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Estado de Minas

Funcionária denuncia chefe de café em BH por tentativa de estupro

Em ocorrência, mulher relata ter sido forçada a tocar partes íntimas do homem e que ele ordenou que ela fizesse sexo oral. Café com Letras do CCBB afirma que afastou o funcionário


postado em 30/01/2017 16:19 / atualizado em 30/01/2017 22:47

(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A.Press)
(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A.Press)

A Polícia Civil investiga denúncia de tentativa de estupro feita por funcionária de um café na Praça da Liberdade, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, contra o chefe de cozinha do estabelecimento. A mulher, de 33 anos, trabalha no Café com Letras do Centro Cultural Banco do Brasil. Ela registrou boletim de ocorrência e, segundo relato do dono do café em uma rede social, o funcionário acusado foi afastado. Uma postagem com detalhes sobre o caso se espalhou pela internet.

A vítima denunciou o caso à Delegacia Especializada de Plantão de Atendimento à Mulher (Demid) na semana passada – a ocorrência foi registrada como assédio sexual. Segundo o Registro de Evento de Defesa Social (Reds), a mulher disse que, na noite de 8 de janeiro, enquanto trabalhava, foi chamada pelo chefe de cozinha para entrar em seu carro, estacionado na rua. Ela relatou que o homem puxou seu avental, a forçou a pôr a mão nas partes íntimas dele e ordenou que fizesse sexo oral.

A mulher diz que conseguiu fugir e, imediatamente, contou o ocorrido a dois amigos. No relato à polícia, a vítima diz que, no dia 12, o chefe de cozinha, ao encontrá-la no local de trabalho, lhe deu um tapa nas costas e afirmou: “Você correu do pau, você é lero-lero”.  Ela sustenta que, no dia 14, procurou o gerente do restaurante para relatar o caso. No boletim de ocorrência, a funcionária afirma que, depois desse dia, não conseguiu mais trabalhar. Segundo a mulher, colegas de serviço tratavam o assunto como brincadeira e ela temia represálias por parte do chefe de cozinha.

Ela sustenta que já havia sido assediada pelo chefe de cozinha em outras ocasiões, com tapas nas nádegas, palavras obscenas e convites para ir ao motel. Por causa das faltas ao trabalho, a funcionária diz que recebeu uma advertência verbal.

Repercussão Na tarde de domingo, uma usuária do Facebook publicou relato sobre o caso, identificando a vítima pelo nome fictício de “Maria” – no início da tarde desta segunda-feira, texto já contava com mais de 1,4 mil compartilhamentos. Segundo a mensagem, Maria acompanhou o chefe de cozinha até o carro acreditando que seria para buscar R$ 500 que havia pedido de adiantamento para outro gerente.

O texto afirma que, quando o homem forçou a vítima a pôr a mão nas partes íntimas dele, a mulher gritou e conseguiu abrir a porta à força. “Maria, traumatizada, não consegue se alimentar ou levantar da cama, Maria pediu que a demitissem para que ela não perdesse os direitos e a resposta foi 'você pode voltar a trabalhar, já estamos te dando todo apoio tendo demitindo seu agressor'”, diz o texto. “Maria está adoecendo, sente dores por todo o corpo, e entre cuidar de uma filha recém-operada e mais outros três, Maria tentou ir trabalhar, depois de alguns dias. Maria levou advertência da empresa por não ter ido trabalhar nos outros dias”, afirma a usuária da rede social.

O Café com Letras publicou duas notas em sua página de uma rede social. A mais recente, desta segunda-feira, é assinada pelo dono do estabelecimento, Bruno Golgher. “Ontem foi publicado um post sobre uma acusação de assédio no Café com Letras. Seguiu-se uma quantidade enorme de comentários, de acusações e de pedidos de boicote ao Café com Letras”, diz. “Ao longo dessa longa história, é a primeira vez que um funcionário foi acusado de assediar outro. Repito: a primeira vez. E o que o Café fez? Em primeiro lugar, escutou o relato das pessoas. Em seguida, tomou o curso de ação que julgou mais apropriado”, afirma trecho do texto.

Ele prossegue: “A partir do momento que a direção soube do acontecido, no dia 15 de janeiro, o processo durou cerca de 48 horas. O chefe de cozinha foi formalmente afastado da empresa para que se pudesse averiguar os fatos em profundidade. Acreditamos que é um dever ouvir todas as pessoas envolvidas em uma acusação. As pessoas têm o direito e o dever de apresentarem o seu ponto de vista e se defender”. Golgher diz que a equipe agendou médicos, prestou apoio à vítima e a acompanhou no hospital. “E, sim, o Café manteve a funcionária em seu quadro por julgar que o melhor caminho a ser tomado era preservar a sua fonte de renda. Se nossa atitude foi incorreta, pedimos desculpas e nos comprometemos a mudar”. A reportagem tentou contato com o chefe de cozinha, mas o celular dele estava desligado.

O CCBB BH também se pronunciou por meio de nota.  "Repudiamos condutas que caracterizem violência de qualquer natureza.Ainda que a denúncia relate fato ocorrido fora do ambiente do CCBB e não envolva funcionários desta Instituição, notificamos imediatamente a empresa responsável, solicitando esclarecimentos e providências", afirmou. 

RB


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