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Estado de Minas Saúde corporal

Engordei na quarentena. E agora?

O isolamento social fez com que muitos costumes fossem mudados. A rotina domiciliar e os quadros de ansiedade influenciaram na alimentação, provocando ganho de gordura


20/09/2020 09:55 - atualizado 20/09/2020 10:00

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde, cerca de 38% da população brasileira relatou mudanças de hábitos na alimentação ao longo do isolamento social, seja comendo mais que de costume ou com falta de apetite. Em outro estudo, de formato on-line, pesquisadores das áreas de endocrinologia, patologia e psicologia identificaram que 23% dos entrevistados engordaram durante o isolamento social e passaram a comer mesmo sem sentir fome.

A nutricionista do Hospital Albert Sabin Iomara Isidorio Cavalcante explica que o ganho de peso ocorre porque muitas situações impostas pela COVID-19, como a necessidade de passar mais tempo em casa ou mesmo a insatisfação com a determinação médica de evitar contato físico para conter a disseminação do novo coronavírus, influenciam diretamente no estado emocional das pessoas. Isso tende a se desdobrar em diversos novos hábitos, entre eles a compulsão alimentar.
 
“Em meio às diversas consequências da pandemia na saúde das pessoas, a instabilidade, as dificuldades e, principalmente, a ansiedade causada pelo isolamento social tendem a fazer com que as pessoas comam mais e busquem prazer e alívio na ingestão de alimentos e, também, de bebidas alcoólicas. Além disso, a realização de exercícios físicos ficou comprometida, o que também contribui para o aumento de peso”, diz.

Sara Liz Nogueira Lima, estudante de relações públicas, de 21 anos(foto: Arquivo pessoal)
Sara Liz Nogueira Lima, estudante de relações públicas, de 21 anos (foto: Arquivo pessoal)
Foi o que ocorreu à estudante de relações públicas Sara Liz Nogueira Lima, de 21 anos. Ela conta que quando a quarentena teve início, conseguiu fazer o uso do tempo livre para inserir a prática de atividades físicas dentro de casa, mas, com o decorrer do tempo, surgiu o desânimo e, em vez de exercitar o corpo, as horas vagas passaram a ser destinadas à cozinha.

“Comecei a fazer as receitas que salvava em meu celular, mas nunca fazia. Até então, tudo estava tranquilo. Agora, cinco meses depois do início do isolamento social, é que tenho visto a consequência disso. Ganhei peso por ter ficado sem atividades e comendo muito”, afirma Sara.

Além disso, a estudante conta que montou o ambiente do trabalho remoto logo na cozinha de sua casa, o que acendeu um gatilho: ela estava sempre perto da comida. Beliscar guloseimas tornou-se algo frequente e, às vezes, ela nem mesmo fazia uma refeição completa, se alimentando mal. “Percebi o aumento de peso de todas as formas possíveis – no espelho, na balança e nas roupas, que estavam apertadas. E isso me incomodou bastante, principalmente por pensar que, se vamos continuar mais meses isolados, a tendência era que isso continuasse”, revela.

Cuidados

O Ministério da Saúde alerta que o aumento de peso pode resultar em uma série de consequências ao organismo, desde distúrbios não fatais até risco de morte prematura. Cartilha divulgada pela pasta destaca que o ganho de gordura corporal pode interferir, de forma direta, na qualidade de vida do indivíduo. Entre as patologias e quadros clínicos citados como correlacionadas ao excesso de peso estão a diabetes, apneia do sono, hipertensão e gota.
 

"Procurei, então, um nutrólogo para que eu desse início a um tratamento. Sei que tomei a decisão certa, pois se não nos sentimos bem com o que somos e temos o poder de mudar, então, façamos isso. Agora, sigo firme em minha reeducação alimentar e na prática de exercícios físicos diários. É muito mais fácil ficar parado e comendo coisas gostosas, sim, mas vale a pena todo esse esforço pela minha saúde"

Sara Liz Nogueira Lima, estudante de relações públicas, de 21 anos

 

Por isso, a nutricionista Iomara Cavalcante afirma que é importante tomar atitudes contra o excesso de peso. Segundo a nutricionista, a principal delas se dá na mudança de hábitos, incorporando ao dia a dia atividades físicas, boa alimentação e cuidados com a saúde mental. São atitudes, inclusive, que podem ser adotadas dentro de casa.

“Alimentação saudável e atividade física compõem os dois pilares para o emagrecimento, sendo a alimentação o principal deles, tendo em vista a sua capacidade de promover um déficit calórico considerável. Mas, essa não se trata de um ponto exclusivo, já que a atividade física também é essencial neste processo”, observa.

Iomara Isidorio Cavalcante, nutricionista do Hospital Albert Sabin(foto: MCAtrês/Dvulgação)
Iomara Isidorio Cavalcante, nutricionista do Hospital Albert Sabin (foto: MCAtrês/Dvulgação)
Para quem busca qualidade de vida e, também, perda de peso, a nutricionista recomenda o consumo de alimentos in natura ou, ao menos, minimamente processados. A especialista indica, também, reduzir as quantidades de óleo, gordura, sal e açúcar para temperar e fazer a comida e aumentar o consumo de frutas, legumes e verduras. “Aumente ou incorpore na rotina o costume da prática de exercícios físicos. Associando-a a uma boa alimentação, a perda de peso com qualidade de vida tende a ser maior”, completa.

A assistência médica nesse processo é, da mesma forma, importante. “É essencial fazer check-ups e, também, ter acesso a dicas, com segurança, para perder peso e manter a boa qualidade de vida”, frisa. Foi o que Sara Lima fez, após perceber que a nova tentativa de inserir atividades físicas em sua rotina não era suficiente. “Procurei, então, um nutrólogo para que eu desse início a um tratamento. Sei que tomei a decisão certa, pois se não nos sentimos bem com o que somos e temos o poder de mudar, então, façamos isso. Agora, sigo firme em minha reeducação alimentar e na prática de exercícios físicos diários. É muito mais fácil ficar parado e comendo coisas gostosas, sim, mas vale a pena todo esse esforço pela minha saúde”, afirma.

*Estagiária sob supervisão da subeditora Marta Vieira 


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