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Estado de Minas

Pe­que­nos pro­ve­do­res estão em al­ta na internet

Ope­ra­do­ras de me­nor por­te pas­sam a ofe­re­cer in­ter­net em lo­ca­li­da­des fo­ra do fo­co das gi­gan­tes. Congresso em BH vai debater a evolução do setor


postado em 04/10/2016 06:00 / atualizado em 04/10/2016 08:13

As áreas rurais do interior do país, ignoradas por grandes empresas, estão entre as atendidas pelos ISPs, que crescem até 30% ao ano(foto: Abrint/Divulgação)
As áreas rurais do interior do país, ignoradas por grandes empresas, estão entre as atendidas pelos ISPs, que crescem até 30% ao ano (foto: Abrint/Divulgação)

Apro­vei­tan­do a cres­cen­te in­sa­tis­fa­ção dos usuá­rios com a in­ter­net das gran­des em­pre­sas, pe­que­nos pro­ve­do­res es­tão ga­nhan­do o mer­ca­do e, em ple­na re­tra­ção da eco­no­mia, cres­cem cer­ca de 30% ao ano. Já são 684 pro­ve­do­res re­gio­nais em Mi­nas Ge­rais – se­gun­do maior es­ta­do com es­se ti­po de em­pre­sa, per­den­do ape­nas pa­ra São Pau­lo, com mais de 1.065. E, de acor­do com os em­pre­sá­rios do se­tor, a me­ta é ocu­par o ni­cho ig­no­ra­do pe­las gi­gan­tes em­pre­sas de ban­da lar­ga, co­mo o pú­bli­co de bai­xa ren­da, as ci­da­des do in­te­rior e a zo­na ru­ral, on­de as gi­gan­tes mui­tas ve­zes não che­gam. Com pre­ços com­pe­ti­ti­vos, es­sas pe­que­nas ope­ra­do­ras es­tão cres­cen­do três ve­zes mais do que as te­les e, es­te ano, já avan­ça­ram 4%, che­gan­do a 2,5 mi­lhões de aces­sos.

Pa­ra mui­tos em­pre­sá­rios do se­tor, o sal­to ca­da vez maior dos cha­ma­dos Pro­ve­do­res de Aces­so à In­ter­net (ISPs) – co­mo são cha­ma­dos os pe­que­nos pro­ve­do­res – fren­te ao cres­ci­men­to me­nor das gran­des é re­fle­xo de dois ce­ná­rios: in­sa­tis­fa­ção dos usuá­rios com es­sas em­pre­sas e o fa­to de­las ig­no­ra­rem al­guns es­pa­ços. “Os ISPs co­me­ça­ram na dé­ca­da de 1990, quan­do a in­ter­net dis­ca­da exi­gia a au­ten­ti­fi­ca­ção das re­des. Com es­sa exi­gên­cia ex­tin­ta, os pro­ve­do­res que fa­ziam es­se ser­vi­ço co­me­ça­ram a mon­tar as suas re­des pró­prias”, co­men­ta o vi­ce-pre­si­den­te da As­so­cia­ção Bra­si­lei­ra de Pro­ve­do­res de In­ter­net e Te­le­co­mu­ni­ca­ções (Abrint),  Bre­no Va­le, que é do­no da Plug Te­le­com.

Atual­men­te, es­sas em­pre­sas têm li­cen­ças da Agên­cia Na­cio­nal de Te­le­co­mu­ni­ca­ções (Ana­tel) e já ocu­pam 15% do mer­ca­do de aces­so à in­ter­net e ab­sor­vem gran­de par­te da pro­du­ção dos fa­bri­can­tes de equi­pa­men­tos. Se­gun­do a Abrint, só nos úl­ti­mos cin­co anos, o nú­me­ro de pro­ve­do­res re­gio­nais le­ga­li­za­dos qua­dru­pli­cou e so­mam cer­ca de 5 mil em­pre­sas no Bra­sil. “No in­te­rior do país, o ser­vi­ço das em­pre­sas re­gio­nais nas­ceu pe­la au­sên­cia das gran­des ope­ra­do­ras. Há mui­tas ci­da­des bra­si­lei­ras que não são atra­ti­vas pa­ra as gran­des em­pre­sas e, com is­so, va­mos ga­nhan­do mer­ca­do. Em Mi­nas, por exem­plo, são 684 pro­ve­do­res re­gio­nais”, afir­ma Va­le.

