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Estado de Minas ANNA MARINA

Rins e coração são verdadeiros parceiros dentro do nosso organismo

Controlar a pressão, evitar o diabetes, cortar o cigarro e impedir o aumento do colesterol são medidas que ajudam a prevenir problemas renais e cardíacos


15/06/2023 04:00 - atualizado 15/06/2023 00:20
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Ilustração mostra coração amparado nas costas de dois rins, que estão lado a a lado
(foto: Sociedade Brasileira de Nefrologia/site )


Pressão alta, colesterol e diabetes. Embora muita gente não saiba, esses problemas não afetam apenas o coração: eles são capazes também de lesar os rins. “Rins e coração são verdadeiros parceiros dentro do nosso organismo. O rim, responsável por filtrar o sangue, pode sofrer consequências de doenças cardiovasculares. Por outro lado, as doenças renais também podem afetar o coração. Buscar estratégias para cuidar de ambos os órgãos é fundamental”, explica a médica Caroline Reigada, nefrologista do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP).

“Os rins ajudam a filtrar resíduos e fluídos extras do sangue, usando muitos vasos sanguíneos. Também auxiliam o controle da pressão arterial e beneficiam o coração. Por outro lado, eles são muito vascularizados e precisam que o sangue circule adequadamente. Rins e coração se complementam”, acrescenta a médica.

A hipertensão arterial é uma pedra no caminho para rins saudáveis. “A longo prazo, a hipertensão descontrolada leva à sobrecarga no funcionamento do rim, o que pode culminar em disfunção renal crônica ou falência renal. Por isso é fundamental controlar a pressão”, enfatiza.

“Quando os vasos sanguíneos são danificados, os néfrons que filtram o sangue não recebem o oxigênio e os nutrientes de que precisam para funcionar bem. É por isso que a pressão alta é a primeira principal causa de insuficiência renal”, detalha Caroline Reigada.

Com o tempo, a pressão alta descontrolada pode fazer com que as artérias ao redor dos rins se estreitem, enfraqueçam ou endureçam. Danificadas, elas não são capazes de fornecer sangue suficiente ao tecido renal.
Os rins têm néfrons pequenos, semelhantes a dedos, que filtram o sangue. “Cada néfron recebe seu suprimento sanguíneo através de minúsculos capilares semelhantes a cabelos, o menor de todos os vasos sanguíneos. Quando as artérias são danificadas, os néfrons não recebem oxigênio e nutrientes essenciais. Em seguida, os rins perdem a capacidade de filtrar o sangue e regular os fluidos, hormônios, ácidos e sais no corpo. Rins danificados não regulam a pressão arterial”, observa.

Danos nos rins e pressão alta descontrolada contribuem para uma espiral negativa. À medida que mais artérias ficam bloqueadas e param de funcionar, os rins eventualmente falham.

Gerenciar a pressão arterial é compromisso para toda a vida. Recomendam-se dieta equilibrada com baixo teor de sal, limitação do álcool, consumir água, praticar atividade física regularmente, gerenciar o estresse, manter um peso saudável, parar de fumar e tomar medicamentos corretamente.

“Em caso de hipertensão resistente, caracterizada pela necessidade de três ou mais medicações,  uma delas um diurético, os rins poderão ser protegidos se o paciente tomar regularmente os remédios e ingerir pouco sal, além de realizar exercícios e adotar boas escolhas alimentares”, acrescenta a médica.

Outro tema sensível aos rins e ao coração é o colesterol alto, associado à obstrução dos vasos, grandes ou pequenos. A obstrução de pequenas artérias dentro do rim ou das artérias renais reduz o fluxo de sangue para este órgão, podendo diminuir sua função e causando insuficiência renal.

Medidas alimentares para controlar o colesterol incluem a adição de fibras e gorduras boas. No caso da gordura, nem todas são ruins. “O DHA, abreviação de ácido docosahexaenóico, é um ácido graxo poli-insaturado que, quando ingerido regularmente, pode contribuir para o funcionamento cardíaco adequado e ajudar a diminuir os níveis de LDL e aumentar os níveis HDL, o colesterol saudável”, explica a doutora Caroline.

Salmão, sardinha e atum como fontes de DHA. “Aposte também em alimentos ricos em ômega 3, como o salmão e as sementes de linhaça e chia”, aconselha. Controlar os níveis de açúcar no sangue  é parte importante do tratamento.

Todo cuidado é pouco com o diabetes. “Nessa doença inflamatória, a quantidade exagerada de glicose no sangue é capaz de provocar a hiperfiltração do sangue nos rins, elevando a concentração de produtos de glicosilação avançada, os maiores responsáveis pelas complicações do diabetes. Quando esses produtos ficam ativados pelo sistema único imunológico, aparecem as doenças dos vasos sanguíneos e dos nervos, assim como os prejuízos renais”, afirma a nefrologista.

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