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Estado de Minas COLUNA DO JAECI

Pênalti não é loteria como alguns apregoam no mundo esportivo

Não quero aqui jogar a culpa no volante, mas ele tinha a faca, o queijo e a goiabada na mão, ou melhor, no pé, para entrar para a história do Fortaleza


30/10/2023 04:00 - atualizado 30/10/2023 07:24
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Bellingham, craque do Real
Jude Bellingham tem 13 jogos pelo Real Madri e 13 gols marcados, dois deles, no clássico de sábado, quando debutou diante do Barcelona (foto: Lluis Gene/AFP)


Há uma máxima no futebol de que cobrança de pênalti é loteria. Discordo, completamente. Pênalti para mim é competência, inteligência e emocional equilibrado. Vamos pegar como exemplo a última cobrança das séries feitas pelo Fortaleza, na final da Sul-Americana contra a LDU. Se o volante Pedro Augusto tivesse marcado o gol, o Leão seria o campeão, título inédito para o clube e para o Nordeste do país. Mas ele bateu no canto e o goleiro do time equatoriano foi lá e defendeu. Ora, senhoras e senhores, o cara vai bater a última cobrança, que pode dar o título ao seu time. O goleiro adversário está desesperado para defender e manter sua equipe viva. É claro que ele vai escolher um canto para tentar a defesa.

Dessa forma, se Pedro Augusto tivesse dado uma porrada no meio do gol, converteria a cobrança e seria carregado em triunfo em Maldonado. Mas ele não teve o equilíbrio emocional e a inteligência para perceber isso. Ao bater no canto que o goleiro acertou, ele perdeu o título. É bem verdade que nas cobranças alternadas, o Fortaleza perdeu mais uma cobrança, enquanto Piovi converteu e deu o título ao time equatoriano. Detalhes decidem uma taça, mas é importante dizer que cabeça fria, inteligência e competência têm de ser usados na cobrança de penalidades.

O Fortaleza fez uma campanha brilhante. Chegou a abrir 1 a 0 no segundo tempo, mas sofreu o empate. O goleiro João Ricardo pegou duas cobranças, inclusive e a de Paolo Guerreiro, mas os batedores do Fortaleza não tiveram controle emocional, qualidade e inteligência para ganhar a taça. Peguem os históricos de decisões de penalidades. Quando o goleiro sabe que dele depende a não eliminação de seu time, na última cobrança do adversário, ele escolhe um canto e pula. Não há aquele que fique parado no meio do gol. Portanto, um chute frontal, não tem erro: é bola no barbante.

O problema dos jogadores brasileiros é que eles são preguiçosos, não treinam, não observam, não têm noção do que vão fazer. Se no trajeto do meio-campo até a área da LDU Pedro Augusto tivesse a consciência que uma cobrança acertada daria o título ao seu time. Se ele tivesse pensado que o goleiro escolheria um canto, com certeza daria uma pancada no meio do gol, garantindo o título. Faltou a ele a confiança e a certeza de que o goleiro não ficaria imóvel.

Não quero aqui jogar a culpa no volante, mas ele tinha a faca, o queijo e a goiabada na mão, ou melhor, no pé, para entrar para a história do Fortaleza e dos clubes do Nordeste. Infelizmente, não caprichou e não pensou na possibilidade de o goleiro não ficar estático, no meio do gol. Ainda assim, o Fortaleza brilhou, mas ficou com aquele gostinho amargo na boca. O título esteve tão perto e os jogadores não deram conta disso. Parabéns ao técnico Vojvoda, um argentino que conhece do riscado e que pôs o Fortaleza em outro patamar no futebol brasileiro. Bola pra frente. Perder e ganhar faz parte do show.

O Fortaleza chegou a ser superior ao adversário, em boa parte do jogo. Como não traduziu em gols, acabou castigado. Que o trabalho continue, pois o Fortaleza tem um dirigente sério e competente, o presidente, Marcelo Paz, que não aceita falcatruas, que não faz conchavo com empresários, que gere o clube com mão de ferro. Não o conheço, pessoalmente, mas está no nível de Mário Bitencourt, presidente do Fluminense, e de Leila Pereira, presidentes que mandam, de fato e de direito, que são mão de ferro, corretíssimos e que visam sempre o clube. Tem voz ativa e são decentes. A safra de dirigentes amadores, alguns fraquíssimos e que nada mandam, está acabando no futebol. Viva as SAFs, viva a moralização. Que o Fortaleza cresça cada vez mais. O caminho traçado não tem volta. Será de conquistas e grandes jogos.

Um novo Zidane

Jude Bellingham tem 13 jogos pelo Real Madri e 13 gols marcados, dois deles, no clássico de sábado, quando debutou diante do Barcelona, na casa do adversário. Já estão comparando o jogador inglês ao francês, Zinedine Zidane. Claro que Zidane era mais técnico, mais clássico e um gênio da bola. Porém, aos 20 anos, Bellingham mostra um belíssimo futebol e o acerto em cheio do Real Madri em sua contratação. Ele joga no meio e assumiu como titular, barrando, ora Modric, ora Toni Kroos, dois gênios da bola. Ancelotti faz um trabalho de renovação no time merengue, completou 270 jogos dirigindo a equipe e já disse que por ele “termina sua vitoriosa carreira no maior time do mundo”.

Em Madri já há rumores de que ele vai renovar o contrato em janeiro, para mais uma temporada, até 2025. Isso frustraria os planos da CBF, que o dá como certo para junho de 2024. Como não há contrato assinado e nem nada apalavrado, acho difícil Ancelotti assumir a Seleção Brasileira. E, se isso acontecer, não será certeza de taças. Ele nunca dirigiu uma seleção, e precisaria de tempo para entender a cultura do futebol brasileiro. As fontes que tenho no Real, me garantem que ele não sairá do clube merengue. Vamos aguardar os acontecimentos.

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