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Estado de Minas BRASIL EM FOCO

Cenário favorável para a descida da taxa de juros

Sem pressão inflacionária, poderia se esperar inclusive um corte mais agressivo do que o 0,5 ponto percentual praticado nas duas últimas reuniões


27/10/2023 04:00
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Para especialistas, Banco Central deve indicar a continuidade da queda da Selic diante da desaceleração da atividade econômica
Para especialistas, Banco Central deve indicar a continuidade da queda da Selic diante da desaceleração da atividade econômica (foto: Netflix/Divulgação)

Apesar da guerra entre Israel e o grupo fundamentalista Hamas entrar no seu 21º dia, ceifando milhares de vidas, ela não teve impacto econômico sobre o transporte de mercadorias ou fluxo de capital, ficando restrita à Faixa de Gaza, o que impacta as cotações do barril de petróleo tipo brent negociado abaixo de US$ 90. O dólar oscila perto de R$ 5 e a inflação se mantém sob controle, com o valor dos alimentos e bebidas registrando em outubro a quinta deflação seguida e os combustíveis tendo impacto neutro após a redução da gasolina e o aumento do óleo diesel. Essa conjuntura, associada ao fato de o rendimento do trabalho não acompanhar o crescimento do emprego, permite garantir a continuidade da política de redução da taxa básica de juros na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central a partir da terça-feira.

Sem pressão inflacionária, poderia se esperar inclusive um corte mais agressivo do que o 0,5 ponto percentual praticado nas duas últimas reuniões. Segundo informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a prévia da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) desacelerou este mês e ficou em 0,21%, contra o 0,35% de setembro. E mais importante, mais uma vez houve queda nos preços dos alimentos e bebidas, que tiveram deflação de 0,31% este mês com relação a setembro e a perspectiva é de que continuem caindo em novembro em dezembro, A expectativa do mercado financeiro é de que a Selic feche o ano em 11,75% ao ano, com mais dois cortes de 0,5 ponto percentual.

Outro ponto favorável à trajetória de redução da taxa de juros é o encaminhamento da agenda econômica no Congresso Nacional, que vive uma espécie de recesso branco com seus interesses particulares prevalecendo sobre os da nação em momentos recentes. A Câmara dos Deputados aprovou a cobrança de impostos sobre os super-ricos e a proposta de Reforma Tributária deve ser aprovada no Senado até o fim deste ano, trazendo uma perspectiva de melhora nas contas públicas e no ambiente de negócios do país. Esse ambiente pode até mesmo levar a taxa de juros a voltar ao patamar de um dígito no próximo ano.

Para Pedro Oliveira, do Paraná Banco Investimentos, na próxima reunião, após o corte de 0,5 ponto na Selic, “o comitê deve destacar a piora no cenário internacional, primeiramente pela elevação das taxas de juros de longo prazo nos Estados Unidos, que, por sua vez, pode estar ‘sugando’ a liquidez de países emergentes. Desde a última reunião do Copom, o rendimento da curva de juros americana de 10 anos saiu de 4,35% para a casa de 4,90%, chegando a 5,0% em alguns momentos, maior nível desde 2007”. Para ele, o conflito no Oriente Médio pode trazer oscilação do petróleo e aumento da aversão ao risco, interferindo na trajetória de queda da Selic no ano que vem.

Oliveira observa também que o Banco Central deve indicar a continuidade da queda da Selic diante da desaceleração da atividade econômica. “A atividade econômica brasileira vem mostrando fraqueza, o índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) recuou 0,77% em agosto, ante alta de 0,42% em julho. Já o índice de volume de serviços, medido pelo IBGE, recuou 0,9% no mesmo período, contrariando as projeções de alta em 0,4%. Ambos os dados devem mostrar ao Copom que a resiliência da economia com a alta de juros pode ter acabado”, afirma o tesoureiro do Paraná Banco. Mantida a atual trajetória, a Selic chegará a 10% até a quarta reunião do Copom em meados de junho de 2024.

Fundos


R$ 15 bilhões é a captação líquida dos fundos de investimentos até 20 de outubro, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima)

Descarbonização

Uma parceria entre o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), o governo britânico no Brasil e o Mining Hub – espaço de inovação do setor mineral – viabilizou a parceria que será a base para o desenvolvimento de uma proposta de metas setoriais de redução de emissões de gases do efeito estufa na indústria mineral. Lançado ontem, o Projeto de Descarbonização do Setor Mineral já tem a adesão de 11 mineradoras.

Mobilidade

Com uma necessidade de investimentos da ordem de R$ 360 bilhões, os projetos de mobilidade urbana no Brasil podem deslanchar nos próximos anos. Pensando no potencial dessa infraestrutura, o BNDES e o Ministério das Cidades firmaram um acordo para elaborar um Estudo Nacional de Mobilidade Urbana envolvendo 21 grandes cidades do país. O projeto tem capacidade de beneficiar 80 milhões de brasileiros na avaliação do BNDES.
 





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