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Estado de Minas

Polícia investiga partipação de agentes penitenciários em ataques a ônibus na Grande BH


postado em 06/06/2011 18:51 / atualizado em 06/06/2011 18:55

Doze agentes penitenciários da Nelson Hungria são investigados pela Polícia Civil como suspeitos de envolvimento em pelo menos quatro dos 14 incêndios de ônibus em Belo Horizonte e região metropolitana, entre 26 de abril e 27 de maio. De acordo com o chefe do Departamento de Crimes contra o Patrimônio, delegado Islande Batista, eles teriam facilitado a entrada de celulares nas celas e passado informações a pelo menos cinco internos que ordenaram a queima de coletivos nos dois primeiros dias das ações, uma suposta reação à linha-dura imposta no presídio pela nova administração. “Os agentes continuam trabalhando normalmente por não haver provas concretas. Mas, se comprovado, serão indiciados, transferidos e até mesmo exonerados”, disse o delegado, que já interrogou 30 suspeitos de atear fogo em sete coletivos a mando de cinco presidiários, identificando oito incendiários. A Secretaria de Estado da Defesa Social (Seds) informou que aguarda a conclusão das investigações para se pronunciar.

O suspeito de comandar os incêndios é o assaltante Cleverson Silva de Oliveira, de 27, condenado a 49 anos de prisão por roubo a banco, porte de artes e formação de quadrilha. A polícia apresentou gravações em que ele se incriminaria. Pelas investigações, mais quatro detentos estão envolvidos. Eles planejavam a execução de agentes penitenciários e a explosão de viadutos, conforme as apurações policiais.

Em 2 de maio, um servidor graduado da Subsecretaria de Estado de Administração Prisional (Suapi) denunciou ao Estado de Minas esquema de corrupção sustentado pela banda podre do corpo de agentes penitenciários da Penitenciária Nelson Hungria, considerada de segurança máxima. Esse teria sido o motivo das intervenções, entre elas operações pente-fino nas celas, e que revoltaram os presos.

Havia um comércio clandestino de celulares dentro da unidade, de drogas e até sexo, segundo a fonte. Os detentos, conforme essa denúncia, pagavam caro por regalias. Sem conseguir manter a ordem, o ex-diretor Cosme Dorivaldo Ribeiro dos Santos teria pedido afastamento. “Pelo menos 10% dos 655 agentes penitenciários na Nelson Hungria estão comprometidos com o esquema de cobrança de propina para permitir que telefones celulares e drogas passem por cima dos muros e cheguem às celas”, disse a fonte.

Queima

Ontem, o delegado Islande Batista apresentou os primeiros resultados das investigações que apuram a queima de 14 ônibus. O primeiro crime foi um dia depois de a nova direção da Nelson Hungria determinar varredura e transferir presos. Dois ônibus foram destruídos, um no Bairro Nova Contagem, em Contagem, Grande BH – onde fica o presídio – e outro no Bairro Coqueiros. No dia 27, mais dois coletivos foram queimados, no São Luiz, na Pampulha, em Belo Horizonte, e outro em Vespasiano, região metropolitana. A polícia já concluiu que essas ações, praticadas por encapuzados fortemente armados, foram comandadas de dentro da prisão.

Islande Batista não descarta a hipótese de envolvimento de presos em outros dois incêndios. Em 17 de maio, seis adolescentes, já identificados, atearam fogo num ônibus no Bairro Nova Cintra, na Região Oeste da capital. Um menor, de 15 anos, revelou que um adolescente envolvido é irmão de dois presos da Penitenciária Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, Grande BH, mas não indicou a causa nem deu mais detalhes, com medo de ser morto. O delegado tem a mesma suspeita com relação à queima de um micro-ônibus em 9 de maio, na Rua Jacuí com Avenida Cristiano Machado, no Bairro da Graça, Região Nordeste, por dois homens que estavam numa moto, usando capacetes.

'Aproveitadores'

Os demais incêndios, de acordo com o delegado, foram casos isolados, praticados por vândalos. Em 2 de maio, um ônibus foi queimado no Barreiro e câmeras de segurança da Estação Diamante registraram a ação dos suspeitos, o lanterneiro César Júlio Franklin Magnani, de 21 anos, e outro, identificado apenas como Gordinho, que é procurado. César teria atribuído a ação a irritação com os coletivos, que passam em alta velocidade em frente à sua casa, colocando em risco a vida das pessoas.

Ele se apresentou à polícia, prestou depoimento e foi liberado, por ter residência fixa e sem antecedentes criminai, mas pode ser condenado de três a seis anos de reclusão.

Perícia feita pelo Instituto de Criminalística indicou que outros quatro incêndios não teriam sido criminosos. Um curto-circuito na parte elétrica foi a causa da destruição de três micro-ônibus e um escolar, em 8 de maio, numa garagem do Bairro Dom Cabral, Região Noroeste de BH.

Outro crime foi em Ribeirão das Neves, em 16 de maio, e dois passageiros são suspeitos, revoltados com a demora, depois do estouro de um pneu e a demora para chegada de um segundo coletivo.

O ônibus queimado em Nova Lima, região metropolitana, em 22 de maio, foi por vingança, segundo o delegado, por uma desavença com o motorista. O suspeito já foi identificado.Dois adolescentes de 17 anos, já ouvidos e liberados pela polícia, confessaram ter queimado um ônibus em 27 de maio, no Bairro São Marcos, Região Nordeste de BH. Disseram que foi em represália a uma ação de policiais militares que feriram a tiro um amigo deles, identificado por Saulo, na noite anterior ao crime. Os menores foram liberados , um deles com o braço direito queimado, e vão responder pelo ato infracional na Divisão de Orientação e Proteção à Criança e ao Adolescente (Dopcad).


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