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Estado de Minas DIREITOS

O que faz um analista de diversidade e inclusão?

Entre memes e buscas no Google, a profissão já ficou famosa e está dando que falar


24/01/2023 10:07 - atualizado 24/01/2023 10:39

Meme com Sarah Aline, participante do BBB@3, que atua como analista de diversidade
No Twitter, a descrição de Sarah Aline rendeu memes e piadas, o que fomentou a busca pela profissão. (foto: Redes sociais/Reprodução)

 

Por Samara Barbosa

Muita gente ficou curiosa quando a Sarah Aline, uma das participantes do BBB 23, trouxe na sua descrição que é uma analista de diversidade e inclusão. E você, já ouviu falar nesta profissão?

Quem atua como analista de diversidade e inclusão tem uma missão muito importante nas organizações: fomentar a diversidade entre seus colaboradores e garantir a inclusão de todas as pessoas. Parece simples, afinal somos resultado da mistura de muitas culturas, não é mesmo? Mas não é. E se hoje essa profissão existe é porque infelizmente muitos grupos, chamados minorizados, foram e ainda são excluídos de oportunidades no mercado de trabalho devido aos seus marcadores sociais, que podem ser de classe, gênero, cor e raça, orientação sexual, idade e/ou deficiência, entre outros.

Um importante grupo minorizado, mesmo sendo maioria numérica no Brasil, é o grupo de mulheres. Elas representam 51% da população segundo o IBGE, são mais escolarizadas que os homens, mas são minoria em posições de liderança e ainda ganham em torno de 20% a 27% a menos que eles para realizarem as mesmas funções. Dados da Unesco – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – mostram que menos de 30% dos pesquisadores acadêmicos do mundo são mulheres.

O Brasil possui quase 9% de pessoas com alguma deficiência. Desde 1991, existe uma lei que obriga empresas e órgãos públicos a destinar vagas de trabalho para esse grupo. No entanto, segundo o IBGE, menos de 1% dos empregos formais são ocupados por pessoas com deficiência, que recebem dois terços do rendimento daquelas sem deficiência. 

Esses dados demonstram o quanto precisamos melhorar quanto à inclusão da diversidade que já existe na população, mas que infelizmente ainda não se reflete proporcionalmente nas empresas. E ainda que haja diversidade no quadro de colaboradores, o que acontece com frequência é que as pessoas oriundas desses grupos não têm as mesmas oportunidades que as pessoas de grupos privilegiados, como na progressão de carreira. As pessoas negras, por exemplo, são hoje maioria no Brasil. Segundo dados do IBGE, 56% dos brasileiros se autodeclaram como pardos ou pretos. Entretanto, uma pesquisa do Vagas (2020) mostrou que trabalhadores negros ocupam mais cargos operacionais e menos cargos de gerência, quando comparados aos trabalhadores brancos.

E os problemas quanto à inclusão vão além de conseguir uma vaga de emprego ou promoção. Segundo uma pesquisa do Linkedin, apenas 31% das pessoas LGBTQIAP+ falam abertamente da sua orientação afetivo-sexual ou identidade de gênero no ambiente de trabalho. Como é possível se sentir pertencente a um grupo ou organização quando não é possível se manifestar sobre a sua vida pessoal por medo de não ser aceito?

Esses são alguns dos desafios que devem ser endereçados por uma pessoa analista de diversidade e inclusão. Para isso, é importante desenvolver competências como a empatia, para compreender questões específicas de cada grupo minorizado; a comunicação para construir espaços seguros de troca e diálogo; análise crítica para propor estratégias e ações que removam barreiras e fomentem mais inclusão.

As principais atividades desenvolvidas nesta posição são:
  • coordenação de comitê de diversidade e grupos de afinidade;
  • organização de treinamentos nos temas de diversidade e inclusão;
  • apoiar no planejamento de processos seletivos mais inclusivos;
  • participar do onboarding de novos colaboradores;
  • apoiar no planejamento estratégico e na construção da política de diversidade e inclusão da organização;
  • implementar e acompanhar as ações do programa de diversidade e inclusão;
  • propor e acompanhar indicadores de diversidade e inclusão;
  • apoiar as áreas de marketing e comunicação para garantir linguagem inclusiva nos comunicados com colaboradores e clientes.

Ficou interessado em se tornar um analista de diversidade? O primeiro passo é desconstruir seus próprios preconceitos e vieses inconscientes. Afinal, somos todos resultado de uma sociedade estruturalmente construída tendo como base o racismo, a homofobia, o capacitismo e o machismo. Além disso, é preciso também se preparar para essa missão. Busque por cursos, treinamento ou mesmo uma especialização na área. A educação é uma importante ferramenta para combater o preconceito e para transformar realidades.

*A Diversifica é uma consultoria em diversidade, equidade e inclusão. Referência em educação para a diversidade, a Diversifica une conhecimento acadêmico com práticas de mercado, apoiando a transformação dos ambientes organizacionais em espaços de respeito às individualidades, maior engajamento e pertencimento.
www.diversificasa.com.br
Instagram: @diversifica.sa

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