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A campanha histórica do América no Brasileiro pode ser só o começo

A aposta para 2022 é alta. O América se fia na chegada de investidores e na transformação em clube-empresa para uma nova era de gestão de futebol


18/11/2021 19:38 - atualizado 18/11/2021 20:10

Jogador Juninho se ajoelha diante da torcida do América, no Independência, ao comemorar gol
Com uma das melhores campanhas do Brasileiro no returno, América assegurou permanência na Série A (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Talvez os dois principais enredos do Campeonato Brasileiro de 2021 estejam sendo escritos em Minas Gerais, com o iminente título do Atlético e a campanha surpreendente - e histórica - do América. A permanência na elite, por si só, já vale como um capítulo de glória para o Coelho, por ser inédita. Mas, como cereja do bolo, ainda há a possibilidade de, também pela primeira vez, a equipe conseguir vaga em uma competição internacional. O peso disso para o clube, como instituição, é enorme. 

A arrancada americana no returno do Brasileiro ficará marcada para sempre. O América não mais será lembrado como mero inquilino da Série A, o time que invariavelmente batia e voltava. Ao cravar seu lugar entre os 20 de 2022, o clube ganhou uma grande chance para finalmente mudar seu status no cenário nacional. E vai ter trabalho para se manter nesse patamar. Mas essa é uma conversa para depois. Hoje, merecidamente, o americano tem de comemorar. Comemorar e sonhar. Ainda não acabou.

No Lanna Drummond, a máxima de que o céu é o limite virou lema. O time entrou no campeonato com a missão de evitar o rebaixamento, conseguiu cumpri-la com antecedência e então chegou a hora de dobrar a meta. A Copa Sul-Americana é o próximo objetivo. Mas não para por aí. O Coelho poderá novamente dobrar a meta, virando seu alvo para a Libertadores. 

Chegar ao fim do campeonato brigando por vaga em um torneio continental - e todas as receitas que advêm dessa empreitada – não povoava o pensamento da cúpula do Coelho no início do Brasileiro. Nem mesmo os analistas de futebol colocavam muita fé: o time mineiro foi apontado, em vários programas esportivos, como potencial candidato a integrar a lista dos quatro últimos ao fim das 38 rodadas.

Mas, segundo o presidente Alencar da Silveira Júnior, evitar o retorno imediato para a Série B era bem factível. "Sempre trabalhamos para não cair. A gente via essa possibilidade desde o início, via que neste ano seria a nossa grande chance de ficar na Primeira Divisão", conta o dirigente. Como ele mesmo admite, no entanto, fácil não foi.

Sem ter como investir alto, foi preciso buscar saídas para contornar as dificuldades financeiras, uma realidade especialmente dura para quem precisa competir com orçamentos milionários dos grandes da elite. A folha do futebol do América gira em torno de R$ 2,6 milhões, incluindo despesas com as categorias de base e o futebol feminino.

A maior fatia do bolo, claro, vai para o profissional, porém, ainda assim, é pouco, uma luta muito desigual com equipes que, por vezes, usam esse montante para pagar dois ou três jogadores. "Não é folha comum na Série A", reconhece Alencar.

Por isso, não foi raro, na temporada, que um ou outro dirigente tivesse de tirar do próprio bolso para evitar que o salário atrasasse. Premiações por objetivos, outra praxe no futebol para motivar jogadores, ganharam a companhia de iniciativas inusitadas, como sorteio de telefones badalados como o iPhone. 

A perda de treinadores também ameaçou o projeto, mas a emenda acabou saindo melhor que o soneto. Vagner Mancini conseguiu que a equipe iniciasse a arrancada, pós-saída de Lisca, e Marquinhos Santos, substituto de Mancini, deu continuidade à ascensão do Coelho no Brasileiro. Foram tacadas certeiras.

O que mais chama a atenção em quem está no clube é o quanto o time está determinado a ir mais longe. Asseguram que não haverá relaxamento na reta final. Outro ponto que destacam: como quem chegou depois, como o argentino Zárate, se inseriu rapidamente no grupo.

Com a política de "pés no chão", sem grandes estrelas, o América se reinventou com a bola rolando. A tese é de que, agora, começou um outro campeonato, que vai durar cinco rodadas. E, como o time está em ascensão, a confiança de que pode ir longe é grande. 

Esse otimismo precisou de uma dose extra de combustível depois do empate por 0 a 0 com o Atlético-GO, no Horto, nessa quarta-feira.

Empolgado com as vitórias sobre Sport (3 a 2) e Grêmio (3 a 1), o grupo se frustrou com a igualdade sem gols diante dos goianos. Coube ao presidente elevar o moral de todos: "Fui ao vestiário e falei para que levantassem a cabeça. A gente já tinha ganhado o nosso campeonato, nos garantindo na Primeira Divisão. Agora, vamos começar outro. E temos grandes chances também". 

A aposta para 2022 é alta. Especialmente porque o América se fia na chegada de investidores (um fundo norte-americano) – cujo acordo, mantido em sigilo, já foi assinado – e na transformação em clube-empresa para uma nova era de gestão de futebol.

A ideia é que a virada que o time conseguiu, em campo, neste Brasileiro, seja apenas o ponto de partida para uma reviravolta ainda maior. 

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