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Estado de Minas OPINIÃO SEM MEDO

Pesquisas milionárias: Datafolha quebra recordes para sepultar o "Datapovo"

Não se deixem enganar por fake news em grupos de WhatsApp ou por políticos insatisfeitos com a realidade; vocês são melhores que isso


27/09/2022 17:21 - atualizado 27/09/2022 21:09

Felipe Nunes
Professor da UFMG e atleticano dos bons, Felipe Nunes, da Quaest (foto: Reprodução/TV Cultura )
Muita gente, mas muita gente mesmo não acredita em pesquisas eleitorais, infelizmente. E não por maldade, claro, mas por mera ignorância (no sentido de ignorar o assunto) e muita desinformação espalhada por negacionistas e maus caracteres.

Sim, não acreditar em ciência e evidências científicas (matemática e estatística), também eleitorais, se trata de negacionismo, tão inútil e tosco quanto o que desacreditava as vacinas e estimulava o consumo de cloroquina contra o coronavírus.
 

Quanto mais racional e bem educada uma sociedade, mais desenvolvida ela será. O desconhecimento é a porta de entrada para tudo que não presta. A base de todas as nossas mazelas é o baixíssimo nível educacional da população.

Mas voltando ao tema principal desta coluna, o Datafolha, ao lado do Ipespe, Ipec e Quaest, um dos maiores, melhores e mais respeitados institutos de pesquisa do Brasil, anunciou que irá realizar duas pesquisas gigantescas nos próximos dias.

Na quinta-feira (29/9), ouvirá estrondosas 12,8 mil pessoas em todo o País, presencialmente!!, a um custo também estrondoso, de R$ 617 mil, pagos pela Rede Globo e pela Folha de S. Paulo, no recorde histórico de toda a série.

Já na sexta-feira (30/9), uma nova rodada com 6,8 mil pessoas, entrevistadas também presencialmente, custando outros R$ 473 mil aos encomendantes. Tudo para que a exatidão da projeção seja ainda maior e o retorno, 100% satisfatório.

O excelente professor da Universidade Federal de Minas Gerais, o gente boníssima Felipe Nunes, fundador da Quaest, de Belo Horizonte, sempre ensina: “pesquisa é diagnóstico; não é prognóstico”. Pesquisadores, pois, não são videntes.

Os institutos trabalham com as mais modernas ferramentas da tecnologia e com algoritmos de altíssima complexidade. Conseguem acertar tudo? Claro que não! Por isso a tal “margem de erro” e o tal “intervalo de confiança” que sempre ouvimos.

Imaginar que clientes corporativos enormes, empresas multinacionais de capital aberto, auditadas por empresas seríssimas iriam contratar pesquisas fakes, ou encomendar resultados manipulados, é acreditar em Terra Plana e no Tratamento Precoce.

unas eletrônicas
Urnas eletrônicas também na mira dos negacionistas (foto: Divulgação/TRE-SP)
Imaginar, também, que os institutos que citei acima iriam se sujeitar a maracutaias, para agradar políticos, partidos e empresas é imaginar que arriscariam suas histórias - e seus futuros no ramo - em troca de… trocados! Sim, imaginem os valores que perderiam.

Há um ditado popular, que encontramos nos estabelecimentos comerciais, que diz: “servir bem, para servir sempre”. A velha máxima vale para os institutos: trabalhar bem, para trabalhar sempre. Quem erra feio, errará só uma vez, pois estará fora do jogo.

Por isso, meus caros, se algum negacionista vier com aquele papinho furado, “você conhece alguém que foi entrevistado?”, ou mentir descaradamente, dizendo, “as pesquisas erraram tudo nas últimas eleições”, deixe a lorota entrar por um ouvido e sair pelo outro.

Da mesma forma que você não conhece ninguém que foi entrevistado, você não conhece ninguém que participa das medições de audiência das TVs e Rádios. Mas se você duvida disso, tem de se perguntar por que um anunciante paga mais na Globo que no SBT.

Sobre errar tudo, também é bobagem. Peguem as últimas, sei lá, dez eleições e vejam o índice de acerto desses institutos que listei. Se não for superior a 95%, me provem, e abandonarei meu colunismo de botequim e passarei a cerrar fileiras no negacionismo militante.

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