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Estado de Minas ANÁLISE CARLOS STRALING

Máscaras no queixo ou ausentes: sessão do Congresso foi show de horrores

Abraços e cumprimentos efusivos, sem distanciamento permearam a reunião que elegeu o presidente da Câmara


Aglomeração de parlamentares no Congresso: exemplo de como não se comportar em tempos dessa pandemia(foto: Najara Araujo/Câmara dos Deputados)
Aglomeração de parlamentares no Congresso: exemplo de como não se comportar em tempos dessa pandemia (foto: Najara Araujo/Câmara dos Deputados)

As máscaras têm inúmeros significados do ponto de vista simbólico. Tradicionalmente, se prestam a esconder a identidade daqueles que as usam. Lembram-se do Zorro, Tonto, Irmãos Metralha?   

Popularmente, um indivíduo mascarado é aquele cujo sucesso lhe subiu à cabeça, a ponto de perder a noção de quem realmente é.  

Exemplos existem em todas as atividades. Mas a fórmula do "emascaramento" é comum nas distintas áreas. A combinação de imaturidade com visibilidade pública pode distorcer o caráter, o comportamento e as atitudes.  

A tempestade cai e dissolve as ilusões. O tempo não deixa pedra sobre pedra. Ídolos viram história, quando viram. Na maioria das vezes, nem isso. No máximo o nome de uma rua cujos moradores não sabem quem foi o cidadão que lhes serviu de ponto de referência. Apenas um caminho estático e esburacado perdido no Waze.  

No contexto pandêmico, as máscaras significam proteção, respeito, dignidade, civilidade e respeito à vida. Tudo que esperamos de nossos representantes parlamentares. Nesta semana, o país assistiu a um baile de mascarados e despudorados.  

A sessão do Congresso que elegeu o presidente da Câmara foi um show de horrores. Centenas de pessoas do grupo de risco dando exemplo de como a população jamais deve se comportar para enfrentar uma pandemia como a COVID-19.  

Máscaras no queixo, ausência das mesmas, abraços e cumprimentos efusivos, distanciamento social violentado e multiplicado por menos um. Exemplos de como não se comportar em tempos dessa pandemia catastrófica.

Batidão funk de terno e gravata. Se o Planalto pode, porque não o morro?! Afinal, cientificamente já se sabe que o vírus não respeita os limites geográficos, apesar de ser mais letal para pretos, pobres e índios. As mães das crianças Ianomâmis que o digam.  

Infelizmente, às vezes, a disputa pelo poder tem a capacidade de entorpecer a consciência, distorcer o comportamento e atropelar a moral e a ética. Vencer e comer o fígado dos adversários, sem cebola, é o que interessa.  

A dança da vitória acontece naturalmente em casas noturnas, onde ninguém é de ninguém e o vírus é de todos, inclusive dos eleitores perplexos com o comportamento de seus representantes.  

Neste momento, a máscara cai e mostra a verdadeira face da Besta. O álcool festivo nas mucosas rapidamente esteriliza a consciência e os princípios básicos que deveriam nortear a conduta daqueles cujos comportamentos esperamos ser coerentes com a liturgia do cargo para o qual foram eleitos.  

Seria diferente se o lado oposto tivesse saído vitorioso?! Certamente não. Humanos são humanos e deputados são deputados. Mascarados ou não, são políticos que geralmente se esquecem rapidamente daqueles que um dia lhes confiaram o destino.  

Me perdoem as exceções, sei que elas existem. Mas ficam irreconhecíveis no baile dos mascarados.

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