No Colégio Estadual Governador Milton Campos, o Estadual Central, no Bairro de Lourdes, Região Centro-Sul de BH, a contratação de professores substitutos pela Secretaria de Estado de Educação (SEE) para o lugar de grevistas agravou a paralisação, em vez de diminuir os prejuízos para alunos do 3º do ensino médio, que este ano disputam vagas em universidades. Em repúdio à designação de cinco professores no turno da manhã, cerca de 100 docentes, do 2º e 3º anos do ensino médio, decidiram interrromper as aulas e aderir à greve.
Segundo ela, o turno da tarde, com alunos de 1º e 2º anos, está totalmente paralisado e não há definição alguma sobre o reinício das atividades, já que as medidas de substituição só estão previstas para o último ano do ensino médio. À noite, 11 professores foram designados para substituir grevistas e as aulas estão sendo retomadas, de acordo com Maria José.
O clima de recomeço também toma conta do Instituto de Educação de Minas Gerais, no Centro da capital, onde 80% dos cerca de 300 alunos do 3º ano voltaram à rotina de estudos desde a quinta-feira. Mas nem a presença dos substitutos tem tranquilizado os estudantes, que, em outubro, prestam o Exame Nacional no Ensino Médio (Enem). Diante do prejuízo de mais de dois meses sem aulas, muitos já consideram o ano perdido. “Acho que este ano já não dá mais para passar na faculdade. A sensação é de estarmos novamente no começo do ano”, lamenta a estudante Nathália Valadares, de 17, candidata a uma vaga de direito na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Outro dia de protestos
Os professores da rede estadual de educação vão às ruas nesta terça-feira para divulgar o movimento grevista e informar sobre as reivindicações da categoria. Haverá panfletagem na Ponte do Rio das Velhas, na BR-381, em Sabará, na Grande BH, e em frente ao Restaurante Popular do Barreiro, na região de mesmo nome. Também haverá manifestação, desta vez de pais e alunos, em frente à Escola Estadual Lívia Mara de Castro, em Betim. E, amanhã, uma nova chance de pôr fim à greve, em assembleia do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE), na Assembleia Legislativa, no Bairro Santo Agostinho, na Região Centro-Sul de BH.
