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FICA O CONVITE

Museu Mineiro renovou em dezembro sua exposição de longa duração - a anterior estava em cartaz desde 2002 - e fechou neste janeiro, após exoneração de comissionados. No sábado, instituição reabriu, com horário de visitação reduzido e a meta de atrair um número maior de pessoas para ver suas coleções sacra e histórica


postado em 14/01/2019 05:05

A Sala das Sessões passou por restauro e recebeu uma coleção de pinturas acadêmicas do final do século 19 e início do 20(foto: JAIR AMARAL/EM/D.A PRESS)
A Sala das Sessões passou por restauro e recebeu uma coleção de pinturas acadêmicas do final do século 19 e início do 20 (foto: JAIR AMARAL/EM/D.A PRESS)





Mais importante dos sete museus estaduais administrados pela Superintendência de Museus e Artes Visuais, o Museu Mineiro foi o único deles a ficar fechado ao público na primeira semana do ano, em decorrência da exoneração dos comissionados. Não havia funcionários para manter a instituição aberta. Com a recondução de parte dos servidores aos respectivos cargos, em processo que culminou no sábado (12), a instituição reabriu as suas portas no fim de semana.

Por ora em horário reduzido – de terça a domingo, das 12h às 19h – o Museu Mineiro, que finalmente vê as luzes de 2019, merece e deve ser visitado. Na segunda quinzena de dezembro, no apagar das luzes do governo e do ano anteriores, a instituição abriu a mostra Minas das artes, histórias gerais. A exposição de longa duração que a antecedeu, Colecionismo mineiro, havia sido inaugurada em 2002.

Mas não é só essa a novidade. Pela primeira vez em muitos anos, o museu – que funciona em casarão do século 19, integrante do conjunto arquitetônico original de Belo Horizonte (abrigou o Senado Mineiro até 1930) – está com suas seis salas abertas. Nos dois últimos anos, o prédio passou por uma renovação de sua infraestrutura, o que incluiu novos sistemas elétrico, luminotécnicos, de segurança, além de restauração de elementos artísticos, piso e pintura.

No total, foram gastos R$ 950 mil, recursos provenientes da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, através da Associação Amigos do Museu Mineiro. “O museu recebe um público de 15 mil  a 18 mil pessoas por ano. O potencial dele é muito maior do que isso, mas acho que um dos problemas era que ele estava sempre com uma parte fechada. Agora, ele pode mostrar um potencial que estava adormecido”, afirma Andréa de Magalhães Matos, superintendente de museus, que, ao lado do coordenador do Museu Mineiro, Vinicius Duarte, responde pela curadoria da nova exposição.

“Queremos que as pessoas venham aqui e se encantem com as obras, mas saiam com conteúdo. Tanto que a mostra traz muita informação em termos históricos”, diz Andréa. O acervo do museu conta com aproximadamente 3,5 mil obras – parte das que podem ser vistas a partir de agora nunca havia deixado a reserva técnica da instituição.

ORIGENS
O visitante pode começar a desbravar tantas histórias a partir de uma pequena sala, que leva o nome de As capitais. No espaço, encontramos pinturas referentes às três capitais de Minas Gerais – Mariana, Ouro Preto e Belo Horizonte. Um óleo sobre tela do século 19, Comissão construtora da nova capital, de Henrique Oswald, destaca a figura de Aarão Reis mostrando a planta da “Cidade de Minas”, mais tarde Belo Horizonte. Também em destaque, uma pequena coleção de pratos de porcelana produzidos no início do século 20 em Maastricht, Holanda, com os cartões-portais de BH – está ali, tal como a vemos hoje na Avenida Afonso Pena, a Igreja São José.

Ao lado, a Sala Minas Gerais reúne objetos históricos. Duas telas colossais, uma de frente para a outra, retratam imagens de nosso passado. O óleo sobre tela Guerra dos Emboabas (1962), de Carybé, nunca havia sido apresentado no museu. Em frente, a Cena de garimpo (1957), de Di Cavalcanti. Ao fundo está uma das pérolas do acervo do museu. Um lingote de ouro de 1778 – “seria um dos últimos lingotes fundidos em Minas”, Andréa destaca – ao lado de uma bandeira de Minas do século 19. “Essa é a bandeira dos Inconfidentes, pois tem o triângulo verde (e não vermelho), que era como Tiradentes queria. Já Alvarenga Peixoto queria o ‘Libertas quae sera tamen’ em vermelho e azul. Então vemos aqui um exemplar de bandeira com Tiradentes e Alvarenga Peixoto”, diz ela.

