A Região Centro-Sul da capital é um capítulo à parte na história dos problemas no tráfego da capital. Nela, a confluência da falta de educação dos condutores com a falta de estrutura das pistas e o aumento da frota (veja quadro abaixo) contribui para perpetuar e prolongar os congestionamentos a cada horário de pico. Na área, o ponto que mais chama a atenção dos estudiosos da circulação em Belo Horizonte é o entorno do BH Shopping. A demanda crescente de Nova Lima, na Grande BH, e o adensamento do Bairro Belvedere contribuíram para saturar a região, com reflexos em outras avenidas. Nesse caso, a aposta para acabar com o tormento dos motoristas é a criação de novos acessos a Nova Lima, sem passar pelo BH Shopping, como a Alça Sul, que fará a conexão entre a MG-030 e a BR-356.
Até chegar ao centro de compras, o caminho não é menos complicado. Logo na entrada da Avenida Nossa Senhora do Carmo, por exemplo, pela trincheira da Rua Rio Grande do Norte sob a Avenida do Contorno, o motorista se vê obrigado a fazer mudanças bruscas de pistas para não atropelar a faixa exclusiva de ônibus. A manobra em “x” para evitar invasão de faixas exclusiva de ônibus e multas ameaça quem vem das avenidas do Contorno e Cristóvão Colombo pelas pistas laterais.
Sobre o entorno da rodoviária, segundo a BHTrans, o BRT Central vai destinar faixas exclusivas para o transporte público, não permitindo a entrada de carros particulares no sistema, o que aliviaria os problemas de invasão de faixas. Outras intervenções no Viaduto B do Complexo da Lagoinha também vão destinar uma alça ao BRT, o que, segundo a empresa, vai aliviar a situação no local. Está prevista a reformulação do entorno das ruas Além Paraíba, Itapecerica e Bonfim, depois que foram concluídas as obras.
Ainda segundo a BHTrans, o alto número de veículos nas ruas motiva a atitude individualista dos motoristas. “O sistema é muito difícil e por isso temos que trabalhar com o controle dos congestionamentos, para não travar a região central. Os motoristas não estão preparados para um sistema congestionado, mas, como a demanda é muito maior do que a capacidade, não tem outro jeito”, diz o diretor de Operação da BHTrans, Edson Amorim de Paula.
Sobre o Anel Rodoviário, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) informou que está adiantado o acordo com o governo do estado para que assuma a reestruturação da rodovia. Já a Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop) afirmou que a pasta está “realizando reuniões junto ao Dnit, por determinação do governador Antonio Anastasia, no sentido de apresentar propostas para a elaboração de um projeto de reforma e restauração do Anel Rodoviário de Belo Horizonte, que atualmente recebe um fluxo médio de 140 mil veículos”. O próximo passo, informa a Setop, será uma reunião a ser agendada entre a presidente Dilma Rousseff e o governador, para a definição de um termo de compromisso que resultará na licitação do projeto de engenharia por parte do DER-MG.