O gran­de di­fe­ren­cial, se­gun­do ele, é que os ISPs es­tão mais pró­xi­mos dos seus clien­tes. “Nas gran­des, a pes­soa com um pro­ble­ma na in­ter­net pas­sa por um pro­ces­so de­mo­ra­do pa­ra o aten­di­men­to e, de­pois de 48 ho­ras, po­de ser que o ca­so se­ja so­lu­cio­na­do. Já com as pe­que­nas, os usuá­rios co­nhe­cem o do­no, vão até a em­pre­sa. Em fun­ção des­sa re­la­ção mais pró­xi­ma es­ta­mos con­se­guin­do mais clien­tes”, afir­ma, apon­tan­do que o pre­ço é ou­tro trun­fo dos pe­que­nos.
“Co­mo te­mos uma in­fraes­tru­tu­ra me­nor e mui­tas des­sas em­pre­sas são com­pos­tas por fa­mí­lias e têm até 50 fun­cio­ná­rios, os pro­ve­do­res pe­que­nos aten­dem, no má­xi­mo, cin­co ci­da­des. A in­ter­net de 5 me­ga cus­ta, em mé­dia, R$ 45, en­quan­to, com as gran­des, se­ria em tor­no de R$ 72, com 3 me­ga”, com­pa­ra Va­le. A zo­na ru­ral é tam­bém es­tá no fo­co das pe­que­nas ope­ra­do­ras. Is­so por­que, se­gun­do o es­pe­cia­lis­ta, es­sas em­pre­sas usam a trans­mis­são a rá­dio pa­ra o si­nal e con­se­guem che­gar aos lo­cais mais afas­ta­dos.

FI­BRA ÓTI­CA  Uma apos­ta des­se mer­ca­do em ex­pan­são é o in­ves­ti­men­to em fi­bra óti­ca. “Já foi apre­sen­ta­da pes­qui­sa que mos­tra que os pe­que­nos pro­ve­do­res com­pram mais de 50% das fi­bras óti­cas de for­ne­ce­do­res, por ano. É jus­ta­men­te pa­ra que se te­nha uma es­pe­cializa­ção na me­lho­ria da in­fraes­tru­tu­ra.” O as­sun­to se­rá um dos te­mas abor­da­dos no 5º Con­gres­so RTI de Pro­ve­do­res de In­ter­net, que reu­ni­rá os prin­ci­pais players do seg­men­to pa­ra dis­cus­sões so­bre tec­no­lo­gias de aces­so, re­gu­la­men­ta­ção, ge­ra­ção de re­cei­ta com no­vos ser­vi­ços de va­lor agre­ga­do e opor­tu­ni­da­des no mer­ca­do de ban­da lar­ga.

O even­to ocor­re pe­la pri­mei­ra vez em Mi­nas Ge­rais e con­ta­rá com uma ex­po­si­ção com no­vas tec­no­lo­gias do seg­men­to e uma pa­les­tra com um con­se­lhei­ro da Ana­tel, que abor­da­rá po­lí­ti­cas pú­bli­cas, fran­quia e in­clu­são di­gi­tal. Em 2014, o país re­gis­trou 24 mi­lhões de as­si­nan­tes de ban­da lar­ga, dos quais ape­nas 3% são co­nec­ta­dos por fi­bra óti­ca. Se­gun­do es­tu­do da Abrint, se­ria pos­sí­vel, em cin­co anos, le­var es­sa es­tru­tu­ra de co­ne­xão à in­ter­net a um quin­to dos mu­ni­cí­pios bra­si­lei­ros. Pa­ra atin­gir es­se pa­ta­mar – equi­va­len­te a 12,5 mi­lhões de re­si­dên­cias – é ne­ces­sá­rio in­ves­ti­men­to de R$ 9 bi­lhões.

A fi­bra óti­ca é a apos­ta do em­pre­sá­rio Ju­lia­no Ras­te­lli, do­no da Ico­nec­ta. Ele con­ta que a sua em­pre­sa sur­giu em 2013 e co­me­çou com dois clien­tes, no Sul de Mi­nas. Com o ser­vi­ço vol­ta­do pa­ra as clas­ses C, D, e E ele diz que, atual­men­te, tem 4 mil clien­tes, no ex­tre­mo Sul mi­nei­ro, e aten­de 100% da área ru­ral. “Com a fi­bra óti­ca, po­de­rei le­var aos meus clien­tes mais ve­lo­ci­da­de da ban­da lar­ga, co­mo o ser­vi­ço de 100 me­ga”, afir­ma. Ele diz ter 50 fun­cio­ná­rios e aten­de cer­ca de 10 ci­da­des, e até o Na­tal pre­ten­de ofe­re­cer o ser­vi­ço de 100 me­ga a R$ 100.

Ou­tra área que o mer­ca­do de pe­que­nos pro­ve­do­res es­tá aten­to é a de in­ter­net mó­vel. Se­gun­do Bre­no Va­le, no fim do ano pas­sa­do, a Ana­tel lei­loou a so­bra de fre­quên­cia 4G no país, o que pos­si­bi­li­tou que os pro­ve­do­res re­gio­nais en­tras­sem no lei­lão. “An­tes, os lei­lões eram por blo­cos e só as gran­des em­pre­sas con­se­guiam par­ti­ci­par. Des­ta vez, foi por ci­da­de e a nos­sa es­ti­ma­ti­va é de que mais de 1 mil pe­que­nas pro­ve­do­ras co­me­cem a usar a ban­da lar­ga mó­vel”, afir­ma.


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