Bem próximo está um relógio de pulso do chamado mártir da Inconfidência ao lado de originais de Tutameia (1967), livro que Guimarães Rosa lançou poucos meses antes de morrer, junto com desenhos de Lúcio Costa, ainda muito jovem, em Diamantina.

ARTE SACRA
Deixando a parte histórica, chega-se à porção sacra do acervo, na Sala das Colunas, onde estão algumas das peças mais importantes da instituição. “Aqui houve um novo projeto museográfico, em que mudamos completamente a narrativa (em relação à mostra anterior)”, pontua Andréa. A narrativa do cristianismo pode ser vista através de reuniões temáticas – Jesus menino, vida pública, crucificação, santos mártires etc. –, além da cereja do bolo. Boa parte das peças integram as coleções Geraldo Parreiras e Amigas da Cultura.

Na Sala Mestre Ataíde e Santeiros Populares estão as seis telas de cavalete que faziam parte da capelinha da Fazenda de Cima, em São Domingos do Prata. Ao fundo, a aquisição mais recente do Museu Mineiro – em um móvel envidraçado estão parte dos 269 santos populares de pequeno porte da coleção José Alberto Nemer. Hoje de propriedade da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), estão na instituição via comodato. “Essa coleção chegou para nós em 10 de dezembro. Uma semana depois, estava exposta. É uma aquisição fantástica, pois Nemer não apenas fez essa coleção durante 50 anos, como também fez um trabalho de identificação dos mestres”, informa Andréa.

Encerrando a visitação, no segundo piso do museu está a Sala das Sessões. Restaurada, a sala de tonalidade rosa recebeu uma coleção de pinturas acadêmicas do final do século 19 e início do 20. No meio, em destaque, está uma cadeira remanescente do Senado Mineiro.

Já na parte de baixo está a parte moderna, na Sala Jeanne Milde, em homenagem à escultora belga que se mudou para BH em 1929 e acabou passando toda a sua vida na cidade (morreu em 1997, não sem antes doar seu acervo pessoal à instituição, que o destaca na sala). Ali também podem ser encontradas gravuras e pinturas de artistas mineiros a partir da década de 1930, como Amilcar de Castro, Inimá de Paula, Chanina, Carlos Bracher, Teresinha Veloso, Lotus Lobo e Márcio Sampaio.
    
REDUÇÃO Quando está em plena atividade, o Museu Mineiro fica aberto 50 horas semanais. Desde sábado (12), o museu está funcionando 42 horas. “Não acreditamos que vai haver uma perda (para o público), principalmente porque a parte da manhã é mais ligada à visitação escolar e estamos em mês de férias”, afirma Andréa Matos.

A recondução dos servidores comissionados aos respectivos cargos não foi total. Mas a superintendente comenta que todos os museus do estado – em BH, o Museu Mineiro, o Museu dos Militares Mineiros, o Centro de Arte Popular Cemig; no interior, os museus-casa Guimarães Rosa, em Cordisburgo, Alphonsus de Guimaraens, em Mariana, Guignard, em Ouro Preto, e o Museu do Crédito Real, em Juiz de Fora – já trabalhavam com uma estrutura enxuta. “Todos eles sempre atuaram com um profissional técnico e um administrativo.”

Ela aguarda agora que toda a parte de educadores seja restabelecida para que a programação volte à normalidade. Além da exposição Minas das artes, histórias gerais, o Museu Mineiro costuma exibir duas exposições temporárias. Atualmente, estão em cartaz as mostras fotográficas Notas de viagem: Brasil – Moçambique e Fé e devoção no sertão de Rosa. De acordo com Andréa Matos, as salas temporárias já estão com a programação fechada até o fim de 2019.

MUSEU MINEIRO

Avenida João Pinheiro, 342, Funcionários, (31) 3269-1103. Visitação de terça a domingo, das 12h às 19h. Entrada franca.


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