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Estado de Minas

Saiba como os tubarões-brancos podem ajudar no tratamento do câncer

Descoberta de pesquisadores pode apoiar o desenvolvimento de medicamentos também para doenças atreladas à idade


postado em 09/09/2019 14:50 / atualizado em 09/09/2019 15:12

(foto: Skeezee/Pixabay/Reprodução)
(foto: Skeezee/Pixabay/Reprodução)
Os tubarões-brancos podem viver em média 75 anos. Com o intuito de estudar o animal marinho, cientistas da Save Our Seas Foundation Shark Research Centre realizaram o primeiro mapeamento do grande genoma de tubarão-branco e descobriram que sua habilidade de reconstruir o próprio DNA evoluiu, enquanto a dos seres humanos não. Por causa da longevidade do animal, ele teria grande tendência a desenvolver doenças ligadas ao envelhecimento, como o câncer. Porém, os estudos mostraram o contrário e o segredo disso pode estar em seus genes ancestrais. Afinal, os tubarões-brancos existem há mais de 400 milhões de anos. 
 
De acordo com Adriana Brondani, doutora em biologia molecular e diretora-executiva do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), o sequenciamento genético do tubarão branco mostrou que o animal apresenta habilidades superiores de combate às células cancerígenas por conta da presença de grupos de genes que servem para proteger a integridade do material genético. "Além disso, a espécie tem versões exclusivamente adaptadas contendo genes que codificam agentes de coagulação do sangue e proteínas responsáveis %u200B%u200Bpor estabelecer as unidades fundamentais da sua nova carne", explica. 
 
Com isso, o tubarão-branco dedica uma proporção significativa de seu genoma à cicatrização de feridas, tornando-se mais resistente. "As descobertas abrem caminho para a ciência conduzir estudos sobre a viabilidade de desenvolver futuras medicações baseadas nas proteínas sintetizadas pelos genes que conferem essas características especiais", aponta Brondani.
 
Essa capacidade é resultado de um longo período de evolução e esses genes provavelmente representam defesas anticâncer totalmente novas. Como a incidência de câncer em tubarões selvagens é pouco conhecida, os cientistas planejam testar a hipótese em laboratório. 
 
Para isso, unirão genes de tubarão estabilizadores do genoma em camundongos transgênicos e depois expor os roedores a agentes cancerígenos conhecidos para medir os poderes protetores do DNA do tubarão. No entanto, esse, que pode vir a ser um grande benefício para os seres humanos, demandará anos de trabalho para ser traduzido em possíveis medicamentos contra o câncer ou em novos métodos para curar feridas humanas.
 
Segundo a doutora, as contribuições da biotecnologia para a área da saúde são muitas. "Há diversas vacinas, medicamentos, kits de diagnóstico, terapias e tratamentos desenvolvidos a partir de organismos transgênicos, por exemplo", salienta.  
 
O DNA de tubarões é mais longo que o de seres humanos, o que significa que há coisas que esses animais conseguem fazer o que humanos não conseguem. No entanto, cientistas esperam, por meio da biotecnologia, desvendar esses segredos e usá-los para tratar problemas que o DNA já está resolvendo nos tubarões. 


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