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Estado de Minas ANNA MARINA

TV também oferece passatempo cultural

Procurando, é possível achar cultura na programação da televisão


postado em 24/06/2019 04:00 / atualizado em 02/07/2019 12:20

Depois que acompanhei o desfecho de Game of thrones, fiquei mais ou menos sem série de fundo histórico – mesmo que irreal – para ver. Até que um dia, por acaso, topei com Britannia, na Fox 2, e estou mais ou menos seguindo o que ocorre na produção. Ainda não consegui fazer uma ligação entre tribos e povos que se uniram para combater a chegada dos romanos à Grã-Bretanha, em 43 D.C., mas vale o visual da filmagem, que tem paisagens maravilhosas. Como não sou muito atenta, nem muito constante, custo um pouco a entender a participação de alguns personagens, que, à primeira vista, não estão muito ligados ao núcleo da série. Como um homem que vive correndo de lá para cá, conhecido como Renegado, e de uma menina que acompanha o pai cego e é tida como figura especial no contexto da história.

Em compensação, já deu para perceber as duas rainhas que tomam conta do pedaço, a bonita Kerra e a esquisita Antedia, com sua cara azul e seu cabelo branco, e o fantasmagórico Veran, líder dos druidas. Enquanto isso, os romanos tentam ocupar os espaços que conquistam, mas o cenário dos druidas com suas torres de caveiras e seu vidente horrível criam um clima sobrenatural que é interessante. Mas existe uma dificuldade séria em interligar as histórias, principalmente quem não acompanha a produção desde o início e não conhece muito da história fracassada da conquista dos romanos no Sul de Britânia. Mesmo quem não consegue acompanhar historicamente a série, vai se encantar com os locais usados para a filmagem, cada um mais bonito do que o outro. Mesmo sem muita continuidade, gosto de acompanhar para saber como Britannia cria imagens vibrantes das disputas territoriais, religiosas e ideológicas da Grã-Bretanha. Mesmo que a série se afaste dos fatos históricos.

Em compensação, os diálogos fogem completamente do convencional. Os intercursos sexuais entre os personagens – uma misturança só de mulheres, maridos, homens com homens e mulheres com mulheres – são apresentados da forma mais crua e grosseira que possa existir em qualquer língua. Palavrão virou vírgula, qualquer ação do organismo, mesmo as mais comuns, recebem nomes que nunca se ouvia antes na TV. Na maior informalidade, parece que esse tipo de linguagem era coloquial naquele tempo, os palavrões saem naturalmente de nobres e plebeus. Essa nova postura dos programas de TV está chegando por aqui, aqueles filmes de Chicago usam agora merda de lá pra cá, numa boa.

E também por acaso, descobri outro milagre na televisão, a rede Smithsonian Channel. Não tem palavrão, não tem história policial, os programas são culturais, atraentes, pegam a gente pelo pé. Mesmo a série que mostra o mundo visto do alto, que por aqui tem outro semelhante, é ótima, educativa, faz com que nos lembremos de coisas que estavam esquecidas, lá no fundo da memória. Não tenho perdido, e estou sugerindo para quem quer se distrair sem enfrentar tiroteios, monstros, chaturas existenciais.

É claro que a programação é diferente porque o canal é parte do Smithsonian Institution – instituição norte-americana que reúne o maior complexo de museus e centros de pesquisa do mundo. Para quem gosta de programar a diversão, há um senão na rede: algumas futuras apresentações são anunciadas, sem dia e hora em que serão exibidas – como duas que estou checando, uma sobre Massada, aquela fortaleza em Israel, que conheci e quero ver detalhes de seu massacre, e outra do primeiro imperador da China, que ninguém conhece.

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