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Estado de Minas SAÚDE

Colágeno: é possível controlar e repor a sua perda?

A perda de colágeno fica visível a partir dos 30 anos, mas após a menopausa cai drasticamente. Reposição via oral ou suplementação não é unânime


05/09/2021 04:00 - atualizado 05/09/2021 08:12

Para alguns especialistas da área da saúde, como só a alimentação não é suficiente, a suplementação oral é uma forma de repor o colágeno perdido
Para alguns especialistas da área da saúde, como só a alimentação não é suficiente, a suplementação oral é uma forma de repor o colágeno perdido (foto: Sharon McCutcheon/Pixabay)
Seria mais fácil se as opiniões fossem unânimes, assim como os resultados. A verdade é que, com a perda do colágeno no processo de envelhecimento, a reposição via oral ou suplementação não é uma diretriz médica apaziguada. Há quem recomende e quem não acredita e, podem apostar, há estudos científicos com opiniões distintas.

No entanto, pensando não só no mundo da beleza e estética, aliada a uma alimentação rica em colágeno, há sempre um caminho do meio para buscar os benefícios para a saúde do organismo, bem-estar e qualidade de vida.
 
Antes de mais nada, saiba que o colágeno é uma proteína animal, composta por aminoácidos, principalmente glicina, prolina e hidroxiprolina. A médica dermatologista  Camila Azzini  explica que o colágeno é uma das principais proteínas da pele, ossos, tendões e cartilagens.

“A pele tem basicamente colágeno dos tipos 1 e 3 e as articulações o colágeno tipo 2. A sua perda na pele leva à flacidez, perda de hidratação, ao aumento das rugas e queda de cabelo. Como o colágeno sustenta a estrutura do bulbo capilar, também é importante para a saúde dos cabelos.”


PRESENTE NA ALIMENTAÇÃO 


A dermatologista destaca que a partir dos 30 anos a perda de colágeno fica mais visível na pele, mas é depois da menopausa que ele cai drasticamente. Na alimentação, encontramos colágeno em alimentos de origem animal.

Segundo ela, não existe colágeno vegetal. Caldo de ossos, pés de galinha, carnes, frango, peixes são ricos em colágeno. “Na gelatina também tem, porém não recomendamos o consumo pela grande quantidade de açúcares e aditivos químicos artificiais.”
 
Camila Azzini, médica dermatologista, lembra que cremes podem ajudar na produção natural de colágeno
Camila Azzini, médica dermatologista, lembra que cremes podem ajudar na produção natural de colágeno (foto: Pedro Perez/Divulgação)
Camila Azzini enfatiza que o colágeno sempre será degradado pelo sistema digestório e muitas vezes não será mais colágeno a partir da digestão. “Por isso, a indústria fez os peptídeos bioativos de colágeno, que são pequenos pedacinhos de até 2Kd que não vão ser degradados. Esses ativam as células produtoras de colágeno da pele por meio de sinalização molecular. Então, nossos fibroblastos, que são essas células, vão melhorar a produção do nosso colágeno.”

A médica conta que, no momento, existem duas marcas que produzem peptídeos bioativos de colágeno. “A quantidade indicada não cabe em uma cápsula, por isso deve ser feito em sachês. Muitos suplementos também associam esses peptídeos de colágeno à vitamina C e o silício orgânico, potencializando assim sua ação. Os peptídeos de colágeno funcionam como suplemento alimentar. É bem seguro para a maioria das pessoas. Somente aquelas com alguma restrição a esse tipo de alimento não devem consumi-los.”

A dermatologista lembra ainda que cremes podem ajudar na produção natural de colágeno. Produtos à base de ácido retinoico, retinol e vitamina C são ótimas opções.
 

NÃO É SÓ ESTÉTICA 


A nutricionista Bianca Naves explica que o colágeno compõe 70% da pele e 30% das proteínas do corpo
A nutricionista Bianca Naves explica que o colágeno compõe 70% da pele e 30% das proteínas do corpo (foto: Arquivo Pessoal)
A nutricionista Bianca Naves, pós-graduada em cardiologia pelo Instituto do Coração (InCor/HC FMUSP) e especializada em medicina do estilo de vida pelo American College Lifestyle Medicine, da Harvard Medical School, explica que o colágeno compõe 70% da pele e 30% das proteínas do corpo: “Com o envelhecimento, temos uma degeneração das fibras colágenas da pele e uma redução no processo de renovação celular, além da redução da síntese de colágeno e de elastina. Esse declínio está associado à parte estética, devido à perda da firmeza da pele, e também ligado ao surgimento de algumas doenças, como osteoartrite, osteoporose, hipertensão e até úlcera gástrica”.

Portanto, a questão do colágeno não é só uma questão estética, mas também está relacionada com a vitalidade, elasticidade e disposição. Sua perda é inevitável, mas há caminhos que podem frear, como a sua reposição. Mas será que funciona?

Bianca Naves explica que há poucas evidências de que o aporte via alimentação regular, ou seja, sem a suplementação, tenha eficácia, já que é difícil a absorção dessa proteína pelo corpo.
 
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Como só a alimentação não é suficiente, a suplementação oral é uma forma de repor o colágeno perdido. Além de repor os estoques, a suplementação de colágeno hidrolisado (HC) é uma forma de prevenir o envelhecimento cutâneo e tem demonstrado efeitos funcionais e benéficos sobre a pele e a saúde da mobilidade, garante a nutricionista.

Para isso, a suplementação tem de ser diária e prolongada. Alguns estudos mostram que o tempo necessário para começar a surtir efeito é de, no mínimo, 90 dias. Sempre associada a uma alimentação saudável, ingestão de água e estilo de vida ativo.

“Em uma condição de desnutrição, sem aminoácidos suficientes, o organismo, caso receba a suplementação de colágeno, prioriza o uso onde são mais necessários, mesmo sendo uma fonte mais fraca. Nesse cenário, a pele e a saúde da mobilidade acabam tendo importância secundária. Assim, é necessário ter o organismo suprido em proteínas para somente então suplementar o colágeno com foco em suas funções desejadas”, enfatiza Bianca Naves, que também é professora do curso de nutrição do Centro Universitário São Camilo.


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