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Estado de Minas COLUNA DO JAECI

Dívida do Atlético: torcedor de verdade quer transparência

O que todos queremos é um futebol forte, com clube equilibrado nas finanças. O resto é babaquice de robozinhos e perseguição de gente mal resolvida


30/03/2021 11:39

'O cara que torce para um clube, verdadeiramente, quer que tudo seja claro, transparente e correto'(foto: Bruno Cantini/Flickr)
'O cara que torce para um clube, verdadeiramente, quer que tudo seja claro, transparente e correto' (foto: Bruno Cantini/Flickr)


O Corinthians deve quase R$ 1 bilhão
, sem contar a dívida da Arena Itaquerão. Com ela, sua dívida vai chegar perto dos R$ 2 bilhões. O Flamengo deve cerca de R$ 500 milhões, mesmo tendo sido enxugado na gestão Bandeira de Melo, a melhor dos últimos tempos. O Cruzeiro deve mais de R$ 1 bilhão, e está quebrado, na Segunda Divisão, a exemplo de Vasco e Botafogo, que devem também quase R$ 1 bilhão, e acompanham o time azul na Segundona. O Palmeiras também de e uma fortuna, mas tem um mecenas que segura a onda, pois sonha em ser presidente do clube. O Atlético Mineiro também deve mais de R$ 1 bilhão, mas é outro clube que tem um mecenas que injeta muito dinheiro lá.

Porém, é incompreensível a revolta de alguns poucos torcedores atleticanos, quando os profissionais sérios, que não trabalham com a camisa do clube e dele nada recebem, mostram a realidade do alvinegro. Dívida é dívida, e a irresponsabilidade dos dirigentes fez com que o futebol brasileiro estivesse quebrado. Tudo para eles é perseguição. Acham que a imprensa do Rio e São Paulo está contra o clube, porque está montando um time para ganhar taças.

Que complexo é esse? Que bom que o Galo está se reforçando e que vai brigar pelas taças que vai disputar. Isso vai engrandecer o estado de Minas Gerais, e vai colocar o clube na vitrine. Por que os campeoníssimos Palmeiras, São Paulo, Corinthians, Flamengo, Grêmio e Inter ficariam com inveja? São clubes que ganham todos os anos e que formam boas equipes.

Ter o Atlético na prateleira de cima será ótimo para o nosso futebol, pois tirando o Cruzeiro, campeão em 2003, 2013 e 2014, do Brasileirão por pontos corridos, nenhum outro clube fora do eixo Rio-São Paulo conseguiu tal façanha. A dívida do Galo, assim como de todos os clubes que citei, é reflexo de gestões equivocadas, que não têm responsabilidade fiscal. O futebol precisa se profissionalizar e é isso que o novo presidente alvinegro, Sérgio Coelho, vai fazer. Ele é gestor, pois suas empresas sempre deram lucros. Por isso, não vai gastar mais do que tem.

Ele mesmo me disse que se não fossem os mecenas e o clube não teria dinheiro para nada. Mas sabe que essa não é a forma correta de gerir um clube. É preciso ter orçamento, receitas maiores que as despesas. Claro que a pandemia do coronavírus limitou todos os clubes e todos os segmentos da sociedade. Porém, quando voltarmos ao normal, os clubes terão uma fonte de renda que é a bilheteria. E o Galo caminha para ter sua própria casa, que lhe dará muito dinheiro. Tudo o que girar em torno do espetáculo irá para os cofres do clube. Isso será fantástico.

Vale lembrar, entretanto, que há vários clubes com casa própria no Brasil. Inter, Grêmio, Palmeiras, Vasco, Athletico-PR e tantos outros. Ter estádio não significa ter taças, mas é um grande caminho para elas. O que faz uma equipe vencedora é a organização interna, os projetos sólidos e uma gestão eficiente, sem desvios, com mão de ferro.

Vi o Atlético ser campeoníssimo em 2013-2014, com pouco dinheiro. Porém, havia um presidente que cuidava do clube como se cuida de um filho. Não gastava mais do que podia, e conhecia futebol como poucos. Contratou as peças certas para as posições carentes, e o resultado todos conhecem. Ter uma aula com Alexandre Kalil seria um gesto de humildade do atual presidente, que, aliás, esteve com Kalil, antes de assumir, reconhecendo o maior presidente da história do clube e o mais vencedor.

Os torcedores têm sim que agradecer aos mecenas por salvarem o clube e por ajudá-lo nas contratações. Mas eles não são donos do Atlético. O Galo pertence aos 8 milhões de torcedores, espalhados pelo mundo. E há um presidente eleito, com sua diretoria, que é responsável por tocar o clube. A diretoria reconhece e agradece a participação dos mecenas, mas o Galo tem que aprender a sobreviver por suas próprias pernas.

Rubens e Rafael Menin, além de Ricardo Guimarães, emprestam dinheiro ao Atlético, sem juros, uma parte com juros baixíssimos e até em doações, segundo os próprios Menin. Porém, o certo é o Galo se autogerir, se tornar autossuficiente. O estádio, como escrevi acima, será um grande passo, mas há outros fatores preponderantes para ganhar taças.

A histeria de alguns que se dizem atleticanos com a divulgação da dívida não se justifica. Os que ficaram revoltados não são atleticanos de verdade. O cara que torce para um clube, verdadeiramente, quer que tudo seja claro, transparente e correto. Dívidas, todos os clubes brasileiros têm. Uns mais, outros menos. O que todos queremos é um futebol forte, com todos os clubes equilibrados, financeiramente, ganhando taças. O resto é babaquice de robozinhos e perseguição de gente mal resolvida. O Galo é maior que todos eles.  

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