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Estado de Minas

Captação de água no Rio São Francisco pode ser saída para seca em Montes Claros

Prefeitura propôs construção de adutora para buscar água no curso d'água, a uma distância de 100 quilômetros do município do Norte de Minas, que já enfrenta racionamento


postado em 06/05/2017 00:12 / atualizado em 06/05/2017 08:32

Área rural de Montes Claros, que sofre com baixo volume da Barragem do Juramento(foto: Fábio Marçal/EM/D.A Press)
Área rural de Montes Claros, que sofre com baixo volume da Barragem do Juramento (foto: Fábio Marçal/EM/D.A Press)

A Prefeitura de Montes Claros, no Norte de Minas, estuda captar água no Rio São Francisco para amenizar os efeitos da seca. Em meio a um racionamento, adotado por causa do baixo volume do Rio Juramento (33%), a administração municipal propôs ontem construção de adutora para buscar água a 100 quilômetros do município. Se o projeto for efetivado, a cidade, de 398 mil habitantes, será a primeira de grande porte no estado a captar diretamente do Velho Chico – a adutora seria uma das maiores do país. A medida precisa de autorização da Agência Nacional das Águas (Ana).


A proposta de captação no Rio São Francisco foi apresentada pelo prefeito de Montes Claros, Humberto Souto, durante encontro sobre perspectivas de desenvolvimento do Norte de Minas. A região enfrenta o quarto ano seguido de seca, com registro de falta d água em vários municípios. Souto lembrou que uma alternativa de abastecimento, a construção da Barragem de Congonhas (no rio de mesmo nome) nunca saiu do papel, em parte pela dificuldade de licenciamento ambiental. Embora a Copasa esteja executando obra de captação de água no Rio Pacuí, em Coração de Jesus, o prefeito disse considerar a proposta do Velho Chico “a melhor solução”.


A gerente do distrito regional da Copasa em Montes Claros, Mônica Ladeia, informou ontem que, como medida emergencial, para evitar o colapso no abastecimento, está perfurando 30 poços tubulares, que também serão aproveitados para garantir o fornecimento de água para a população de Montes Claros. Segundo ela, além da adutora no Rio Pacuí, a empresa realiza estudos sobre “outras alternativas para a captação de água”. O Rio São Francisco está entre as possibilidades.

Obra Mônica Ladeia informou que já iniciou os serviços para a captação de água no Rio Pacuí, orçada em R$ 140 milhões. Serão construídos 48 quilômetros de adutora e duas elevatórias. Mas, mesmo sendo feita de forma emergencial, a obra não vai garantir o socorro aos moradores da cidade na atual seca – o período critico da estiagem vai de maio a outubro. Os serviços serão concluídos dentro de um ano. Neste caso, a empresa vai recorrer aos 30 poços que estão sendo perfurados. A previsão é que a água retirada dos poços chegue às torneiras em junho.

A coordenadora do Alto São Francisco do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Silvia Freedman, disse que o manancial tem volume suficiente para fornecer água para uma grande cidade como Montes Claros. Lembrou que qualquer decisão a respeito dependerá da concessão da Ana, sendo que o processo de outorga é mais rápido quando a finalidade é o abastecimento humano. Ela lembrou, porém, que a distância de 100 quilômetros é um desafio para captação de água no Velho Chico. “É muito longa”, disse.


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