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Estado de Minas OPINIÃO SEM MEDO

As vacinas estão no fim, e Bolsonaro tenta disfarçar

Com cloroquina em queda, presidente usa experimento israelense como forma de distração


18/02/2021 06:47 - atualizado 18/02/2021 07:11

Bolsonaro, em frente ao Palácio da Alvorada, exibe caixinha de cloroquina como troféu(foto: Reprodução/Facebook)
Bolsonaro, em frente ao Palácio da Alvorada, exibe caixinha de cloroquina como troféu (foto: Reprodução/Facebook)

Israel é o país mais adiantado na vacinação contra a COVID-19 do mundo. E o motivo não é seu tamanho e população pequenos, mas eficiência: um primeiro-ministro atuante que ligou de manhã, de tarde, de noite e de madrugada (palavras do próprio Benjamin Netanyahu) para o CEO da Pfizer - que nos ofereceu 70 milhões de doses de vacina e nem resposta recebeu - e um brilhante time de especialistas em saúde e logística.

Por lá, enquanto pesquisa-se, vacina-se. Enquanto pesquisa-se e vacina-se, primeiro-ministro não fica brincando de aglomerações; não se dedica a conspirar contra a democracia; não fica receitando garrafadas milagrosas; não prega contra o uso de máscaras; não trata coronavírus como gripezinha; não diz “e daí?” para os mortos; não faz propaganda contra as vacinas e, ao invés de passear na praia e oferecer remédio às aves, trabalha.

Agora que a cloroquina - já considerada ineficaz há muito tempo - foi ridicularizada por todos os órgãos respeitados do Brasil e do mundo, e também por diversos governos e governantes estrangeiros, isolando de vez o negacionista e pseudo presidente brasileiro, e o tal tratamento precoce deixou de ser caso de política e tornou-se caso de polícia, o amigo do Queiroz tratou de arranjar uma nova pirita para eriçar o couro da manada. 

O pai do senador das rachadinhas soube que, em Israel, um spray nasal obteve resultados promissores contra a COVID-19. Açodado e diversionista, tratou de alardear o medicamento como sua nova panaceia. Porém, entre o exagero do energúmeno e a efetiva utilidade da droga, há um abismo de fases, testes, regulamentações e, dando tudo certo, negociação, produção, logística. Ou seja, nada que resolva nossa vida hoje.

O medicamento é, de fato, uma droga promissora, mas foi testada em não mais que trinta pacientes, e não é prioridade nem em seu próprio país, que segue firme na vanguarda da vacinação. Bolsonaro - o marido da receptora de cheques de milicianos - consciente de sua incapacidade de prover vacinas aos brasileiros, investe em um novo diversionismo para tentar esconder nossa triste realidade: não temos vacinas!

Como todo capacho, Bolsonaro precisa de um líder para seguir. Precisa de exemplos para copiar. Primeiro foi Donald Trump: com o bufão americano aprendeu que a China criou e espalhou o vírus, e que a cloroquina salvaria a humanidade. Agora que quebrou a cara, o maníaco do tratamento precoce tenta colar em “Bibi”. Tenta transformar o spray israelense em sua nova cloroquina, e o primeiro-ministro de Israel em seu novo Trump. Não vai conseguir.

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