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Estado de Minas

Fogo destrói vereda próxima a sítios arqueológicos no Vale do Peruaçu

Área atingida fica entre os municípios de Januária e Itacarambi, no Norte de Minas


20/02/2017 20:56 - atualizado 20/02/2017 22:43

Equipes de brigadistas, funcionários do Instituto Estadual de Florestas (IEF) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (Icmbio), com ajuda de voluntários, tentam controlar um incêndio que desde a tarde de domingo destrói uma das maiores veredas do Vale do Peruaçu, entre os municípios de Januária e Itacarambi, no Norte de Minas. Dentro da área atingida pelo fogo, conhecida como Vereda Grande, estão nascentes que formam o Rio Peruaçu.

De acordo com o ambientalista Eduardo Gomes, diretor do Instituto Grande Sertão, de Montes Claros, o incêndio destroi a vegetação em uma área de nascentes que fica distante seis quilômetros do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, um dos maiores conjuntos de sítios arqueológicos do país. No entanto, ele informa que, não foram verificados riscos do fogo chegar ao local do patrimônio natural de grutas, cavernas e pinturas rupestres. Ele disse que a vereda atingida pelas chamas está situada em uma área entre o Parque Nacional e Parque Estadual Veredas do Peruaçu.

O Estado de Minas denunciou em série de reportagens que as veredas, principais nascentes dos rios que formam a Bacia do Rio São Francisco vem sendo destruídas pelas queimadas, que se intenficaram nos últimos anos. Eduardo Gomes lembra que a mesma Vereda Grande, na regiao do Peruaçu, foi atingida por um grande incendio em 2014, quando foram destruídas 450 hectares de buritis – mais da metada da vereda. “Agora, o fogo está consumindo exatamente a vegetação da área da vereda que não foi afetada em 2014. Isso que é o mais grave”, observa o ambientalista.

Até a noite desta segunda-feira não tinha sido levantada a área devastada pelas chamas. Os brigadistas e órgaos ambientais contam também com o apoio de prefeituras da região, que emprestaram máquinas para o trabalho de combate ao fogo. “No caso do incendio em áreas de veredas, além de fazer aceiros, as máquinas são usadas para escavar o chão. Pois, as chamas avançam pelo subsolo turfoso”, explica Gomes. Para reforçoar o trabalho, as equipes também estão aguardando a chegada de aeronaves do Serviço PrevIncêndio, do IEF.

Eduardo Gomes salientou que o fogo na vereda do Vale do Peruaçu surpreendeu os moradores da região. “Estamos ainda no período das chuvas, quando , normalmente, não ocorrem incêndios florestais”, disse. Ele afirmou que os prejuizos do fogo causados à natureza são incalculaveis, por atingir um manancial importante como o Rio Peruaçu, cuja vazão diminuiu drasticamente nos últimos 10 anos, segundo revelou estudo do Instituto de Geociências (IGC) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “O pior é que a região enfrenta quatro anos de seca seguidos, o que eleva o problema hídrico da região”, comenta o ambientalista.

Em série de reportagens, o Estado de Minas mostrou que as queimadas, desmatamentos e outras formas de degradação vêm devastando de forma drástica as veredas ao longo do Vale do Rio São Francisco e diminuindo nascentes importantes da bacia, como Pandeiros,situado na mesma região do Vale do Peruaçu, entre os municípios de Januária e Bonito de Minas. Por causa da destruição ambiental, o Pantanal do Pandeiros, berçário de peixes do Velho Chico, foi seriamente afetado. Em 11 anos, sua área inundada sofreu uma redução de nove hectares (de 15 para seis hectares).


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