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Estado de Minas OPINIÃO SEM MEDO

O tripé do nirvana atleticano: dinheiro, gestão e seres humanos admiráveis

Muito mais que uma análise, este é um texto de reconhecimento, agradecimento e despedida. Parabéns, Galo!


16/12/2021 07:25 - atualizado 16/12/2021 09:35

Atlético recebe a taça de campeão da Copa do Brasil
Time, equipe técnica e diretoria comemoram o título em Curitiba (foto: Pedro Souza / Atlético)



A expressão 'casa, comida e roupa lavada nunca foi tão verdadeira quanto fazer parte do time de profissionais que atuam hoje, em todos os departamentos, no Clube Atlético Mineiro, o bicampeoníssimo nacional de 2021 (Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro). 

Do mais simples funcionário ao presidente do Clube, passando pelos atletas e membros da comissão técnica e diretoria executiva, não há quem trabalhe no Galo que não tenha à disposição o que há de melhor: salário, bom ambiente, estrutura e calor humano.
  
Se os milhões de reais injetados nos cofres alvinegros, pelo grupo dos 4 R’s - destruídos por administrações amadoras e familiares anteriores - foi a pedra fundamental, não menos importante foi o trabalho de governança corporativa de excelência trazido pelos mesmos.

FATOR HUMANO

Mas, para além do ‘beabá’ das boas práticas empresariais, o fator humano - aquele que não há I.A. (inteligência artificial) que reproduza, nem dinheiro que compre - foi decisivo para o estrondoso sucesso do Galo na temporada, que parece ter vindo para ficar.

Qualquer ótimo gestor esportivo referendaria a contratação de Hulk. Qualquer ótimo treinador receberia Nacho Fernández de braços abertos. Qualquer ótimo presidente de clube de futebol faria das tripas o coração para ter Cuca como técnico de seu time.

Porém, o tal fator humano, que citei acima, o imponderável e decisivo elemento que atua ou como âncora ou como balão, é uma espécie de amálgama originário que determina o sucesso, ou insucesso, daquele projeto que, no desenho ao menos, parece tão perfeito.

BOLA DE CRISTAL

Alguém poderia prever a ‘vibe’ que Hulk trouxe ao elenco e à torcida? Alguém poderia prever o pulmão, os músculos e a técnica (tudo junto e misturado, simultaneamente e ininterruptamente, por meses) do quarteto-pilar, Allan, Zaracho, Jair e Arana?

Alguém poderia prever um Cuca ainda mais pilhado do que aquele de 2013, mas com muito mais sabedoria e antevisão? Ou um diretor, como Rodrigo Caetano, unanimemente chamado de ‘chato’ pelos atletas, mas igualmente admirado e respeitado por todos eles?

Alguém poderia prever um Departamento Médico, com fisiologistas, fisioterapeutas, massagistas, enfim, profissionais capazes de levar jogadores com mais de 30 anos, por quase 70 jogos, até o fim da temporada, como se fossem jovens em pleno auge físico?

A RESPOSTA

Alguém poderia prever um ambiente, como eu disse, desde o portão de entrada da Cidade do Galo até a porta da sala da Presidência, em Lourdes, tão familiar, tão abundante em humildade, solidariedade e respeito humano, independentemente do cargo e do salário?

Ou ainda, colaboradores, há menos de um ano ou dois no Clube, comportando-se como atleticanos seculares? Sofrendo os jogos como se tivessem vivido e passado por tudo o que passamos nestes últimos 50 anos de arquibancada dura e sol escaldante?

A resposta para todas estas perguntas é… não! Porque o ‘fator humano’, repito, é imprevisível. Porém, há formas, ou melhor, fórmulas que ampliam - e muito - a chance de sucesso em um grupo tão grande e heterogêneo de trabalho, como um time de futebol.

A VIDA IMITA A ARTE

Na vida, liderança é fundamental. E dentre os líderes, há um tipo avassalador: o que lidera pelo exemplo. O cinema nos brinda com muitos. Um de meus preferidos é o Rei Leônidas, de ‘Os 300 de Esparta’. Como não associar nosso incrível Hulk ao gigante espartano?

Outro que gosto muito é o treinador Tony D’Amato, interpretado pelo espetacular Al Pacino, no não menos espetacular ‘Any Given Sunday’. Não tanto pelo conjunto da obra, mas pela fibra empenhada em busca da vitória épica. Cuca é um obcecado por vitórias épicas!!

Adoro a franquia ‘X-Men’. E adoro o Professor Charles Xavier. Sempre com um sorriso e um abraço acolhedor, além de uma infinita dose de compaixão por todos. Quem conhece Sergio Coelho, o atual presidente do Galo, sabe do que estou falando.   

MAIORES E MELHORES

Duas das mais admiráveis corporações multinacionais de origem brasileira são a Natura e a Ambev. Ambas, coincidentemente, foram fundadas e são geridas por três sócios cada. Por lá, a ambição jamais roubou o lugar das boas práticas. A começar pelos donos.

Muito pouca gente no Brasil tem noção da grandeza dessas corporações. E menos gente ainda conhece os nomes dos responsáveis. A discrição de um Jorge Paulo Lemann ou Antônio Seabra é a regra, e não a exceção nestas admiráveis empresas.

Pois nossos R’s não ficam para trás. Em seus negócios ou no Galo, sabem quem são, o que são e a importância que têm. Não precisam publicizar qualidades e feitos. Deixam as glórias e ou louros para quem precisa. Eis aí outra forma exemplar de liderança.

ENCERRO

Quem me acompanha no portal UAI, jornal Estado de Minas e revista IstoÉ sabe que escrevo, costumeiramente, sobre política. Ou melhor, ‘detono’ os políticos cretinos que destroem o País, enquanto adquirem fama, poder e fortuna - bando de cafajestes!

Neste último mês, especialmente após meu retorno ao Brasil, não tive como conter a emoção e não escrever também sobre o Galo e estes dias mágicos. Muito melhor do que me debruçar sobre pilantras, é me derreter sobre minha grande paixão.

Este não é meu último texto sobre o Atlético, com certeza. Mas retomarei à minha rotina ‘do ódio’, acertando o estômago de quem merece. Por isso, encerro com essa homenagem aos que fizeram de 2021, para nós atleticanos, o melhor ano de nossas vidas.

FELIZ NATAL

Muito mais do que bicampeões brasileiros, vocês todos do Galo são um exemplo para milhões de pequenos alvinegros, e milhões de marmanjos também, que precisam enxergar em seus heróis pessoas de boa índole, boa fé e boa vontade para com o próximo.

Espero que essa família linda permaneça a mesma e unida no ano que vem. Espero que os que se forem sejam felizes onde estiverem. E que aqueles que chegarem sejam recebidos com todo o carinho. Afinal, no Galo, é regra: entra como jogador, sai como torcedor.

Obrigado, do fundo do coração, a todos vocês, de A a Z, de cada setor e função, por tudo que fizeram e representam. Boas festas e tenham um 2022 ainda mais abençoado, iluminado, vitorioso e feliz. Vocês merecem muito. Até breve. Aqui é Galo! E assim será para sempre. Amém.

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