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Estado de Minas DA ARQUIBANCADA

Se o Galo caiu de novo contra o Botafogo, que o Inter pague o pato

O Colorado que se cuide em Porto Alegre, porque hoje o Atlético dorme na liderança do Campeonato Brasileiro


22/08/2020 10:00 - atualizado 22/08/2020 10:13

No Engenhão, o Galo criou inúmeras chances contra o Botafogo, desperdiçou, vacilou na defesa e saiu derrotado: dia de o Inter pagar o pato(foto: PEDRO SOUZA/AGÊNCIA GALO/ATLÉTICO)
No Engenhão, o Galo criou inúmeras chances contra o Botafogo, desperdiçou, vacilou na defesa e saiu derrotado: dia de o Inter pagar o pato (foto: PEDRO SOUZA/AGÊNCIA GALO/ATLÉTICO)

Durante muito tempo minimizei o papel do Botafogo em nossas vidas, qualificando-o como “a pedra em nossa chuteira”. Um equívoco. O Botafogo é o próprio Cramulhão, o Diabo na rua no meio do redemoinho. Eu devia ter desconfiado já no longínquo 2007, quando Carlos Eugênio Simon estuprou nossas esperanças ao subtrair da gente aquele pênalti pornográfico. Simon é sujeito honrado, foi um juiz à moda antiga, sem lado. No momento em que, diante do óbvio ululante, recusou-se a apontar a marca da cal, é certo que operava ali um encosto. Em sua cabeça, a voz de Wright sussurrou-lhe a mensagem, como um VAR que lhe falasse aos botões: “Não foi nada”. Grunhiu o marreco: “Não há provas, bastam as convicções”. E deu-se, então, o ocorrido, caso para se chamar o camburão.

Ainda antes, em 1971, Humberto Ramos escapou em furiosa carreira, como se um Sérgio Araújo em preto e branco, mais visível na voz de Vilibaldo Alves do que na imagem captada pelo Bombril das antenas de televisão. Chegando à linha de fundo, mirou a cabeça de Dario, a testa de ferro que tanto já fizera pelo Peito de Aço. Dadá então parou suspenso no ar, como o helicóptero ou o beija-flor, a aguardar o tempo da bola. Pode isso, Arnaldo?

Não. Mais provável que a Terra tenha parado, conforme registrou Raul Seixas, a antecipar esse 2020 dos infernos: “O empregado não saiu pro seu trabalho, pois sabia que o patrão também não tava lá”. Deus devia estar cuidando de coisas menos importantes, furacões, moléstias, a Guerra do Vietnã. Então o Diabo, sentado em seu fumegante sofá, deu um pause assim que a bola saiu dos pés do Peruquinha. E até que apertasse novamente o play firmou um pacto com a gente: “Essa bola entra, mas vocês nunca mais vão ganhar um Brasileiro”. Assinamos sem prestar a devida atenção às letrinhas minúsculas do contrato: “Vocês nunca mais vão ganhar do Botafogo”.

Não se sabe exatamente o que almeja o Botafogo, se é contra ou a favor, se deseja a virada ou o confortável centrão da tabela. Sábio foi o redator da lista da Odebrecht ao escolher o codinome Botafogo para Rodrigo Maia. O Botafogo não almeja nada senão provocar no atleticano seus instintos mais primitivos. Se há um Gabinete do Ódio, ele se encontra em General Severiano – eis o general que nos tortura.

O Atlético pode vir com Junior Alonso e Luizinho, Allan Franco e Cerezo, Keno, Reinaldo e Éder. Ao Botafogo bastará o pessoal do Administrativo, os casados do Almoxarifado e os setoristas da imprensa. É por isso que este escriba nunca mais assistirá a um Atlético e Botafogo. NUNCA MAIS! Eu juro. Vocês que lutem, eu estarei no umbral como o corvo do Edgar: nevermore. Pra apanhar da vida já me bastam os boletos.

Superado o Botafogo, apresento-me de novo para a luta. Porque hoje é sábado. E hoje é diferente. O mundo parou para o Internacional quando Falcão tabelou de cabeça com Escurinho, que devolveu para Falcão, que fez o gol mais bonito do Beira-Rio, na virada sobre o Galo em 1976. Foi ali, naquele lance, naquela semifinal, que o Inter seria bicampeão brasileiro contra o Corinthians dias depois (o tri viria em 79, e depois, nevermore). Quem iniciou a jogada? Dario, o Peito de Aço, agora vestido com a camisa do Colorado. Traidor! Siga as ordens do partido: no sul a gente é Grêmio, Dadá, tome tento – nossa bandeira jamais será vermelha!

Falcão e Escurinho se acertaram com o homem lá embaixo. Pode dar a 9 pro Belmiro: hoje a gente dorme na liderança.

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