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Estado de Minas COLUNA HIT

Com convites esgotados e lista de espera, Automóvel Clube comemora 97 anos

Festa será realizada nesta sexta (26/8). Murilo Sérgio, presidente do AC, está otimista com o futuro da instituição após as dificuldades causadas pela pandemia


26/08/2022 04:00 - atualizado 26/08/2022 08:56

Automóvel Clube
O imponente "Mais Britânico" se destacava na Avenida Afonso Pena antes de arranha-céus dominarem o Centro da capital mineira (foto: Igino Bonfioli/reprodução)

A três anos da comemoração do centenário do Automóvel Clube de Minas Gerais, o clima é de euforia no prédio de quatro andares em estilo eclético, no Centro de Belo Horizonte.
 
O “Mais Britânico”, como ficou conhecido nos tempos áureos, quando smoking e vestidos longos dominavam os salões Príncipe de Gales e Dourado, reabre as portas nesta sexta-feira (26/8), depois da pausa entre 2020 e 2021, durante o período mais crítico da pandemia, para sua festa de aniversário de 97 anos.

O entusiasmo dos membros da diretoria diz respeito também à recuperação do clube. Os 300 convites estão esgotados e há lista de espera para a festa desta noite.

Casais dançam na festa de réveillon do Automóvel Clube em 1944
Festa de réveillon, em 1944, quando smokings e vestidos longos eram obrigatórios (foto: Arquivo EM)


O presidente do Automóvel Clube, Sérgio Murilo Braga, reconhece que as dificuldades foram aumentando devido à COVID-19.

“O clube ficou fechado vários meses. Nós, do conselho de administração, fizemos aporte financeiro para o caixa. O Automóvel Clube é, acima de tudo, uma grande paixão para todos nós, que já retomamos a caminhada”, garante.

Pessoas sentadas em enorme mesa durante jantar de gala no Automóvel Clube, em BH
Jantar de gala para a posse da diretoria do AC, há 78 anos (foto: Arquivo EM)

Nova agenda nos salões

A agenda do AC é motivo de alegria. Em alguns dias da semana, há três ou quatro eventos simultâneos, divididos entre os dois principais salões (Dourado e Príncipe de Gales), o Salão Verde, o quarto andar, onde funciona o Especial Gourmet, e o Mina Jazz Bar, anexo ao prédio. “Estamos realmente retomando o Automóvel Clube”, frisa o presidente Sérgio Murilo.

Ele reconhece que o perfil atual dos sócios exige a conquista de nova faixa etária. Para a festa dos 97 anos, por exemplo, o black tie foi abolido, assim como a gravata. “Queremos dar vida nova ao clube”, afirma o presidente Sérgio Murilo.
Nelson Rodrigues, Lilian Furman e Jofrancis Melo Silva se apresentam no Automóvel Clube
Festa beneficente, o Showçaite fez história no Automóvel Clube. Nelson Rodrigues, Lilian Furman e Jofrancis Melo Silva fizeram parte do elenco em 1991 (foto: Arquivo EM)

Atualmente, o Automóvel Clube tem pouco mais de 500 sócios com as cotas em dia. O valor da mensalidade é R$ 180.

O custo da manutenção do prédio de quatro andares varia com o número de eventos. Os custos fixos são de R$ 32 mil, destinados à folha de pagamentos.
 
Jovens dançam em cima da mesa durante baile de carnaval no Automovel Clube, em BH
Nem tudo era ''britânico''. Mesas viravam passarelas nos bailes de carnaval do AC, como ocorreu na folia de 1972 (foto: Arquivo EM)
 

José Hugo da Costa Oliveira é o mais antigo funcionário, com quase 40 anos de casa. Começou aos 17, como copeiro, passou por oito presidências, trabalhou na copa, caixa, tesouraria e secretaria até ocupar o posto de gerente administrativo do AC.


Smoking e longo: trajes obrigatórios

Oliveira acompanhou os eventos mais efervescentes do AC, como as festas de réveillon e aniversários do clube. Com saudade, lembra a época de smokings e vestido longos obrigatórios. “Era outro tempo. A história mudou”, comenta.

Haydee Faria Costa Lage desfila como debutante no Automóvel Clube
Moças de BH, como Haydee Faria Costa Lage, eram apresentadas à sociedade em badalados bailes de debutantes, como este de 1963 (foto: Night and Day/reprodução)
Ao contar histórias do passado, José Hugo Oliveira cita as festas de ano-novo, quando funcionários dobravam mais de 1,6 mil cartas, que eram colocadas em envelopes e despachadas via Correios.

Entre os diretores, o empresário Franklin Bethônico é quem está há mais tempo no cargo. “São 12 anos. E espero ficar mais três, para fazer uma grande festa comemorativa ao centenário do clube”, diz ele, festeiro de mão cheia.

O Automóvel Clube surgiu da união de nove amigos, que fundaram o Clube Central. Um ano depois de ser instalado no Palacete Dantas, na Praça da Liberdade, o nome foi alterado para Automóvel Clube de Minas Gerais, passandoa ser filiado ao Automóvel Clube do Brasil.

Só em agosto de 1929 houve a transferência para o prédio na esquina das avenidas Afonso Pena e Álvares Cabral, projetado por Luis Signorelli e construído pela Carneiro de Rezende & Co. Em estilo eclético, a obra levou dois anos para ficar pronta.
 
 
Escultura de rosto de mulher na fachada do Automóvel Clube
Detalhe da fachada do Automóvel Clube (foto: Cristina Horta/EM)

Preciosidade da arquitetura de BH

Os detalhes fazem do prédio do Automóvel Clube um marco da arquitetura em BH. Documento da Fundação Municipal de Cultura destaca a fachada principal, três portas em arco perfeito com folhas de ferro fundido, e o Salão Dourado, inspirado no Salão de Espelhos do Palácio de Versalhes, em Paris, decorado por três lustres de cristal da Boêmia, região que pertencia à extinta Tchecoslováquia.

Outro ambiente destacado pela Fundação de Cultura é o Salão Príncipe de Gales. Ganhou este nome depois da visita de dois integrantes da realeza britânica, em 1931: Edward VII, príncipe de Gales, e o irmão George VI, que veio a se tornar rei da Inglaterra. Na ocasião, uma placa de bronze foi inaugurada em homenagem aos visitantes.

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