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Estado de Minas DIA MUNDIAL DO SONO

Ronco: quais as causas e o que fazer para acabar com o problema

Campanha da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial tem como lema "ronco não é piada"


18/03/2022 13:35 - atualizado 18/03/2022 14:23

Homem de perfil deitado com a boca aberta e olhos fechados
Campanha da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial tem como lema "ronco não é piada" (foto: Divulgação/ABORL-CCF)

Você ronca? Dorme com alguém que ronca? Se a resposta for afirmativa, sabe que o ronco não deve ser tratado como uma brincadeira. E no Dia Mundial do Sono, celebrado nesta sexta-feira (18/3), a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) levanta a discussão para o probelma.

"O ronco é uma vibração das vias aéreas, das estruturas do nariz e garganta, que ocorre devido a dificuldade da passagem do ar ao respirar durante o sono", explica a otorrinolaringologista Simone Lemos. Ela aponta como algumas causas do ronco a obesidade e problemas nasais, como desvio de septo, aumento de amígdalas e adenoide.

Com o lema "ronco não é piada", a ABORL-CCF lança sua campanha do Dia Mundial do Sono para conscientizar a população sobre a importância de investigar o problema.

"O grande problema do ronco está na fragmentação do sono, que o torna de pior qualidade. O indivíduo acorda diversas vezes, mesmo que sem perceber, o que torna o sono não reparador", pontua a médica. Segundo ela, o cenário é pior quando está relacionado à apneia do sono.

Síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS)

A apneia obstrutiva do sono é a obstrução completa ou parcial do fluxo de ar nas vias respiratórias durante o sono, levando à baixa oxigenação que causa prejuízos à saúde do indivíduo.

"Os pacientes com apneia do sono queixam-se de sonolência diurna excessiva ou sensação de que o sono não é repousante. Outras consequências são prejuízos às funções cognitivas, atenção, memória e aprendizado", relata Simone Lemos.

Além disso, segundo ela, a SAOS pode levar ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares como hipertensão arterial sistêmica, insuficiência cardíaca esquerda, infarto do miocárdio, arritmias e hipertensão pulmonar, o que pode culminar na morte súbita.

No passado, Vinícius Oliveira, de 33 anos, sofria da síndrome da apneia obstrutiva do sono.

"Eu dormia, mas acordava com uma sensação de cansaço que permanecia o dia inteiro. Além de me prejudicar, a apneia e o ronco também incomodavam o sono da minha parceira", relata o engenheiro de software.

Ela também afirma que a síndrome acabava afetando a sua disposição no trabalho e cotidiano.

Um estudo publicado em 2018 na revista científica The Lancet estimou que mais de 936 milhões de pessoas têm apneia obstrutiva do sono no mundo.

O número é quase 10 vezes maior do que a estimativa da Organização Mundial da Saúde em 2007, de mais de 100 milhões de pessoas com a doença. Apesar disso, o problema tem tratamento.

"Tanto o ronco quanto a apneia do sono têm tratamento, que dependerá da causa, gravidade e consequências do problema. Em alguns casos, são necessárias medidas comportamentais como perda de peso e abstinência de álcool no período noturno. Em outros, é preciso corrigir o desvio de septo, retirar adenoide e amígdalas aumentadas, tratar um quadro de rinite crônica ou polipose nasal", explica a otorrinolaringologista.

No caso de Vinícius, ele fez operação para a remoção das amígdalas, que eram grandes e infeccionavam com frequência. "Depois da cirurgia, além da qualidade do sono, reparei melhorias na minha respiração durante o dia e maior disposição para praticar atividades físicas."

Já em casos de apneia grave, o tratamento recomendado é o uso de CPAP, dispositivo que fornece pressão positiva contínua na via aérea, criando um mecanismo de abertura das vias aéreas.

De acordo com Simone Lemos, esse é um dos tratamentos mais usados para a apneia obstrutiva do sono, mas reforça a necessidade de uma avaliação com um especialista.

* Estagiária sob supervisão de Álvaro Duarte


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