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Estado de Minas CRISE SECA RECEITA DO AGRONEGÓCIO

Consumo fraco afeta todos os produtos do agronegócio mineiro que vê 2016 com pessimismo

Faturamento da atividade em Minas tem expansão de 0,65% até setembro, no menor avanço nos últimos 11 anos


postado em 12/12/2015 00:12 / atualizado em 12/12/2015 08:06

Depois de registrar crescimento de até 15% ao ano, o agronegócio sente, agora, os efeitos da crise econômica. Até setembro de 2015, o segmento registrou uma alta de 0,65% no faturamento total em relação ao ano passado – o menor índice de crescimento dos últimos 11 anos. A situação, que assusta o setor tão aquecido em outros anos, é preocupante, de acordo com Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), que vê com pessimismo o ano de 2016 e pede cautela aos produtores. A ordem é para que eles evitem dívidas. Além das incertezas na economia, a Faemg destaca que os investimentos do governo federal no agronegócio para o ano que vem serão insuficientes, o que pode prejudicar ainda mais o segmento.


Apesar de o agronegócio ter registrado queda em faturamento nos anos de 2012, 2009 e 2005 (veja quadro), em relação aos índices de crescimento, o de 2015 foi o pior nos últimos 11 anos, sendo a menor alta registrada em 2007, com 6,14%. Em 2014, o setor cresceu 7,03%. “Todos os produtos estão sofrendo, principalmente no mercado interno que é o nosso principal comprador”, afirma o presidente da Faemg, Roberto Simões. De acordo com ele, agora, começaram a aparecer no agronegócio os efeitos da retração na economia. “É uma área em que a crise chega depois, devido às produções variadas e os riscos menores. Além disso, ninguém para de comer, ou seja, há sempre demanda”, avalia. “Se por um lado a alta do dólar foi ponto favorável à competitividade dos produtos agropecuários, favorecendo as exportações, por outro lado, encareceu os insumos”, acrescenta.

O leite foi um dos produtos mais prejudicados neste ano. De acordo com balanço divulgado ontem pela Faemg, embora o valor do leite pago ao produtor tenha sido 4,4% superior a novembro de 2014, a produção se tornou muito mais onerosa, já que, na mesma comparação, o aumento do custo de produção chegou a 14,2%, tendo como itens que impactaram nessa conta, além da mão de obra, lubrificantes, concentrados proteicos e energéticos, combustíveis (+ 7,9%), suplemento mineral (+6,6%), fertilizantes (+2,7%), encarecidos pela alta taxa cambial, e, ainda, as questões climáticas que encareceram os valores da ração.

Além do leite, a produção cafeeira não tem o que comemorar. O produto, considerado o principal do agronegócio mineiro, representando 49,2% das exportações do setor no estado, sofreu quebra de produção por questões climáticas, pelo terceiro ano consecutivo. Roberto Simões destaca que a valorização do dólar estimulou a exportação de cafés, com valor acumulado de janeiro a outubro na ordem de US$ 3 bilhões. Porém, o montante foi menor do que a receita obtida em 2014 em 7,9%, uma vez que houve uma produção mais baixa.

Grãos e cana

Por outro lado, dois produtos se destacaram positivamente neste ano de 2015. Grãos, com uma produção de 11,75 milhões de toneladas, sendo 6,86 milhões para a cultura do milho e de 3,5 milhões para soja.  O setor sucroenergético ganhou fôlego este ano devido à política de incentivo de uso do etanol, como o aumento do anidro na gasolina C (de 25% para 27%); retorno parcial da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico – tributo cobrado na gasolina, e a redução de 19% para 14% do ICMS do etanol hidratado.


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