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Sem lenço e sem documento

Só podemos apostar que 2021 traga superação e traga a vacina, pois é a única porta de saída deste triste momento que vivemos em 2020


27/12/2020 04:00 - atualizado 27/12/2020 08:09

A esperança da humanidade se concentra na vacina contra a COVID-19(foto: Jack Guez/AFP)
A esperança da humanidade se concentra na vacina contra a COVID-19 (foto: Jack Guez/AFP)

 
Entraremos em 2021 nesta semana. Apesar de este ano ter sido muito difícil de atravessar, nossos votos são de que a vacina chegue e alcance muita gente, evitando que a situação deste ano se repita e pelo menos que o segundo semestre do ano que vem nos permita algum alívio.

Este período de privação nos ensinará que as pequenas coisas do dia a dia são preciosas demais. Que ter uma vida normal já é motivo de alegria.
 
Acredito que estamos todos saudosos de abraços apertados, de poder sair sem máscara sentindo o vento no rosto, respirando profundamente e apreciando fazer isso como nunca. Será quase a sensação de estar sem lenço sem documento, como queria Caetano.
 
Sair sem máscara soará como liberdade total, mesmo que saibamos dessa impossibilidade em tempos normais. O gostinho da liberdade, ainda que parcial, a liberdade possível, fará o fim do isolamento ser valorizado como nunca. Esperamos que seja em breve.
 
Algumas pessoas acreditam que o mundo nunca mais será como antes, que o vírus veio para ficar e outros virão. Tenho receio de que tenham razão. Pois caso vivamos sob o medo nos privando de tudo apenas para sobreviver, sem viajar, sair na rua, visitar e encontrar amigos, isso tornaria a vida miserável. Apenas sobreviver não basta.
 
Queremos mais, queremos a alegria, as realizações materiais, afetivas e sociais. Hoje, por exemplo, as pessoas solteiras estão privadas de encontros, que se tornaram perigosos, e terão de esperar a situação mudar para seguir o curso natural da vida – no caso, encontrar alguém.
 
Os mais velhos estão impedidos de encontrar seus familiares, permanecendo em casa sozinhos. Assim também aqueles que têm qualquer doença autoimune. Muito constrangedor estar vivendo apartados, nas beiradas da vida.
 
Nestes momentos difíceis em que uma realidade irrespirável se impõe, precisamos construir suportes. Como bordas para contornar um buraco real de modo a não sucumbir e suportar a vida, que, a continuar assim, carece de sentido.
 
Estamos nós envolvidos completamente nesta aldeia global numa nau sem rumo esperando a vacina que, pelo que se anuncia, tem contraindicações, efeitos colaterais ainda desconhecidos e sem alternativas para negar o risco e não tomá-la. Como disse Rita Lee, estamos diante das coisas da vida e a gente não sabe se vai ou se fica.
 
Enfim, o que nos reserva o futuro nunca soubemos de antemão, mas não é possível recuar, só nos resta andar em linhas tortuosas que o real nos oferta, esperando não cair num buraco sem fundo. E é assim, lutando contra as intempéries da natureza e as pestes que nos assolam, que – unidos – teremos chance.
 
A civilização foi um grande feito. E agora, mais do que nunca, teremos de nos unir em um esforço comum para que toda a humanidade possa vencer a COVID-19.
 
Portanto, só podemos apostar que 2021 traga luz, traga superação e traga a vacina, pois, mesmo polêmica, é a única porta de saída deste triste momento que vivemos em 2020. Vai ano velho, que o tempo traga um ano novo de solidariedade, vitória e cura!!!

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