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Estado de Minas

Rotas alternativas de motoristas às ruas e avenidas congestionadas de BH já estão saturadas

Em algumas regiões da capital, transtornos são ainda maiores


postado em 27/03/2012 06:00 / atualizado em 27/03/2012 07:47

Rua Padre Eustáquio, na Região Noroeste, chegou a ser alternativa à conturbada Avenida Pedro II, mas hoje tem congestionamentos iguais ou piores nos horários de pico(foto: MARCOS VIEIRA/EM/D.A PRESS)
Rua Padre Eustáquio, na Região Noroeste, chegou a ser alternativa à conturbada Avenida Pedro II, mas hoje tem congestionamentos iguais ou piores nos horários de pico (foto: MARCOS VIEIRA/EM/D.A PRESS)

Os caminhos alternativos usados como saída aos congestionamentos nos grandes corredores viários de BH estão com prazo de validade vencido e não suportam mais o grande fluxo de veículos. Isso porque, com o tráfego caótico nas principais avenidas, como Cristiano Machado, Dom Pedro II, Nossa Senhora do Carmo, Amazonas e Tereza Cristina, cada vez mais motoristas têm buscado as vias que cortam bairros para fugir das retenções. E, se depender do horário, quem se arrisca nesses percursos enfrenta problema em dobro, já que, como explicam especialistas, essas rotas apresentam diferentes volumes de fluxo, englobam vias estreitas, têm estacionamento e não são preferenciais em todos os cruzamentos.

A opção pela rota alternativa pode se tornar um “tiro no pé”, especialmente na hora do rush, conforme o engenheiro e consultor em transporte e trânsito Silvestre Andrade. “As vias coletoras são geralmente de pequeno porte, com apenas duas faixas de rolamento e área para estacionamento. Nos horários de pico, têm redução da capacidade de absorção do trânsito, que pode ser ainda pior com imprevistos, como acidentes ou carros estragados na via”, avalia.

Segundo ele, o esgotamento da fluidez nesses trechos, reflexo dos gargalos das principais avenidas, pode fazer com que o motorista volte a fazer o caminho inverso. “Com a saturação das rotas alternativas, muitos condutores acabam voltando a usar os grandes corredores. Nestes, pelo menos, têm a possibilidade de mudar de faixa e de conseguir mais fluidez em determinados horários”, diz.

O jogo de vaivém faz parte da rotina do motorista Jairo de Souza Nestor, de 48 anos. “Conheço bem as rotas que há alguns anos nós, taxistas, usávamos como plano B. Mas, com o caos no trânsito, não dá para dizer que BH ainda tem rotas alternativas. Elas estão tão cheias quanto qualquer corredor de trânsito”, contou. Para tentar adiantar a viagem dos passageiros, ele afirma usar o bom senso. “Em alguns horários passo pelas grandes avenidas e em outros, mais tranquilos, uso as ruas que cortam os bairros.”

Em um dos trechos percorridos pela reportagem do EM, as ruas Padre Eustáquio e Três Pontas, no Bairro Padre Eustáquio, Noroeste da capital, a situação é insustentável. Coletivos, carros, motos e ônibus disputam espaço em uma via estreita e congestionada. “Aqui já foi rota alternativa para fugir da Avenida Pedro II. Hoje em dia, passou a ser o principal corredor do bairro e o trânsito está sempre ruim”, afirmou o comerciante Amauri Oliveira, de 42 anos,

O que fazer

A solução definitiva para essa lentidão, de acordo com BHTrans, seriam formas alternativas para locomoção, como andar a pé, de bicicleta, ônibus, BRT e metrô. Mas como é hipótese improvável, a emprea acredita que a construção de vias do programa Corta Caminho trará alívio ao trânsito removendo parte do fluxo de veículos que não pertence ao Centro, mas hoje tem de passar por lá.

“Não tenho dúvidas de que vias como a 210 e a 710 receberão boa parte do tráfego que hoje congestiona o Centro e não tem nenhum interesse em passar nessa região. Essas alternativas se transformarão em vias principais”, afirma o diretor de operação da BHTrans, Edson Amorim. “As cinco rotas consideradas atalhos (Padre Eustáquio, Horto, Sion, Gutierrez e Prado) infelizmente, deixaram de ter fluência, pois são vias coletoras. Quando as vias locais ficaram cheias, passaram esse fluxo para as coletoras, que fazem ligação com as vias principais. Não temos como obrigar as pessoas a deixarem de adotar o carro como transporte”, justifica.

(foto: ARTE EM )
(foto: ARTE EM )
De acordo com o cronograma apresentado na ordem de serviço das obras de mobilidade da Prefeitura de Belo Horizonte para a Copa de 2014, a Via 210, que ligará a Via do Minério, Avenida Tereza Cristina e Avenida Úrsula Paulino, será finalizada em novembro deste ano, ao custo de R$ 59 milhões. Já a Via 710, planejada para interligar as avenidas Cristiano Machado e Andradas, passando pela José Cândido da Silveira, ao custo de R$ 78 milhões, tem estimativa de término em novembro do ano que vem.


Problemas por toda a cidade

Sem atalhos e ainda à mercê de vias mal utilizadas e mal gerenciadas, o belo-horizontino sofre com engarrafamentos, enquanto a cidade caminha para atingir 1,5 milhão de veículos, sem contar o fluxo intenso que vem da Grande BH. Além dos cinco trechos onde especialistas acreditam que o comportamento dos condutores mais prejudica a cidade (entorno da rodoviária, Cristiano Machado, Buritis, Santa Rosa e as portas das escolas) e dos cinco onde a engenharia e a falta de controle travam as vias municipais (viadutos do Anel Rodoviário, Nossa Senhora do Carmo, Praça Raul Soares, Avenida Catalão e Rua Padre Pedro Pinto), leitores e internautas apontam outros locais que causam transtornos diariamente. São eles os entroncamentos da Cristiano Machado com Bernardo Vasconcelos e Valdomiro Lobo, Cristiano Machado com Linha Verde, Abílio Machado com Praça São Vicente, Anel Rodoviário e as ruas Guaicuí e Iraí e a antiga Praça José Cavalini (Luxemburgo).

De acordo com especialistas, esses locais são vias largas que acabam se estreitando quando encontram outras ruas e avenidas, configurando um problema geométrico. “No caso da Cristiano Machado, o problema é que o motorista vem de uma rodovia (Linha Verde) e ao entrar na cidade, no primeiro sinal, acha ruim que o ritmo diminuiu, com filas para travessia. Já a Praça São Vicente precisa de obras de ampliação. É um problema grave”, disse o especialista em transporte e trânsito da consultoria Imtraff Frederico Rodrigues. A BHTrans informou que só se pronunciaria sobre os locais hoje. A assessoria de imprensa do Dnit não foi encontrada para falar sobre o Anel e a Praça São Vicente. (MP)
 


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