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Estado de Minas Coluna

Na celebração de Corpus Christi, tradicionais tapetes são atração à parte

Tradição em cidades históricas mineiras, como em Ouro Preto, desenhos se destacam na comemoração da data religiosa


03/06/2021 04:00 - atualizado 03/06/2021 07:08

Tradição em Ouro Preto, tapetes tomam as ruas da cidade e são atração à parte na comemoração de Corpus Christi(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press 20/6/19)
Tradição em Ouro Preto, tapetes tomam as ruas da cidade e são atração à parte na comemoração de Corpus Christi (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press 20/6/19)

Hoje é feriado. Nesta época de pandemia, com a maioria das pessoas trabalhando em home office, a data não tem o mesmo peso de quando saíamos de casa diariamente, enfrentando o trânsito caótico da cidade. Algumas pessoas, às vezes, até se esquecem do feriado.

Como vivemos em um país católico, todas as datas religiosas são comemoradas, e a maioria delas, apesar de ser feriado facultativo, acaba sendo validada. Mesmo quem não é católico respeita as celebrações. Um dos grandes exemplos disso é o fato de praticamente toda a população do país não comer carne vermelha na sexta-feira da Paixão. Essa abstinência da carne é uma tradição milenar do catolicismo, bastante respeitada.

Hoje é celebrado Corpus Christi, expressão originária do latim que significa, literalmente, “corpo de Cristo”. É a celebração do milagre da transubstanciação que, para o catolicismo, foi quando Cristo se transforma no pão (a hóstia), que se torna seu corpo, assim como o vinho se converte em seu sangue. A data varia porque é sempre na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade, que ocorre no domingo após o de Pentecostes, 50 dias depois da Páscoa.

O mais bonito desta celebração são os lindos tapetes de serragem colorida feitos nas ruas das cidades históricas mineiras, e sobre eles passa a procissão. Minha família é de Santa Luzia, e todo ano ajuda na confecção do tapete na Rua Direita. Todas as gerações unidas fazendo os lindos desenhos, e os vizinhos ajudando. É uma linda cena de confraternização e união. Ano passado, por causa da pandemia, muitas cidades não fizeram seus tapetes.

Algumas mantiveram a tradição, porém não foi permitida a procissão. Este ano, haverá missa presencial, mas também com transmissão pelas redes sociais. Algumas cidades estão divulgando procissões, mas até o fechamento desta coluna ainda não havia sido feito nenhum pronunciamento oficial sobre a liberação em Belo Horizonte.

A origem da solenidade do corpo e sangue de Cristo remonta ao século 13. O papa Urbano IV, na época cônego Tiago Pantaleão de Troyes, arcediago do Cabido Diocesano de Liège, na Bélgica, recebeu o segredo da freira agostiniana Juliana de Mont Cornillon, que teve visões de Cristo demonstrando desejo de que o mistério da eucaristia fosse celebrado com destaque.

Por volta de 1264, em uma cidade próxima a Orvieto (onde o já então papa Urbano IV tinha sua corte), chamada Bolsena, ocorreu o milagre de Bolsena, em que um sacerdote celebrante da santa missa, no momento de partir a sagrada hóstia, teria visto sair dela sangue, que empapou o corporal (pano onde se apoiam o cálice e a patena durante a missa).

O papa determinou que os objetos milagrosos fossem levados para Orvieto em grande procissão em 19 de junho de 1264, sendo recebidos solenemente por Sua Santidade e levados para a Catedral de Santa Prisca. Essa foi a primeira procissão do Corporal Eucarístico de que se tem notícia. A festa de Corpus Christi foi oficialmente instituída por Urbano IV com a publicação da bula Transiturus, em 8 de setembro de 1264, para ser celebrada na quinta-feira depois da oitava de Pentecostes.

O decreto de Urbano IV teve pouca repercussão, porque o papa morreu menos de um mês depois da publicação da bula. Mas se propagou por algumas igrejas, como na diocese de Colônia, na Alemanha, onde o Corpus Christi é celebrado desde antes de 1270. A procissão surgiu em Colônia e difundiu-se primeiro na Alemanha, depois na França e na Itália. Em Roma, é realizada desde 1350.

A eucaristia é um dos sete sacramentos e foi instituído na ´última ceia, quando Jesus disse: "Este é o meu corpo... isto é o meu sangue... fazei isto em memória de mim". Segundo Santo Agostinho, é um memorial de imenso benefício para os fiéis, deixado nas formas visíveis do pão e do vinho. (Isabela Teixeira da Costa/Interina)


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