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Mineira que assina figurino de Marisa Monte em 'Portas' fala desse trabalho

Renata Correa é formada em publicidade pela PUC-Minas, foi sócia de Tatiana Queiroz na loja Cubo e decolou na moda em Sampa, com apoio do stylist Daniel Ueda


30/01/2023 04:00 - atualizado 30/01/2023 09:53

desenho de vestido de Marisa Monte
Croqui de look que Marisa Monte usa em seu novo show, assinado pela mineira Renata Corrêa (foto: Renata Correa/Divulgação)

 
Em um show em que tudo funciona muito bem, é difícil apontar o que mais nos agrada. No caso de “Portas”, turnê de Marisa Monte, que depois de um ano da estreia no Rio de Janeiro passou no último sábado (28/1) pela segunda vez por Belo Horizonte, não há como tirar os olhos do figurino da cantora, que brilha com o styling da mineira Renata Correa, que, no início dos anos 2000, foi dona da Cubo, loja que unia design e moda, com a sócia Tatiana Queiroz.
 
Em cena, Marisa troca o figurino que tem capa transparente da Dolce & Gabanna,  vestido e macacão tipo catsuit, de André Betio; braceletes e anéis do designer Caio Vinícius, criador também do vestido de correntes e cristais, uma maravilha, assim como a capa com mangas bufantes, de Vitor Zerbinato. De Walério Araújo, a "coroa", e do mineiro Alexandre Birmann, as botas de veludo. 

Por telefone, Renata conversou com a coluna.
 
Como surgiu o convite para assinar o styling de Marisa Monte, na turnê "Portas", que já passou duas vezes por BH?

Fui convidada para este projeto por Giovanni Bianco, ele é muito amigo da Marisa. Tínhamos feito o clipe "Portas" e deu muito certo a nossa relação. Ela gostou de todas as roupas no clipe, que são trocadas várias vezes. Ter feito o clipe antes do show acendeu alguma coisa na Marisa de se preocupar um pouco mais em levar alguma coisa diferente em termos de moda, do figurino ao show.

E como foi trabalhar com os dois?

Eles (Marisa e Giovanni) já tinham começado a discutir alguma coisa sobre o figurino quando o Giovanni me chamou e aí começou um processo que foi muito legal. Um processo há seis mãos. O Giovanni é um profissional muitíssimo talentoso, com quem trabalho há muito anos e temos uma troca muito saudável e rica.

A Marisa é uma profissional, uma autora, cantora com total domínio sobre a imagem dela, sobre o que ela quer passar também. Ela é muito clara na maneira que faz os pedidos, comunica os desejos dela. Foi muito rica a troca entre três pessoas, seis mãos. Por isso o figurino foi tão especial, porque tem muito da Marisa, muito do meu acabamento, que é muito precioso, sei exatamente o que vai funcionar em termos de volumes, materiais, e do Giovanni, que trabalhou com Madonna, várias celebridades, fazendo clipes e shows. A junção foi muito rica.

A troca de figurino em cena foi um acerto.

Tenho quase certeza de que a ideia da troca de figurino veio da Marisa. A solução  para isso, que achei incrível, foi a história do macacão (catsuit) preto.

A Marisa tem um corpo ótimo e ela ficou superbem com esse macacão, uma base que é um sexy, mas não é sexy, por estar supercoberta, e não mostra as formas do corpo dela. É uma base muito neutra em que fui colocando, de forma com que combinasse com os próximos looks. Ora essa base aparece velada, ora ela aparece revelada.

Como foi trabalhar com Marisa?

Ela é uma artista querida por todo mundo pelo conjunto da carreira e como essa carreira foi construída. Óbvio que fiz com muito envolvimento. Ela é uma artista muito presente nos processos, simples, acessível e, ao mesmo tempo, segura. A admiração que eu já tinha como artista aumentou em relação à pessoa.

Em relação ao show é como aqueles filmes que você assiste e considera que está tudo perfeito: a luz, a direção, o figurino, com a beleza e, principalmente com o repertório que ela preenche tudo de uma forma única e muito especial.

Obviamente, os outros elementos são extremamente importantes para que ela cresça e fique segura. Sinto nesse show uma Marisa muito segura, uma mulher muito poderosa e uma artista digna. Que orgulho dessa mulher ser brasileira e estar levando esse show para o mundo
 
Você começou sua carreira em Belo Horizonte, onde montou a Cubo. Como foi o início de sua trajetória na moda?

Fiz publicidade na PUC-Minas e, durante a faculdade, conheci minha sócia, Tatiana Queiroz. Começamos atendendo clientes da moda, no formato híbrido entre styling, produção de moda e design.

Fazíamos campanhas para os clientes em um formato novo, misturando as duas coisas. Formato que utilizo até hoje com meus clientes em São Paulo. Montei uma agência, cresci muito e abri uma loja, Cubo, supervanguarda na época, misturando design, livros e roupas. Vendíamos os estilistas novos do Brasil, na loja que era supermoderna.

Qual a importância do stylist Daniel Ueda, um dos maiores nomes da moda, no seu crescimento profissional?

Conheci o Daniel Ueda, stylist até hoje importante em São Paulo, quando fiz assitência para ele em um trabalho em Belo Horizonte. Foi quando vi que o método de trabalho era muito diferente do método que eu fazia. Óbvio que, em Minas, havia menos investimentos na parte de produção de moda, de imagem. Decidi fechar tudo.

Minha sócia foi para Barcelona, eu vim para São Paulo ser assistente dele (Daniel Ueda) e comecei, depois de muito tempo, a entrar no mercado de moda, a assinar meus próprios editoriais de moda. Em 2005, era muito mais difícil do que hoje você ser absorvido pelo mercado. Hoje as coisas são mais rápidas.

Comecei a misturar a parte de design com styling, o que deu muita visibilidade. Comecei a trabalhar nas principais revistas, principais marcas e fui me estabelecendo. Um ponto forte na minha carreira foi o encontro com Giovanni Bianco, na época fazia vários projetos internacionais muito importantes também, e eu comecei a entender e aprender com a metodologia de trabalho, de pesquisa, de perfeccionismo. Tive dois mentores: Daniel Ueda e Giovanni Bianco, que me levaram a ser o profissional que sou hoje. 

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