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Estado de Minas

Prejudicados por greve, alunos da rede estadual pedem socorro às escola particulares

Pelo menos 5 mil estudantes da rede estadual já tentaram transferência para instituições privadas para escapar da greve. Estado acena com pacote buscando encerrar o impasse


postado em 23/08/2011 06:00 / atualizado em 23/08/2011 06:18

No Estadual Central, contratação de substitutos acabou agravando a situação e levando à suspensão das aulas para estudantes no turno da manhã(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
No Estadual Central, contratação de substitutos acabou agravando a situação e levando à suspensão das aulas para estudantes no turno da manhã (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)


O medo de perder o ano e a indefinição em relação ao fim da greve dos professores estaduais estão levando alunos de escolas estaduais a procurar socorro na rede particular de ensino. O Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG) estima que pelo menos 5 mil estudantes buscaram uma vaga em instituições privadas desde o início da paralisação, que já dura mais de dois meses. Os pedidos de transferência aumentaram com a volta às aulas, no início do mês, mas nem sempre têm sido bem-sucedidos. A mudança esbarra na falta de vaga e no boletim dos alunos, que só têm a nota do primeiro bimestre.

A Secretaria de Estado de Educação (SEE) lamenta as transferências de alunos e promete anunciar, hoje, pacote de alterações no sistema de remuneração dos professores, numa tentativa de pôr fim à paralisação. “Estamos concluindo estudos para melhorar o posicionamento dos professores no subsídio, para aperfeiçoar esse modelo. A gratificação dada, por exemplo, a diretores, vice-diretores, secretários e coordenadores vai aumentar sensivelmente”, afirma a secretária-adjunta de Estado de Educação, Maria Ceres Pimenta.

Desde o início do ano, a secretaria adotou o subsídio, modelo de remuneração que incorpora vencimento básico e outras gratificações em salário de parcela única. Nesse sistema, a remuneração mínima seria de R$ 1.122 para professores de nível médio e R$ 1.320 para nível superior, considerando carga horária de 24 horas semanais. Os professores de Minas reivindicam piso de R$ 1.597,87, mas o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação indicou que está disposto a negociar em cima dos R$ 1.187,14 definidos como piso salarial pelo Ministério da Educação (MEC).

Sem entrar no mérito das brigas salariais e aflitos para voltar à sala de aula, estudantes da rede estadual têm corrido atrás de vagas, sobretudo em escolas com mensalidades de valor mediano, segundo o presidente do Sinep-MG, Emiro Barbini. “A maior demanda é por escolas de ensino médio, principalmente das séries finais, por causa da proximidade dos vestibulares. A faixa de preço da mensalidade dos colégios mais procurados é entre R$ 500 e R$ 600. A melhora da renda das classes C e D tem facilitado a entrada desse aluno na rede particular”, afirma Barbini.

Faltam vagas

Mas, se a condição financeira tem ajudado nessa migração, outras circunstâncias nem tanto. O colégio Maximus, unidade Santa Inês, na Região Leste de Belo Horizonte, recebeu apenas na semana passada 14 pedidos de transferência de alunos do ensino médio matriculados em escolas estaduais. Todos foram negados. “Infelizmente, não pudemos aceitar a matrícula, pois não temos vagas”, conta o diretor da unidade, Luciano Barcelos, que explica que a falta de notas não seria um impedimento.

“Quando o aluno vem dessa forma, ele entra automaticamente em recuperação. Aplicamos algumas regras de proporção para ajudar um pouco o aluno.” De acordo com Barbini, a aceitação de alunos com notas apenas do primeiro bimestre depende do regimento interno de cada escola. No caso da migração dentro da própria rede estadual, o sistema adotado na transferência também não tem ajudado quem quer sair de uma unidade em greve para outra sem paralisação.

Aluna do 1º ano no ensino médio do Colégio Estadual Governador Milton Campos, o Estadual Central, Nayara Raposo, de 16 anos, fora da sala de aula há mais de dois meses, tentou nessa segunda-feira ser transferida para a Escola Estadual Presidente Antônio Carlos, sem sucesso. “Não me aceitaram por causa da nota. Eles já estão praticamente passando para o quarto bimestre e eu só tenho as notas do primeiro. Decidi começar a trabalhar, para ter alguma ocupação. Até pensei em mudar para escola particular, mas não tem jeito, é muito caro”, lamenta a menina, que não acredita em reposições. “Eles não dão matéria direito e passam a gente de ano sem sabermos nada”, reclama.


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