuro, mas sem se esquecer do passado.

O CD físico, cuja capa traz ilustração do artista plástico Alberto Pereira, será lançado ainda neste semestre. Além do novo vocalista, Rodrigo Suricato, o grupo carioca passou a contar novamente com um de seus fundadores: o tecladista, produtor e cantor Maurício Barros.

“É o trabalho de uma banda de 2019,  e não um tributo a 1982, quando tudo começou. Seria uma piada, uma caricatura de si mesmo se o Barão tentasse ser o que já foi. Mas a poesia e sonoridade continuam”, defende Suricato, que também é guitarrista.

Viva não dá nome a nenhuma das nove faixas. Trata-se do retrato do momento criativo dos quatro integrantes. Além de Rodrigo e Maurício, a banda conta também com o baterista Guto Goffi e o guitarrista Fernando Magalhães. Todas as canções foram compostas pelo quarteto.

“Viva não é no sentido de celebração, festa, mas o fato de estarmos vivos, produtivos e querendo levar arte para este mundo que anda tão complicado. Ao longo dos anos, o Barão sempre contou com compositores e letristas de fora, mas agora a gente quis se fechar nesse núcleo criativo”, explica Suricato.
 
Confira o clipe de Eu nunca estou só:
 
 
Único fundador que permaneceu o tempo todo na banda, Guto Goffi se considera o “guardião da churrasqueira que nunca deixou o fogo apagar”. De acordo com ele, a ideia de os “baronescos” serem os responsáveis por todas as canções foi um pouco proposital.
 
“A gente tinha que dar credibilidade a essa formação, mostrar que não vivemos só do passado. Era importante o público nos enxergar não só como intérpretes, mas como compositores, arranjadores, e nos desse seu aval. O Barão quer seguir em frente, produzir em larga escala”, ressalta o baterista.

A primeira faixa, Eu nunca estou só, além de assinada pelo quarteto, ganhou a cereja do bolo: a participação do rapper BK. “Ela foi feita aos 45 do segundo tempo. A gente queria incluir o rap, música de protesto com a temática da rua, e fundi-lo com o blues e o rock do Barão Vermelho. Deu uma mistura bacana”, afirma Guto Goffi.

Ao longo de 37 anos, a banda teve dois vocalistas que entraram para a história da música brasileira: Cazuza (1982 a 1985) e Frejat (1985 a 2017). Rodrigo Suricato diz que nunca quis substituir ninguém, mas suceder.
 
Mais do que isso, colaborar de alguma forma. Sua estreia fonográfica como vocalista do grupo ocorreu em abril de 2018, no EP #Barãoprasempre, com regravações de músicas do antigo repertório da banda.

“A gente precisava se conhecer primeiro para depois ter um filho. O Viva veio agora, no momento certo. Quando entrei, já tinha uma trajetória importante, claro que com uma janela menor do que o Barão representa. Não entrei para ser a voz do Barão Vermelho, mas para contribuir como compositor (ele assina cinco das nove faixas – duas delas sozinho, Um dia após o outro e Vai ser melhor assim). A arte serve para construir e desconstruir”, enfatiza Suricato.

Para o vocalista, ser uma banda roqueira em pleno 2019 é a coisa mais rock and roll que existe. “Em 1980, esse era o gênero mais popular no país. Hoje, é bem diferente. Mas ele não perdeu sua força”, acredita.

De acordo com Suricato, é natural que a expectativa seja alta em relação à banda. Afirma que todos têm se esforçado para não deixar o padrão de qualidade cair.

“É curioso também como o Barão já atinge outra geração. Muitos nem sabiam que o Cazuza tinha feito parte da banda. Mesmo quem é fã desde os primórdios curte a nova fase. O Barão Vermelho está muito vivo e feliz”, garante.

Guto Goffi assegura que mesmo com o passar dos anos, a chama e o vigor continuam intensos. “A gente conseguiu mudar a direção e estamos aí, novamente escalando a montanha. Sempre foi uma delícia tocar com o Barão. É uma banda de energia lá em cima, todo mundo sempre se deu muito bem. Eu não poderia estar mais alegre vendo essa roda girar de novo.”

A nova turnê do grupo começou por São Paulo, em 24 de agosto. O show não traz o novo projeto na íntegra, mesclando novas canções com sucessos dos outros 17 discos.

“O rock está num momento meio cult, não é mais a música da moda como já foi. A gente incluiu três canções do Viva, mas sem esquecer os hits. Vamos testando a galera e sentir como vai ser a vibe. De forma geral, é um trabalho que vem tendo muita receptividade”, observa Goffi.

Ainda não há data marcada para show em Belo Horizonte, mas o baterista assegura que a capital mineira estará no roteiro. “A cidade tem um público fiel do Barão, por isso estou ansioso sobre como vai ser em BH. A música mineira, o próprio pessoal do Clube da Esquina, tem muita influência da pegada do rock”, conclui.


VIVA
. De Barão Vermelho
. Nove faixas
. Independente
. Disponível em todas as plataformas digitais







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