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Estado de Minas OPINIÃO SEM MEDO

Se gritar pega gastão, não fica um: a farra dos deputados petistas na ALMG

Deputados do Partido dos Trabalhadores são os recordistas em uso de verbas indenizatórias


30/03/2022 07:19

Plenário da ALMG vazio
"Se gritar pega gastão, não fica um" (foto: Sarah Torres/ALMG)


Pouco antes da eleição de 2018, em evento de campanha, o outrora General Heleno, atualmente reduzido a puxa-saco de Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, ironizou o Centrão - quando o bolsonarismo o considerava a peste do País, antes de lhe entregar o governo federal, com a chave do cofre e tudo -, cantando o refrão ‘se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão’, trocando ‘ladrão’ por ‘centrão’.

Hoje sou eu que tomo emprestado o refrão, e brinco com a música: se gritar pega gastão, não fica um meu irmão. Pois é. Um pente-fino nas contas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) mostra o PT - o partido defensor dos pobres e explorados pela elite brasileira (contém extrema ironia) - como o mais perdulário de todos, que torrou quase 7 milhões de reais apenas em verbas indenizatórias, na atual legislatura.

Ainda mais ‘brilhante’ são os dois deputados mais gastões da casa, Marquinho Lemos e Virgílio Guimarães, ambos petistas, claro, que juntos torraram quase 2 milhões da nossa grana (repito, apenas em verbas indenizatórias, tipo gasolina, restaurante, hotel etc.) até meados deste mês. Os números constam de um belo trabalho de fiscalização, realizado pelo Movimento Brasil Livre de Minas Gerais, em conjunto com a Academia MBL.

Aliás, a moçada do MBL irá promover uma manifestação nesta próxima quinta-feira, dia 31 de março, às 17:30h, na escadaria lateral da Assembleia, em defesa do nosso bolso. Sim, porque enquanto encaramos gasolina a R$ 8, nossos representantes (?) parecem não estar muito preocupados com isso, não. Mas atenção: não é justo generalizar! Há deputados que gastam pouco, melhor ainda, gastam com eficiência o nosso dinheiro.

Como exemplos posso citar Laura Serrano e Guilherme da Cunha, ambos do NOVO, que economizaram cada um cerca de 8 milhões de reais, desde o início de seus mandatos, ou seja, exuberantes 16 milhões de reais. Enquanto o PT é o partido da ‘farra’, o NOVO é um dos mais econômicos (lembrando que são 25 partidos e 77 deputados). Com as tais verbas indenizatórias, o partido do Governador Romeu Zema gastou apenas 250 mil reais.

Continuando com os ‘gastões’, o terceiro mais mão-aberta-com-dinheiro-dos-outros é Fábio Avelar (Avante), que torrou perto de 1 milhão de reais, como seus colegas petistas. Apenas com 'divulgação de atividade parlamentar’, ou seja, propaganda de si mesmo, nosso nobre deputado nos custou cerca de 265 mil reais (mais do que o NOVO inteiro, com tudo!!). Pô, Fabinho, já inventaram um troço chamado Rede Social; é quase de graça.

Para vocês terem uma ideia dos exageros do trio gastador, os deputados João Vítor Xavier (Cidadania) e João Leite (PSDB), dois dos melhores e mais atuantes da Casa, gastaram juntos, em verbas indenizatórias, pouco mais de 1 milhão de reais. Ou seja, J&J nos custam um Avelar; um Guimarães; um Lemos. Outro que ‘vale quanto pesa’ e nos custou cerca de 500 mil reais (em verbas indenizatórias) é Doorgal Andrada. Ok. É aceitável.  

Os dados foram extraídos do site da própria Assembleia e compilados pelo MBL de Minas Gerais, que deverá publicá-los nos próximos dias. Claudio Costa Pereira, um dos representantes do movimento, disse que ‘o nosso papel é fiscalizar o trabalho do Poder Legislativo e exigir rigor no trato do dinheiro público’. Já Igor Franco, autor do estudo, segue na mesma linha: ‘nosso trabalho é voluntário, de cidadão preocupado com o estado’.

Há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia, disse Hamlet a Horácio (Shakespeare, 1600). Sim, há mais coisas entre os números do que apenas… números! Nos próximos dias, quando meu estômago não estiver muito embrulhado com os maus políticos, o que é bastante raro, prometo trazer mais informações. Há deputado, lá, que gasta 500 reais em choperia e 1200 reais em churrascaria mais rápido do que o tempo que você levou para ler esse texto.

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