Com 54 projetos em pauta os vereadores de Belo Horizonte retomaram os trabalhos na tarde desta segunda-feira, após mais de 30 dias de recesso. Apesar da extensa lista de propostas a serem analisadas - a sessão foi encerrada sem analisar nada por falta de quórum -, os parlamentares se revezaram no microfone da Casa para fazer elogios à nova presidência e dar as boas vindas aos quatro novos colegas que substituírão os eleitos para a Câmara dos deputados e Assembleia. A calmaria e a política de boa vizinhança só foram quebradas quando o vereador Léo Burguês de Castro (PTdoB) polemizou sobre a medida da gestão do atual presidente Wellington Magalhães (PTN) sobre o fim da verba indenizatória. A bancada do PT também destoou ao reclamar da escolha dos cargos nas comissões e acusar o prefeito Marcio Lacerda (PSB) de ser o verdadeiro responsável pela distribuição das cadeiras.
Gostaria de parabenizar, em especial, o presidente Wellington Magalhães por dar sequência ao projeto nosso que acaba com a verba indenizatória. (...) E daí que ele mudou de posição. Mudou pra melhor. E conseguiu mudar a opinião dos pares dele sobre a necessidade de acabar com a verba [indenizatória]”, disse Léo Burguês. Ele ainda contou que quando Magalhães era vice-presidente da Casa sempre se mostrou contrário ao fim do subsídio. “Naquela época ele achou que não era necessário”. Burguês ainda se queixou sobre o comportamento de alguns parlamentares na época em que tentou discutir o assunto. “Fui atacado das formas mais baixas, inclusive com a cassação do meu mandato como presidente da Casa”, lembrou.
O líder da bancada do PT, Juninho Paim, disse que a declaração Magalhães de que todos os vereadores foram favoráveis à extinção do subsídio não é correta. “Naquele momento eu era contra. Eu disse que o caso tinha que ser discutido”, afirmou. A situação ainda causa muita polêmica e incertezas nos vereadores. Nos bastidores, vários parlamentares -inclusive da base -, reclamam da medida adotada pela atual mesa diretora.
Sobre os comentários de Burguês, Wellington disse que preferia não polemizar, mas que foi contrário anteriormente pela forma como a proposta foi feita. Segundo ele, a mudança seria tomada no fim da legislatura. O atual 1º secretário da mesa diretora, Doutor Nilton saiu em defesa da atual gestão. Conforme ele, na gestão anterior ele não chegou a ser informado da intenção de mudar a regra sobre a verba. “Eu fiquei sabendo na gestão passada [sobre a possibilidade de acabar com a verba indenizatória] através da imprensa. Pode ser que outros vereadores tenham sido convidados, mas eu não fui”, disse.
Apesar das rusgas, o projeto que regulamenta o fim da verba indenizatória foi protocolado pela mesa diretora no final da tarde de hoje. Agora deve ser analisada antes de entrar em discussão no plenário, o que ainda não tem dada para ocorrer.
Novos vereadores
Quatro novos vereadores passam a compor a Câmara Municipal a partir desta segunda-feira. Eles assumem no lugar dos parlamentares que foram eleitos para a Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa de Minas. Substituindo Iran Barbosa (PMDB), eleito deputado estadual, volta à Câmara o ex-vereador Reinaldo Gomes de Souza (PMDB), mais conhecido como Preto do Sacolão, que irá integrar a Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana. Também ex-vereador da Casa, Márcio Almeida (PRP) assume a cadeira do deputado federal eleito Marcelo Álvaro Antônio (PRP) na Comissão de Administração Pública.
Primeiro suplente do PHS, o ex-vereador Heleno fica com a vaga deixada por Marcelo Aro (PHS), eleito deputado federal, que integrava a Comissão de Administração Pública. A quarta cadeira será assumida por Lucio Bocão (PTN), na Comissão de Legislação e Justiça, substituindo o Delegado Edson Moreira (PTN), que seguirá para novo mandato no Congresso Nacional.
Com informações de Flávia Ayer