(none) || (none)

Continue lendo os seus conteúdos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/mês. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas padecendo

Deixe o amor entrar

Seja solidário. Estenda suas mãos. Converse. Escute. Respeite. Repense. Acolha. Ajude. Perdoe


(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

Em 2018, pouco antes das eleições, recebi de um parente uma mensagem sobre um determinado candidato. Respondi que já tinha candidato e não era aquele. Mandei o programa de governo da pessoa que eu havia escolhido para dar meu voto e a resposta foi: não sabia que você era petista, me desculpe. 

Meu candidato não era o Haddad, portanto, aquela afirmação sobre eu ser petista não fazia o menor sentido. Precisei reler várias vezes para ter certeza do que eu estava lendo. Foi um choque. Não por ter sido chamada de petista e vermelha, mas pela falta de conhecimento político que aquela afirmação demonstrou. Tentei conversar, perguntei sobre o plano de governo do candidato dessa pessoa, mas ela não sabia nada sobre o plano de governo. Expliquei minha escolha e fiquei sem resposta. Decepcionada porque eu tinha lido todos os planos de governo.
Eu sei que muitas vezes os planos não são cumpridos, que a gente nunca deve acreditar em promessas de campanha. Aprendi isso há muitas décadas, desde o caçador de marajás. Mas um plano de governo é um ponto de partida. Eu li os planos de governo de todos os candidatos para me decidir. Eu sei, é muita inocência, mas eu acho importante.

Depois disso vieram tempestades de fake news, e quando você avisa ‘isso é fake’ toma pancada outra vez. Afinal, se aquela notícia era exatamente o que a pessoa queria ler, como pode ser mentira? Fake news são mentiras convenientes. Mentiras que inflamam os ânimos e impulsionam os discursos de ódio.

Eu não sei exatamente quando aconteceu, mas em algum momento ficou impossível manter um diálogo com pessoas queridas, pessoas próximas. As pessoas estavam tão cheio das suas verdades que pararam de ouvir umas às outras. Elas só queriam responder, com ofensas, agressões, irracionalidade e rótulos. 

Com o discurso cada vez mais polarizado, quem não se jogou para um extremo ou para o outro levou tiro dos dois lados. Eu fui abatida muitas vezes, mas me fortaleço e tento outra vez. E de 2018 até agora, a coisa andou piorando bastante.

Fui inocente achando que a pandemia poderia ser um ponto de partida para diminuir a polarização e mostrar a importância do coletivo. Achei que fôssemos entender que fazemos parte de um todo. Uma cidade, uma nação, um planeta. Nada disso. Politiza-se tudo e seguimos no salve-se quem puder. 

O negacionismo. O terraplanismo. O mico do mico que não vive na Amazônia usado como prova de que a floresta amazônica não está em chamas. O pantanal devastado. Os incêndios criminosos. O estuprador inocentado. A cultura do cancelamento.

Os bares abertos e as escolas fechadas. As crianças, futuro do Brasil, em último plano. Esquecidas pelo poder público. Jogadas em casa, sem os amigos, engolindo aulas on-line que nenhuma escola estava preparada para dar. Alunos e professores sendo cobaias de um experimento. Existe aprendizado sem emoção? As crianças estão com vontade de aprender dessa forma? Que registro vai ser guardado na mente dos pequenos?

E como voltar às aulas presenciais sem colocar as pessoas em risco, se as escolas da rede pública às vezes não têm nem água? Como privar as crianças do abraço? O risco é maior na escola ou ficando em casa, sem recursos, sem paciência, sem saúde mental?

Por que a educação sempre é deixada de lado pelo poder público? E por que aceitamos essa situação? Como vamos retomar o trabalho presencial se não temos a escola para deixar nossas crianças? 

A gente precisa de políticas públicas que solucionem problemas coletivos. Que coloquem a educação em primeiro lugar. Que cuidem da população, sem excluir ninguém! 

A gente precisa de um Estado que respeite e se preocupe com o meio ambiente. Que se preocupe com a nossa fauna e nossa flora e com a qualidade do ar que a gente respira. Que entenda que a gente não quer trocar arroz por macarrão.

Precisamos de pessoas que somem. Que nos unam. Que não vivam a apontar o dedo para os erros alheios, fingindo que nunca erram. Não devemos ter compromisso com o erro. 

Responsabilize-se. Importe-se. Valorize sua comunidade.

Nossas crianças, engaioladas, merecem coisa melhor do que estamos deixando para elas. Merecem cuidado e respeito. Merecem aprender a importância do coletivo. Crianças merecem amor.

Desarme-se. Abra-se. Entregue-se. Seja solidário. Estenda suas mãos. Converse. Escute. Respeite. Repense. Acolha. Ajude. Perdoe.

A polarização só faz bem para quem quer ficar no poder. Onde todo mudo se arma, ninguém se ama. Vamos buscar o que nos une. Desarme-se, e deixe o amor entrar. 
 

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)