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 Ação do setor de moda para doar máscaras precisa de doações para não parar

Meta de empresários é obter R$ 500 mil para produzir 250 mil máscaras, que serão distribuídas em BH e em cidades do interior do estado


26/04/2021 04:00

Os coordenadores do grupo 1 Milhão de Máscaras (foto: Renata Melo/Divulgação)
Os coordenadores do grupo 1 Milhão de Máscaras  (foto: Renata Melo/Divulgação)

Entre as poucas certezas que temos neste mundo pandêmico, uma é que o uso de máscaras, assim como as outras diretrizes da ciência, são essenciais para conseguirmos atravessar esse deserto. Não fosse o trabalho de voluntários, como empresários de moda que se uniram para fabricar máscaras, a situação seria mais complicada para famílias carentes, que não têm dinheiro suficiente para a comida, imagine para comprar máscaras.

O grupo Um Milhão de Máscaras (1MM), criado a partir de um encontro de empresários da moda com a professora Rita Engler, da UEMG, tem como foco a sustentabilidade social (doações a costureiras), financeira (parcerias e doações de pessoas e empresas) e ambiental. 

"Isto acontece com o uso de tecidos em estoque nas empresas de confecção, no aproveitamento do corte das fábricas e também na parceria com hospitais no uso do SMS, que é um material ‘não tecido’ que embala equipamentos cirúrgicos", conta Natalie Oliffson, uma das coordenadoras do grupo. 

"Este material normalmente é descartado. No 1MM, os hospitais nos enviam esses pedaços de tecidos, e nós os utilizamos para cortar e confeccionar máscaras, que retornam para o hospital. Os hospitais, por sua vez, esterilizam essas máscaras e as encaminham para uso de profissionais de áreas de apoio. Buscamos promover a economia circular de matérias primas", explica.

Outro viés importante do movimento é gerar renda para as costureiras, que, com a pandemia, perderam as receitas, base do sustento das famílias. "Vimos a importância e a necessidade de criar uma rede de costureiras que confeccionam as máscaras do 1MM. Elas foram vindo a partir do próprio networking dos participantes da coordenação", diz Oliffson.

Segundo a coordenadora, um dos desafios do grupo é que, mesmo sendo uma iniciativa social, precisam tramitar juridicamente de maneira correta e transparente. "Nisto temos a parceria com a Volmape, voluntárias do instituto Mário Penna, que é a entidade jurídica que nos resguarda. E as costureiras precisam ser MEI para que possamos realizar os pagamentos. É verdade que tivemos que orientar algumas neste sentido. O que acabou sendo também um objetivo cumprido para que elas saíssem da informalidade e pudessem se organizar melhor."

Na coordenação, além de Natalie Oliffson estão Adriana Moreira, Ana Luiza Amorim, Ana Luiza Lessa, Breno Campi, Gabriela Marcondes, Isa Paes, Maria Sther Moreira, Pedro Rabelo, Sérgio Frade, Rita Engler. 
  
Vocês esperavam que, um ano depois do início da campanha Um Milhão de Máscaras estaríamos em uma situação pior do que no ano passado?
Na verdade, acho que ninguém gostaria de ter imaginado isso, né. A pandemia se mostrou muito mais longa e complexa do que qualquer um poderia ter imaginado. Embora muito já tenha sido feito, a vacinação esteja caminhando, a prevenção e os cuidados de cada um ainda são necessários. E é possível que o uso das máscaras ainda se faça necessário por muito mais tempo.
 
Acredito que as doações estejam escasseando, diante de tanta urgência que surge, como alimento, por exemplo. O que vocês precisam para não haver queda na produção? O que determina a produção diária ou mensal de máscaras. Vocês têm metas?
No ponto em que estamos hoje, com o prolongamento da situação e o agravamento dos impactos econômicos e financeiros da pandemia, vivemos uma crise muito maior. Muita gente passando fome. E muitos movimentos maravilhosos atuando no sentido de levar alimento para as pessoas. Nossa produção precisa continuar porque, se a pessoa não tem o que comer, imagina como ela vai comprar máscara. Precisamos muito neste momento de doações de dinheiro e de tecidos. O 1MM gira quando entram recursos financeiros. Temos muitos pedidos de máscaras, uma fila de demandas pelo interior e na capital. Nossa meta agora é produzir 250 mil máscaras e, para isto, precisamos de R$ 500 mil.
 
Vocês estão on-line há mais de um ano. O primeiro encontro foi recentemente. Como é esta sensação de unir forças no virtual?
Uma grande emoção. O 1MM tem um time de coordenadores que praticamente não se conhecia. Pessoas do bem, unidas pelo propósito de ajudar. E que usam a tecnologia para se comunicar. A operação flui bem, com leveza, mas muito compromisso em fazer o necessário com qualidade. Assim como para muitas pessoas, o distanciamento social exigiu que aprendêssemos a usar os recursos tecnológicos para garantir uma boa comunicação. Para nós, tem funcionado bem.
 
Qual a importância de trabalhar em parceria com a UEMG e o grupo de Voluntárias do Hospital Mário Penna?
Fundamental. A UEMG é uma parceira desde o início, eles nos concederam o uso do espaço para ser o QG do 1MM. No mezanino do prédio da Escola Design funciona a base do movimento, onde recebemos material, fazemos a preparação e a distribuição de material para as costureiras e a separação das máscaras prontas para entrega. Já a Volmape é a entidade parceira que nos apoia juridicamente com a parte financeira. Tudo fica muito transparente. Vale dizer que contamos com inúmeros apoios, muitas vezes invisíveis. Destacamos, por exemplo, a equipe do Exército do 4º Batalhão, que ajuda muito com a logística.
 
Conte como surgiu o grupo? Quem foi importante no início?
O grupo surgiu em abril de 2020, no início da pandemia mesmo, de um encontro de empresários da moda com a professora Rita Engler, da UEMG. A Universidade havia recebido uma demanda da força tarefa do Comitê de Crise do Governo de Minas Gerais. As confecções estavam paradas, e foi uma forma também de não dispensarem os funcionários. Foi tudo muito dinâmico, orgânico mesmo. Um se dispôs a doar tecido, outro a fazer o corte, outros com a confecção. Marcas como Civil, Cláudia Rabelo, Bianza, Isabella Paes, Kumara e Plural. Outras se dedicaram a produzir lotes de máscaras e entregar para o movimento doar. A DBZ foi uma delas. Luiz Cláudio do Ap03 até hoje é um grande parceiro.
   
O grupo vai chegar a 1 milhão de máscaras ou sairemos dessa pandemia antes disso?
Esta é uma pergunta sem resposta, porque, na verdade, a meta de 1MM é um número. Quiséramos que não fosse necessário. Nós nos propomos a continuar. Precisamos de recursos financeiros para seguir. E, depois de alcançar, se ainda precisar seguir, vamos considerar. Nosso desejo é que a vacinação caminhe bem e que o uso de máscaras seja necessário somente em situações específicas. Veremos.

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