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Estado de Minas

UFMG apura excessos em trote preconceituoso com alunos de Direito

Imagens do trote foram divulgadas nesta segunda-feira e causaram revolta nas redes sociais


postado em 18/03/2013 16:08 / atualizado em 18/03/2013 18:19

Caloura pintada e identificada como 'Chica da Silva' é
Caloura pintada e identificada como 'Chica da Silva' é "exibida" por veterano (foto: Reprodução/Facebook)

A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) apura se houve excessos por parte de estudantes em um trote promovido dentro Faculdade de Direito na última semana. Imagens do evento foram divulgadas nesta segunda-feira e já causaram polêmica nas redes sociais. Internautas ficaram revoltados com algumas fotos que mostram atos racistas durante a ação. Uma reunião extraordinária foi convocada para esta terça-feira pelo Centro Acadêmico Afonso Pena.

Em nota, reitoria repudia ato contra calouros

Em uma das fotos, uma jovem aparece acorrentada e pintada com tinta preta. Em seu pescoço foi pendurada uma placa com o nome de "Chica da Silva", fazendo alusão a escrava que viveu em Diamantina, na Região Central de Minas Gerais, e que ganhou a alforria depois de se envolver amorosamente com um contador famoso no século 18. Uma segunda fotografia, mostra um calouro amarrado a uma pilastra e outros estudantes fazendo saudações nazistas. Entre os veteranos, um jovem ainda utiliza bigode semelhante ao do ditador Adolf Hitler (1889 -1945).

Logo que surgiram as imagens nas redes sociais, os estudantes foram duramente criticados pelos internautas. "Estes aí serão nossos futuros juízes, magistrados, advogados e políticos do país?", argumentou Heric Maicon. "Todo trote ofensivo ou humilhante deve ser proibido. O argumento de que 'participa quem quer' é ridículo, pois pressupõe uma falaciosa liberdade total de escolha do calouro. Mesmo dentro da FDUFMG ainda há quem ache graça em oprimir, submeter e achincalhar o colega. Debater o tema é urgente. Propor gincanas lúdicas e trotes solidários é o melhor caminho", sugeriu Eduardo Araújo.

Estudantes imitam saudação nazista(foto: Reprodução/Facebook)
Estudantes imitam saudação nazista (foto: Reprodução/Facebook)
Outros internautas defenderam o trote. "Ridículo o circo armado em volta disso. Fotos avulsas divulgadas sem o contexto e espalhadas pela internet por pessoas sem conhecimento algum do caso. Conheço todos os envolvidos pessoalmente e sei que são pessoas honestas e decentes, que não compartilham de pensamentos racistas de qualquer tipo. Acho que tudo poderia ter sido tratado internamente, sem a necessidade desse escarcéu que está se desenhando", afirmou Henrique Drummond. "#racismo #bricandeira com contexto. 'Tá' cheio de politicamente correto que fica julgando sem saber o que estava acontecendo na hora. Tempestade em copo d'água é o que estão fazendo... Irei na palestra só pra ver o nível da hipocrisia de quem julga isso aÍ algum tipo de racismo", defendeu Gabriel Soares Mello.

A vice-reitora da Universidade Federal de Minas Gerais, Rocksane de Carvalho Norton, repudiou o trote dos alunos da Faculdade de Direito. “O trote na UFMG é proibido e a realização é passível de punição conforme regimento da universidade. Hoje fomos surpreendidos por este fato, que surgiu nas redes sociais. A diretoria já vai iniciar os processos de apuração dos fatos e a estipular a punição para os envolvidos”, disse.

Todos os anos, a UFMG realiza eventos para receber os alunos novatos durante uma semana. “Realizamos um evento em parceria com o Diretório Central dos Estudantes (DCE) com shows e palestras explicando a universidade. Então, nada explica os trotes. Eles são proibidos e os alunos sabem disso”, explica a vice-reitora.

Por meio do Facebook, o Diretor de Relações Públicas do CAAP, Daniel Antônio da Cunha , informou que os  trotes não são organizados e nem financiados pelo Centro Acadêmico, “sendo de inteira responsabilidade dos veteranos”. Mesmo assim, os fatos serão apurados pela entidade dos estudantes, que convocou uma reunião para apurar os fatos.

Tolerância zero

Os trotes já são problemas recorrentes na UFMG. Em março do ano passado, a direção da Universidade já havia informado que iriam punir os veteranos que insistiam em fazer as brincadeiras. A política de tolerância zero surgiu depois que estudantes de turismo relataram que duas calouras foram amarradas a um poste. Os veteranos se vestiram de policiais militares e colocaram camisinhas na ponta de cassetetes, obrigando os novos universitários a chupar o objeto.


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