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Estado de Minas COLUNA DO JAECI

Não há mais liga entre a torcida e a Seleção Brasileira

Pesquisa nacional realizada para a Copa do Mundo do Catar revela que 70% dos brasileiros não se interessam mais pela Seleção Canarinho


19/06/2023 04:00 - atualizado 19/06/2023 07:16
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Vini Jr faz selfies com torcedores depois de jogo da Seleção
Vini Jr faz selfies com torcedores depois de jogo da Seleção (foto: Pau BARRENA / AFP)

Acabou o amor entre a torcida brasileira e a Seleção Canarinho. Não existem mais “Pachecões”, nem gente fanática, exceto alguns “nuttelas”, ávidos por uma foto ou um autógrafo. A Seleção Brasileira não nos representa mais. Em pesquisa nacional para a Copa do Mundo do Catar, 70% dos brasileiros disseram que não se interessam mais pela nossa equipe.

Com certeza, após mais uma eliminação para uma seleção de segunda linha do futebol mundial, a rejeição deve ter subido para 90%. Vários são os fatores desse desinteresse, a começar pelas sucessivas corrupções na CBF, passando pela falta de craques e de técnicos, e chegando aos empresários, que, segundo o torcedor, põem e escalam seus jogadores na seleção.

Realmente, é injustificável, por exemplo, Richarlyson, reserva no Tottenham, ser convocado agora e ser titular. Isso é um desrespeito com os centroavantes que estão em plena atividade e são titulares em suas equipes, marcando gols. A Seleção Brasileira foi banalizada na última década a tal ponto de terem sido chamados jogadores desconhecidos e sem a menor condição de vestir a amarelinha. Lembram-se do Afonso, que jogava na Holanda, e foi convocado por Dunga? Uma aberração!
 
 Sou de uma época em que havia, no mínimo, dois craques por posição. Comemorávamos quando um jogador do nosso time era convocado para defender a pátria! Atualmente, qualquer um é chamado, e, curiosamente, logo vendido para um clube do exterior. A Seleção não joga mais no Brasil. Só mesmo pelas Eliminatórias. Onde estão os grandes adversários, que faziam o torcedor lotar o Maracanã, Morumbi ou Mineirão, para ver nossos craques desfilarem?

Zico comemorando o gol do Brasil sobre a Argentina na Copa de 82
Saudosos tempos da Seleção Brasileira com craques como Zico, que brilhou na vitória por 3 a 1 sobre a Argentina, na Copa da Espanha de 1982 (foto: Arquivo EM)

A gente quer ver um Brasil x Alemanha, Inglaterra, Itália, França, Espanha. Ninguém suporta mais esses amistosos caça-níqueis contra seleções africanas, de terceira linha do futebol mundial. Aliás, do ano passado para cá, já sofremos duas derrotas para africanos, coisa que jamais aconteceu com nossa equipe. Na Copa, Camarões nos venceu por 1 a 0 e comemorou como se fosse o caneco. No amistoso em março, Marrocos nos sapecou 2 a 1. São os novos tempos do time canarinho, tão maltratado e achincalhado, depois dos 7 a 1.

Eu tinha o maior orgulho e maior prazer em cobrir a Seleção Brasileira mundo afora. Estou falando da Seleção de Zico, Cerezo, Éder, Romário, Ronaldo, Falcão, Ronaldinho Gaúcho, e por aí vai. De técnicos como Zagallo, Parreira, Telê Santana, Carlos Alberto Silva, Vanderlei Luxemburgo, entre outros. Hoje, nem técnico temos.
 
 
Zico comemorando o gol do Brasil sobre a Argentina na Copa de 82
Saudosos tempos da Seleção Brasileira com craques como Zico, que brilhou na vitória por 3 a 1 sobre a Argentina, na Copa da Espanha de 1982 (foto: Arquivo EM)
 
Confesso que perdi o prazer de acompanhar uma equipe que esconde os treinos e mostra um futebol pífio nos jogos. Chegamos ao ponto de o técnico interino, Ramon Menezes, fechar o treino para o amistoso com o Marrocos. É mesmo uma piada! Perceber que Danilo e Marquinhos, dois péssimos jogadores, continuam na Seleção, após sucessivos fracassos, é demais. Ver Alisson “braço curto” estar de volta ao gol brasileiro é outro escárnio. Realmente não dá!

Esperava que Ramon esquecesse esses fracassados, mas a insistência com eles beira o ridículo. A verdade é uma só: não há mais liga entre o torcedor brasileiro e a Seleção Brasileira. Basta medirmos a audiência, quando falamos dos clubes e quando falamos da Seleção. Os clubes aumentam a audiência em 100% em relação ao time canarinho. Quem vai perder o tempo em ligar a televisão para assistir Brasil x Senegal? Realmente, estamos na contramão da história, com uma Seleção pífia, jogadores fracos e sem compromisso com a camisa amarela.

O jejum em Mundiais, que chegará a 24 anos, na Copa dos Estados Unidos, México e Canadá, igualará ao período de 1970 à 1994, porém, deveremos bater esse recorde, pois acreditar que o Brasil ganhará a Copa de 2026 é o mesmo que acreditar que o sargento Garcia vai prender o Zorro. Se tudo correr como deve, a França deverá fazer sua terceira final consecutiva, e, dessa vez, para encarar Argentina, novamente, ou Inglaterra, se os cruzamentos assim o permitirem.

Anotem aí e me cobrem. Acertei a final entre Alemanha e Argentina, na Copa realizada no Brasil, e entre França e Argentina, na Copa do Catar. Para 26 meu palpite é França contra Argentina ou Inglaterra. Anotem e me cobrem. Não gosto dessa palavra, mas que “inveja” eu tenho da Seleção da França, que tem jogadores jovens, tarimbados e vencedores em Mundiais. Que o diga Mbappé, de 24 anos, campeão do mundo marcando gol na final, em 2018, e vice-campeão, fazendo três gols na final contra a Argentina, no Catar. Isso sim é jogador de verdade, não os “pipocas”, mascarados que temos. Minha esperança é Vini Júnior e Endrick. Se a Seleção não começar por eles, está realmente tudo errado.

RONALDO E GALVÃO

Jogos da Seleção Brasileira sem Ronaldo Fenômeno e Galvão Bueno é o mesmo que a “igreja sem o Papa”. Não há mais interesse por esses amistosos inexpressivos e que só servem para dar oportunidade a jogadores medianos. Chega! O povo quer um técnico de verdade e um grupo qualificado. Não dá mais. Do jeito que está, chegaremos a 100% de rejeição, pois amor à pátria já não existe há tempos.

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