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Estado de Minas SENTIMENTOS

Delicada dor

Experiências da primeira gravidez são apresentadas em forma de poema no novo livro da poetisa belo-horizontina Mônica de Aquino, indicada ao Prêmio Jabuti 2019


postado em 10/11/2019 04:00

Mônica de Aquino com a filha, Manuela de Aquino, inspiradora da publicação, a ser lançada em dezembro(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press %u2013 8/5/19)
Mônica de Aquino com a filha, Manuela de Aquino, inspiradora da publicação, a ser lançada em dezembro (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press %u2013 8/5/19)


A vivência da primeira gestação e uma meiga violência na experiência de dar a vida. O novo livro da poetisa belo-horizontina Mônica Aquino, Continuar a nascer, chega em breve às livrarias. A escritora é finalista do Prêmio Jabuti 2019, a honraria mais importante no mercado literário do Brasil, na categoria poesia, com o livro Fundo falso, lançado em 2018 pela Relicário Edições.

A nova obra é formada por poemas escritos a partir da gravidez e da chegada da filha – período em que descobriu uma pré-eclâmpsia grave, e pelo nascimento prematuro da menina. “Escrevi os primeiros dois poemas ainda sob o impacto dessa primeira emoção e percebi que uma série nascia ali, a que se somou o desejo de registrar esse período e publicar um livro que ficasse também como um presente pra nós, os pais dela, e um presente futuro para a Manu”, conta.

De acordo com a poetisa, ela teve uma gravidez feliz e sente saudade desse momento de carinho e descoberta, o que não tira toda a dificuldade de uma gestação. “Apesar de o livro dizer de uma experiência tão particular ou, talvez, exatamente por isso, eu sabia que também se tratava de algo universal, com um importante aspecto político”, destaca.

Mônica acredita que a gravidez é um processo diário e que perpassa por camadas estruturalmente construídas e pelo excesso de exigências, tão comum em relação à mulher. “Temos de mostrar felicidade, só podemos ter "pensamentos e atitudes positivos" para não prejudicar o bebê. Recomendam-nos uma rotina saudável. Contraditoriamente, as exigências do trabalho e da vida prática seguem sem intervalo”, frisa.

MOVIMENTO 

A poetisa lembra a frase corriqueira que diz que "gravidez não é doença", que costuma travestir, como ela diz, essas narrativas, negando as alterações que a gravidez provoca no corpo e na mente. “Ela vem mudar quase tudo, pelo menos foi essa a minha experiência: sono, memória, disposição, a própria saúde; o momento pede recolhimento, e também um outro tipo de movimento, criativo, de reencontro consigo. Deveria ser um momento da mulher, de profundo respeito a tudo o que ela vive e do bebê, por extensão”, aponta.

O livro é uma espécie de catarse e a autora frisa que essa experiência deve ser vivida de forma plena. “Gravidez e nascimento, experiências tão radicais e transformadoras, merecem ser vividos em toda a sua força, beleza, violência, potência, e as mães precisam, sim, ser acolhidas pela sociedade, junto com o seu bebê, mas com um olhar que busque compreender e aceitar a experiência integral, biológica e tão profundamente humana”, comenta.

O lançamento de Continuar a nascer em BH está marcado para 7 de dezembro, das 11h às 15h, na Casa Relicário, sede da editora – Rua Machado, 155, Bairro Floresta, Região Leste da capital.

* Estagiário sob a supervisão da 
subeditora Elizabeth Colares



(foto: Relicário/Divulgação)
(foto: Relicário/Divulgação)

SERVIÇO
Livro: Continuar a nascer
Autora: Mônica de Aquino
Relicário Edições, R$ 34, 76 páginas

Relicário/Divulgação


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