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Estado de Minas OPINIÃO SEM MEDO

Galo campeão de novo: Cuca e Caetano são tão 'monstros' quanto os jogadores

Raras vezes um time de profissionais consegue um encaixe tão perfeito como o do Atlético de 2021. Oxalá se mantenha assim


13/12/2021 07:04

Jogadores do Atlético comemoram a vitória sobre o Athletico-PR
(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Dinheiro compra muita coisa no futebol. Compra juízes, compra regulamentos, compra até troféus. Certos times do eixo Rio-São Paulo que o digam. E o CSA-MG também, conforme admitido por um tal Benecy Queiroz. E, igualmente, compra o mais importante: jogadores.

Contudo, não basta apenas um elenco qualificado, lotado de estrelas. Nessa hora, dinheiro não faz milagre. É necessária toda uma estrutura que suporte fisicamente, fisiologicamente, emocionalmente, enfim, que permita o pleno exercício do futebol em seu mais alto nível.

Gestão, meus caros, sobretudo de pessoas, é uma arte tão rara quanto os mais preciosos diamantes negros. Quando os 4 R's despejaram milhões no Galo, ainda mais valioso foi o saber empresarial. Sem líderes, não há equipe - por mais cara que seja - vitoriosa.

EXEMPLOS


O Atlético tem, na Presidência, um sujeito que lidera pelo bom exemplo, como ser humano e empresário de sucesso. Dono de simplicidade e gentileza comoventes, Sergio Coelho é o tipo de líder que inspira quem está ao seu redor a ser uma pessoa melhor.

Em campo, Hulk chega a ser constrangedor no quesito 'liderança positiva', pois um atleta de seu nível e renome, com o currículo e a sala de troféus, sem esquecer a conta bancária, que se mata, literalmente, do primeiro ao último minuto de jogo, obriga os demais.

Há outros líderes brilhantes dentro das quatro linhas: Alonso, pela seriedade; Arana, pela dedicação; Alan, pela raça; Zaracho, pela transpiração sem limite. E todos eles, bem como o resto do elenco, inspiram-se uns aos outros pela simplicidade, respeito e profissionalismo.

CUCA E CAETANO


É aí, meus caros irmãos alvinegros, que entram duas figuras, dois líderes, dois gigantes, dois verdadeiros 'monstros': o treinador Cuca e o diretor Rodrigo Caetano. Com o perdão da expressão, Puta que o Pariu! Que trabalho fizeram estes dois profissionais da bola.

Esse time que goleou o xará paranaense, ontem, no Mineirão, é o mesmo que acabou de conquistar um título histórico para o Clube; que passou os últimos dias festejando e sendo festejado por todo o País, mas que entrou em campo como se não houvesse amanhã.

O que foi aquilo, meu Deus, que vimos neste domingo? Parecia a final da Copa do Mundo. Um bando de loucos, brigando a cada segundo, por cada palmo de gramado, e querendo o gol - e o título!! - como quem quer a última coca-cola gelada do deserto.

INSACIÁVEL


Os caras não pareciam campeões brasileiros riquíssimos, badaladíssimos, satisfeitíssimos com a vida, não. Pareciam garotos de 18 ou 20 anos, brigando por uma oportunidade ímpar, como se o futuro dependesse exclusivamente daquele dia, daquele jogo, daquele gol.

Motivar um elenco destes, fazer atletas extenuados buscarem mais um mililitro de oxigênio, suportarem mais cinco minutos de câimbras, em troca de algo que já deveriam estar fastiados, é um trabalho primoroso de liderança e motivação do mais alto nível.

Sim, com uma torcida daquelas, seriam ingratos jogadores que não dessem tudo e mais um pouco. Porém, se a torcida ganhasse jogos sozinha, não precisaríamos deste Galo de hoje, e gestões desastrosas do nosso passado recente seriam vitoriosas como a atual.

PARABÉNS E MUITO OBRIGADO


Acompanho, 'in loco' e 'in louco', o Atlético desde meus 10 anos de idade. Estou com 54 e posso dizer, com absoluta certeza, que este é, muito além de o melhor time que já vi jogar, o melhor plantel, a melhor comissão técnica e a melhor diretoria executiva.

Melhores, claro, pelos resultados. Mas também por atitudes, palavras e comportamento. Vejam a postura dos 4 R's e do atual presidente, na entrega da taça de campeão brasileiro, por exemplo, e comparem com a do ex-presidente, Alexandre Kalil, na Libertadores.

Vejam as declarações e o comportamento dos ídolos Guilherme e Tardelli, e os comparem com Hulk e Arana. Não há demérito em ser Kalil (bem, nesse caso, há, hehe), Guilherme e Tardelli, mas há muito mérito em ser Hulk, Arana, Cuca, Sergio Coelho, Rubens Menin...

Ao final dos jogos nos acostumamos a gritar: 'muito obrigado... o time todo'. Pois está na hora de gritarmos: 'muito obrigado... o Galo todo'. Especialmente, e um pouco mais forte, a Cuca e Rodrigo Caetano. Talvez os dois maiores responsáveis por essa maravilha toda que estamos vivendo.

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